Epílogo

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Suspiro, tomando fôlego.

- ANDER! Venha cá e me ajude com isso!

Ouço passos rápidos pela casa, e ele surge com os olhos arregalados. - Do que precisa?

Coloco as mãos na cintura. - Onde está Lucas?

Ele coloca um pouco do cabelo para trás, aborrecido. Apesar dos seus plenos 9 - 10 anos, prevejo o quanto pode ser problemático quando crescer. Ander tem... aquele jeito. O de Lucas.

- Não sei, deve ter ido no carro? - diz.

- Vamos perder o vôo! Por favor, pegue essas coisas!

Ele ergue as sobrancelhas, irritado, mas hey! Ainda tenho cinco meses de um gesso irritante e hey! Vou pra faculdade assim.

Ele anda até minha mala e minha mochila, colocando-a atrás das costas, e parte para a escada enquanto me posiciono sob as muletas, descendo as escadas da maneira mais estabanada e perigosa possível.

- Own.

Mamãe vem andando até mim e me abraça fortemente, a respiração entrecortada. Ela comprime os lábios, as linhas em volta do seu rosto expressivas.

- Ligue. Assim que chegar, ligue. Na primeira semana também. Quero saber de tudo, oh, meu Deus, não acredito que você já vai para a faculdade! Nunca imaginei que iria de gesso! Meus filhos nunca quebraram nada na vida... será que esse gesso será um problema..-

- Mãe. Eu não uso cadeira de rodas, e mesmo que usasse, acho que Yale tem uma boa estrutura para isso. Estou de muletas, posso muito bem andar sozinha.

Ela pisca. - Mas e se fizerem alguma coisa com você? E se... e se você precisar correr? Ou alguém se incomodar com as muletas?! Existem muitas pessoas más nesse mundo, Anna.

Mordo e lábio, e Lucas aparece na porta, revirando os olhos. - Nada vai acontecer com ela. A senhora não confia em mim?

Ela o fuzila com o olhar. - Você me pediu para namorar minha filha?

- Você quer ter essa conversa agora?

Ela cruza os braços, teimosa. - Nem um jantar. Uma comemoração. Nada. Fiquei sabendo quando estava estacionando o carro, olhei para a varanda da minha filha e vi...-

- Você quer ter essa conversa agora? - Lucas a repreende.

Ela faz bico e anda até ele. Apruma seu casaco por cima dos ombros e ajeita seu cabelo, penteando os fios teimosos para trás, e resmungando quando eles voltam para o lugar. Franzo a testa.

Acho que seu instinto maternal é mais forte que qualquer ressentimento, e ela ocupou o papel de alguém que foi tirado muito cedo da vida de Lucas: sua mãe.

- Não seja idiota. E não se meta em problemas. Apenas... controle-se.

Lucas resmunga alguma coisa quando ela o abraça, provavelmente sobre como problemas parecem encontrá-lo, mas não ligamos.

Ele se vira para mim, os olhos brilhantes. Sorri de lado. - Vamos?

E então me pego sorrindo também.

- Vamos.

Ele me ajuda com as malditas muletas enquanto meu pai entra na sala e me abraça, menos escandaloso que sua mulher que continua aos prantos no canto do aposento. - É melhor levar um casaco para a viagem. E não parem em hotéis estranhos.

Reviro os olhos. - Nem tudo é como nos seriados, pai.

- Apenas vejam se o atendente é normal. Se ele masca chiclete ou.. não dá olhares sinistros.

O segundo amor de Annabelle LouisOnde histórias criam vida. Descubra agora