Capítulo 57

37 1 0
                                    


Annabelle

Gostaria de poder ajudar mais do que estou ajudando, mas não consigo.

Meu cérebro está enevoado, provavelmente pela pancada, e minhas pernas não estão boas. Meu pulso está sangrando, e meus olhos se fecham sozinhos.

Só espero que Isabella tenha feito o que eu pedi.

O fato é comprovado quando ouço passos vindos da porta, e Jonh aparece. Com um celular.

Fecho os olhos novamente.

- Hm. - ele se escora na porta. - Cami me contou uma coisa muito interessante. Quem de vocês falou com ela?

Nós duas permanecemos caladas. Ele se aproxima. - Tenho uma história para contar para vocês.

Se senta em uma das cadeiras do cômodo, e enruga o nariz para o cheiro que ela emite, mas logo começa a falar.

- Mary. Era o nome da maldita mulher. Boa família, bons estudos, possibilidade de ir para a universidade e ter uma vida feliz e perfeita. Até que eu apareci.

Sinto a bile subir pela minha garganta, pois sei que está falando da mãe deles.

- Ela tinha dinheiro. Muito dinheiro. Uma herança de família. Me interessei por ela, e ela se apaixonou por mim. Foi fácil.

"Nos casamos, e tomei um susto com o termo de separação de bens. A vadia sabia o que tinha feito, e eu não ganhei um tustão. Foi a primeira vez que ela apanhou, mas se recusou a anular o termo."

"A única saída era esperar. O câncer foi uma dádiva, e logo, quando pensei que ia por as mãos no meu dinheiro, percebi que até morta, e vadia me deixou na mão. O dinheiro foi dividido em duas partes. Mas claro que nenhuma delas era para mim."

Permaneço calada, sentindo todo o ódio corroer o que restava da minha exaustão.

- Você é um nojo. - cuspo.

Ele sorri de lado. - Quero esse dinheiro. O advogado disse que ia entrar em contato com eles, então a essa altura, provavelmente já sabem. Claro que o gostinho de vingança é sempre bom. - passa os dedos pelo meu rosto, e desvio de seu toque repulsivo.

Ele pega o celular. - Camille falou com uma de vocês. Pelo visto, foi a nossa levadinha. - encara Isabella. - Não sei o que está aprontando, e não ligo. A ideia foi boa. Seria mais... convincente, colocá-las no telefone.

Isabella ergue a cabeça. - Nós só queremos ir para casa.

- Sim, certo.

Camille aparece na porta com uma chave na mão, e solta as pernas de Isabella.

- Antes, vejamos. - ele passa os olhos por nós duas. - Acho que, quem parece pior é você, não é, Annabelle?

Suspiro pesadamente, provando sua afirmação. Me imagino sentada neste lugar, com os pulsos amarrados e um lado da cabeça sangrando.

- Então será você.

Ele me dá mais um tapa no rosto, e Isabella grita sacudindo suas pernas. Fecho os olhos quando ele pega minha cabeça e bate minha testa contra a barra de ferro.

- Bom. - ele ergue o celular. - Agora, diga "xis".

Sinto um pouco de sangue correr pelo canto da minha boca, mas não me importo, tamanha a dor em meu corpo. Isabella começa a chorar.

- Ah.. agora, enfim, ela está chorando.

Camille está com os olhos arregalados. - Você bateu nela.

O segundo amor de Annabelle LouisOnde histórias criam vida. Descubra agora