capítulo 10

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- Deixa eu procurar uma roupa confortável. (Digo catando uma camisa do chão)

Tiro minha roupa e Diniz me olha da cabeça aos pés. Fico só de camisa e calcinha o que deixa Diniz com olhares maliciosos. Depois de alguns beijos, eu e Diniz ficamos a arrumar o quarto e a conversar sobre minha amizade com Tici, das brigas e das pazes. Diniz dava risadas gostosas. Ele estava tão leve e o estresse no ocorrido foi aliviado.

- E sua família Helena?

- Bom, Meu irmão como já te disse, vive em Portugal, é Advogado e casado com uma brasileira e eles tem uma filha chamada Sófia de 2 anos.

- E seus pais?

Congelo, não é fácil falar dos meus pais. Diniz percebe e se aproxima de mim tocando meu rosto.

- Desculpe... eu não queria... (ele diz)

- Tudo bem, é algo que tenho que aprender a lhe dar melhor.

- Mas não precisas falar, já que não se sentes a vontade para isso. (Ele diz solidário a minha dor)

- Eu quero. Eu preciso.

Ele me dá um beijo suave nos lábios e senta-se em minha cama me colocando em seu colo.

- Meus pais morreram em um desastre de avião dois anos depois de eu me formar, eu já trabalhava na F&G, não foi nada fácil e ainda não é, aceitar e superar a perda. É uma batalha diária. Mas Tici esteve sempre ao meu lado e o trabalho ajudou a viver um dia de cada vez.

- Você entrou em depressão?

- Sim.

Paro para respirar um pouco, sinto um nó na garganta, mas não posso chorar, preciso enfrentar isso de frente. Diniz me abraça mas forte. E eu continuo.

- Bom, meu irmão largou tudo em Portugal, ele estava no último ano da faculdade e namorando, esta que é sua esposa. Eu não tinha vontade de viver, sabe? Queria acabar com minha vida. Eu não via significado algum continuar a viver sem tê-los ao meu lado. Meu irmão e Tici não desistiram de mim. O Arthur ficou um ano aqui comigo até ter certeza que eu não faria nenhuma tolice.

- Lamento! (Ele diz sincero)

- Eu também! (Digo beijando seus lábios)

- E o cabrão quando entrou em sua vida?

- Quem? Yuri?

- Sim!

- Bom... Minha vida se limitava a trabalho e casa. Como minha psicóloga um dia disse-me: que além de eu estar a ir ao fundo do poço, ainda ia leve as únicas pessoas que eu amava junto comigo (Tici e meu Irmão), eu decidir que os amava de mais para leva-los comigo a escuridão. E acordei um dia e decidir visitar uma exposição de artes no centro cultural. E do nada conheci Yuri, começamos a conversar sobre as obras e durante três meses visitamos galerias de artes e teatros, ele era divertido. Depois destes três meses começamos a namorar, mas ele foi mostrando quem realmente ele era... e ...

- Sei.

- Agora é minha vez de perguntar (falo sorrindo)

- Manda.

- Não precisa me responder se não quiser, ok?

- Ok!

- Com quem você tinha um encontro? Era homem ou mulher?

- Mulher.

- Sei.

- Mas não aconteceu nada Helena. Seria um erro que estava prestes a cometer. Mas Graças a Marta que me ligou a dizer o que estava a se passar com você ... eu não pensei duas vezes e deixei a mulher no restaurante sozinha e peguei o primeiro taxi que passava para poder ir ter com você. (Ele diz e beija meu pescoço)

Doce saborOnde histórias criam vida. Descubra agora