Capitulo 34

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Acordei e como de costume está quase me esmagando com o peso de sua perna e seu braço sobre meu corpo. Alcancei o meu celular na mesinha de cabeceira e olhei a hora, ainda era 4:40 da manhã. Precisava fazer xixi urgente. Fui me mexendo cuidadosamente feito uma cobra, rastejando até conseguir sair da cama sem acordar Diniz.

Devo ter adormecido na sala, enquanto víamos noticiários de Portugal. Diniz com sua habilidade de me tirar a roupa me deixou só de calcinha. Olho-me a frente do espelho e começo a rir, pensando de como meu homem tem jeito de tirar roupa sem que eu me acorde. Mas eu também estava exausta. Por incrível que parece não acordei mal disposta, estava pensativa e preocupada mas não queria me torturar com as lembranças da noite anterior. Lembro-me de ouvir Tiago dizer a Diniz que os dois homens que estavam a nos perseguir foram presos. O que me deixou tranquila. São Paulo é uma cidade que tem muitos assaltos e sequestros e conheço muitos casos de pessoas que passaram por situações parecidas porem não tiveram muita sorte. Nos noticiários sempre falam sobre o índice de violência no Brasil. Mas não podemos nos trancar do mundo externo, mesmo sabendo, que infelizmente nem em casa estamos tão seguros.

Depois de fazer meu xixi sagrado faço minha higiene. Quando saio do banheiro Diniz ainda dorme tranquilo. Visto uma roupa intima, coloco uma calça de moletom e uma camisa que o senhor organização tinha deixado em cima da cadeira do quarto e desço as escadas, mal coloco os pés no último degrau dou de cara com Pedro.

- Que susto Pedro. (Digo com a mão no peito)

- Desculpe-me Sra. Helena, ouvi um barulho ... a Senhora entende! (Ele diz sem graça)

- Tudo bem! Onde estão os outros?

- Estão a dormir, fiquei responsável pela vigilância noturna.

- Sei... Vamos tomar um café. (Digo indo para cozinha e Pedro me segue)

Pedro está sempre em sentido e vigilante. Mando ele relaxar e sentar em uma das cadeiras e ele assim faz. A possibilidade deste apartamento ser invadido por terroristas é difícil, a vigilância do condomínio é rígida, tem câmeras por todo o prédio, ronda de vigilância 24 horas e sistema de alarme no nosso apartamento que Diniz fez questão de colocar.

- De que horas a senhora que trabalha aqui chega? (Pedro pergunta quando lhe entrego uma caneca de café)

- Por volta das 6:30. Porque?

- Nada, só curiosidade. (Olho para ele e sorrio)

A Ana é uma mulher charmosa, com 46 anos, 3 filhos e divorciada. Ela não tem vaidade, mas entendo pois não deve ser nada fácil criar 3 filhos sozinhas. Das poucas vezes que tivemos realmente tempo de conversar ela disse-me que seu marido a abandonou para ficar com uma moça muito mais nova que ela. Seu ex. marido sumiu no mundo com esta garota e nunca a procurou mais e nem seus filhos. Quando na entrevista ela disse que era mãe solteira e que precisava muito trabalhar para manter seus filhos Diniz lhe ofereceu um bom salário acima da média que se paga em outras casas. Ela é discreta e só fala o necessário. No fim de semana ela tem livre para ficar com seus filhos. A pesar do apartamento ser gigante ela dá conta do serviço. Ela sempre deixa o jantar pronto antes de sair. E quando precisamos dela em algum dia do fim de semana ou a noite a comunicamos antes e pagamos um extra, pois ela precisa deixar seus filhos com uma vizinha e tem que gratificar pela ajuda.

- Então Pedro, ouvi que eles foram pegos.

- Sim. Quando os atingimos trocamos tiros e logo Tony apareceu com reforço policial.

- Sabem dizer o que eles pretendiam?

- Não. Depois que a polícia chegou voltamos para cá.

- Sei.

Doce saborOnde histórias criam vida. Descubra agora