Capitulo 17

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Quando finalmente terminamos de ver o apartamento, Diniz está eufórico e eu sugiro que ele não faça nada precipitadamente, ele concorda e fica de ligar no dia seguinte a corretora e fazer mais uma visita ao imóvel para ter certeza do que está prestes a comprar. Eu entendo que ele não aguenta está em um hotel e já que ele vai se mudar para o Brasil ele realmente tem razão em querer seu espaço. Quando saímos do apartamento, peço a Diniz que me leve para casa e ele concorda.

- O que você acha do apartamento? (Ele pergunta animado)

- Lindo, mais muito grande.

- Sim eu sei, mas preciso de um local que meus pais possam vir e se sentir confortáveis também.

- Sendo assim.

- Meu anjo, você está tão estranha, passa-se alguma coisa?

- Nada não. (Minto)

Volta e meia me bate uma saudade muito grande dos meus pais e uma grande vontade de chorar... um aperto no peito, um nó na garganta. Sinto muita saudade da minha mãe, fico lembrando tudo que vivemos juntas, das nossas conversas, dos concelhos. E meu pai, sempre aventureiro e divertido. Sinto saudade do café que ele fazia o gosto era diferente, o cheiro era outro. As vezes imagino se tivesse só uma chance de vê-los mais uma vez para poder abraça-los bem forte e dizer como sinto a falta deles.

Minha psicóloga dizia muitas vezes: Helena, A saudade sempre estará presente... A gente tem que seguir com a vida... O negócio é tentar transformar essa saudade numa coisa não tão ruim, tentar se lembrar dos momentos felizes que viveram juntos... Só não dá para se enterrar em vida, pois não é isso que seus pais gostariam que fizesse... Seguir com a vida não é se esquecer dos seus pais ... É apenas fazer o que eles gostariam de te ver fazendo... Leve tudo de bom que viveu e aprendeu com eles para sempre.

Meus pensamentos são cortados por Diniz.

- Helena, posso não te conhecer a muito tempo, mas eu já consigo perceber sua mudança de humor. Fiz algo errado?

- Não meu amor, apenas estou .... (Contenho a vontade de chorar) ... Sei lá, bateu uma saudade dos meus pais.

- Ninguém se esquece dos próprios pais e sempre vai sentir saudades. Não dá para pensar nisso o tempo todo e deixar de viver, porém é impossível não acontecerem momentos em que a saudade e a dor da perda se manifestem de forma mais intensa. Eles estão olhando por você e torcendo para que você seja feliz de onde estiver, pode ter certeza disso. (Ele diz segurando forte minha mão)

- Obrigado por tudo que tens feito nestes últimos dias. (Digo sincera)

- Helena, eu não sei explicar o que está acontecendo comigo, mas o que sinto por você é muito verdadeiro.

- Eu também.

Quando chego em casa era quase 16 horas, Diniz me deixou a porta do meu prédio e seguiu para a empresa. Ele disse que teria que começar a assinar cartas de demissões e que não seria nada fácil as entregar aos funcionários. Não sairiam muitas pessoas apenas 7 funcionários, incluindo Sonia e Lucas.

Vou até a caixa de correspondência e pego as cartas e boletos de pagamento e subo para meu apartamento. Assim que fecho a porta atrás de mim meu celular toca e o pego na bolsa, e quando vejo no visor é Yuri. Por mais que eu tenha apagado seu número do meu celular eu tenho seu número decorado na cabeça. Recuso a chamada mais ele insiste, então depois da quarta tentativa dele, resolvo atender.

- Diga. (Falo seca)

- Gata, precisamos conversar. (Percebo que sua voz está estranha como se ele estivesse bêbado)

Doce saborOnde histórias criam vida. Descubra agora