Diniz
Um gemido abafado veio do banheiro, meus olhos se abriram de repente. Quando ouso novamente o gemido, levanto-me ainda sonolento e vou para o banheiro.
- Meu anjo, Tudo bem? (Digo com voz tremula)
Ao chegar no banheiro encontrei Helena, gemendo e agarrada ao tampo da pia. Seus dedos estavam brancos e ela respirava fundo.
- Ligue para Dra. Manuella. (Ela diz com dificuldade)
- O que digo?
- Foda-se .... (Ela protesta irritada) Diga que estou em trabalho de parto babaca!
Eu entrei em pânico, comecei a vascular as coisas a procura do celular, quando encontro ligo a Dra. Manuella que atende só no 4 toque.
- Boa noite Sr. Diniz.
- Bom não sei, Helena está em trabalho de parto. (Digo andando de um lado para o outro)
- A bolsa estourou?
- Amor, a bolsa estourou?
- Não. Mais se demorar muito vai explodir. (Ela diz se contorcendo)
- Ela está em trabalho de parto ativo?
- Acho que sim.
- Qual o espaço das contrações?
Minha vontade era mandar a doutora ir se fuder, com perguntas estupidas enquanto minha mulher geme se contorcendo de dor no banheiro.
- Acho que ..... Helena as contrações ... intervalos?
- Achas que tenho condições de ficar marcando o tempo porra. (Helena geme mais alto)
- Dra. Pelo amor de Deus.
- Tudo bem, a coloque no carro e venha ter comigo no hospital. (Por fim ela decide fazer algo)
Saio correndo e pegou a bolsa dos bebes que Rita já tinha preparado a duas semanas atrás.
- Vamos. (Digo ajudando Helena a sair do banheiro)
- Você não pode ir assim. (Helena diz com um sorriso doloroso)
- Porque não?
- Diniz você está sem roupa.
- Droga, um minuto.
Fui ao closet e peguei a primeira calça jeans e camisa que encontrei. Coloquei um tênis e peguei um casaco. Voltei para o quarto e vejo Helena fazendo respiração cachorrinho, vejo que ela não está com uma roupa muito adequada e corro ao seu closet e pego um casaco para jogar sobre seu corpo. Segurando Helena pelo braço a conduzi pelo corredor, paramos assim que Helena teve outra contração.
- Estão fortes?
- Muito.
Assim que a contração passou ajudei Helena a descer as escadas até chegar na garagem. Minutos depois estávamos Hospital da luz. Quando estávamos acomodados em uma das salas de parto, tentei parecer tranquilo, mesmo que por dentro estivesse ansioso, nervoso e apavorado. Helena estendeu a mão em minha direção e eu a segurei.
- Vai ficar tudo bem amor. (Helena diz, quando quem deveria dizer isso era eu a ela)
Helena
Estava com 32 semanas de gestação e no dia anterior ao parto estava começando a me sentir estranha, com cólicas, vomitando e muita falta de ar. A enfermeira que vinha toda semana me ver em casa (por causa da hospitalização a domicilio) veio nesse dia pela manhã e me aplicou a primeira injeção pra maturação dos pulmões dos bebes. Por volta das 23 horas comecei a sentir contrações, indolores mas a barriga ficava muito dura. A sensação era estranha demais, mais não quis assustar Diniz que já andava paranoico. Tomei buscopan, tomei um banho para ver se passava e nada. Pensei que pudesse ser o efeito da injeção, por isso fiquei com medo. Às três da manhã, como eu não conseguia dormir já que a barriga não parava de endurecer, fui para o banheiro e tentei não acordar Diniz abafando os gemidos. Quando Diniz apareceu parecia que estava vendo um fantasma, eu queria rir da expressão aflita que ele tinha no rosto, mais as dores não me permitiam.

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Doce sabor
RomanceAVISO IMPORTANTE *Esta obra será postada ate o final. *Qualquer semelhança é mera coincidência. *PLÁGIO É CRIME ! *Conteúdo destinado a indivíduos maiores de 18 anos. *Não deixe de votar e comentar. *As imagens representam os personagens. Blake Liv...