Capitulo 25

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Lembrei do Pub que fui com Tici e seus amigos e resolvi extravasar a raiva e se meu plano louco der certo, Diniz vai me seguir até lá, quero fazê-lo sentir um pouco do gosto amargo que estou a sentir.

Quando chego em frente do pub estaciono meu carro e percebo o Carro dele a poucos metros de distância, desço e arrumo minha roupa, abro a bolsa e pego um batom e o passo nos lábios. Dou uma chacoalhada no cabelo e vou até a entrada.

- O que tem de bom hoje? (Pergunto ao recepcionista)

- Uma banda local.

- Uma entrada por favor. (Digo estendendo o dinheiro)

Quando entro não tem muita gente mas está até animado para uma terça-feira, por um momento penso: ou este povo não trabalha ou estão todos querendo extravasar como eu. Vou direto para o bar e peço uma caneca de cerveja.

-É eu sei, eu jurei por duas vezes não beber, mas quer saber? Que se foda! (Falo pra mim mesma)

Não vi Diniz entrar, mas sei que ele está em algum lugar por perto. Na metade da caneca já me sentia tonta. A porra da bebida tem destas coisas, traz alegria e tristeza ao mesmo tempo. Tomo minha primeira caneca sentada no bar, na segunda um rapaz muito charmoso senta ao meu lado e começa a puxar conversa.

- Vai mais uma? (Ele pergunta)

- Porque não? (Sorrio)

Ele pede duas canecas,  uma para mim e outra para ele. A conversa não é muito interessante,  vou ser sincera, mas ele é até gatinho. Bruno tem uma banda de Rock e as vezes faz show no Pub. Somos bem opostos, mas ele é divertido e me convida para dançar e aceito. Terminamos nossa bebida e vamos para o meio do salão. Dançamos uma, duas, três músicas e vejo Diniz sentar no mesmo banco do bar que eu estava, ele estava de braços cruzados e com cara feia, sei que estava aborrecido e esta era a intenção.

- Bruno, rola mais uma cerveja? (Falo em seu ouvido)

Ele concorda e pega em minha mão e sai me puxando para o bar, ficamos lado a lado com Diniz, o ignoro por completo.
A terceira caneca desceu mais fácil que as duas primeiras. E sinto que estou prestes a perder o controle, e é esta minha merda de intenção.
Me encosto no balcão e Bruno fica atrás de mim, coloca seus braços nas laterais do meu corpo e suas mãos sobre o balcão. Sussurra algumas bobagens e me faz rir, fazendo-me jogar a cabeça para trás sobre seu ombro.
Olho para Diniz que me fuzila com os olhos e eu: filha da puta,  dou uma piscadela de olho para ele. Fazendo ele fechar os punhos. Quando percebo que ele está prestes a explodir de raiva, tomo o resto da minha cerveja de uma só vez.

- Mas uma? (Bruno pergunta e eu concordo com a cabeça)

Podia ver chamas nos olhos de Diniz, pela minha atitude louca, imatura e estupida, mas eu queria ser estupida. Quando a cerveja chega, viro-me de frente para Bruno e roço meus lábios no dele. Quando Bruno tenta me beijar, impeço colocando o dedo indicador em seus lábios carnudos.

- Dança comigo? (Pergunto)

- Só se eu fosse louco de perder a oportunidade de dançar com uma mulher linda como você. (Bruno diz pegando em minha cintura)

Sei que Diniz ouviu e o encarro com sorriso de: aceita que dói menos. Bruno me puxa para mais próximo do salão, mas não quero ir para longe, quero que Diniz me veja nos braços de outro, quero que sinta minha dor. Fico de frente a Bruno a balançar meu corpo rosando no dele, suas mãos deslizam pelas minhas costas, chegando até minha bunda. Chego a prender a respiração. Que atrevido. Mas ele é o que preciso hoje, não me sinto feliz de usá-lo para provocar Diniz mais não tinha melhor.

Não quero ir longe demais com isso, então me viro de costas para Bruno e fico de frente para Diniz, quando os primeiros acordes de Pink - Try começam a tocar. Balanço meu corpo bem próximo ao de Bruno que aproveita da situação.
Fico a encarar Diniz e sensualizando com Bruno, levanto os braços e Bruno leva suas mãos para cima e as deslizam acariciando dos braços até as laterais do meu corpo. Me entrego a música, pois ela diz tanto, queria que fosse Diniz a me tocar o olho com lágrimas nos olhos, quero que ele percebe que tudo aquilo é por ele é quando ele fecha os olhos em sinal de: eu sei que fiz merda, eu fecho os olhos. Tento senti-lo, e me entrego ao ritmo, sei que ele observa. Jogo minha cabeça para trás quando Bruno passa seu rosto em meu pescoço me fazendo arrepiar.

- Preciso ir ao banheiro (digo ao perceber que estava indo longe demais)

- Beleza, vou ao bar pedir mais cerveja. (Bruno diz com um sorriso malicioso)

Vou em passos rápidos ao banheiro, me olho no espelho e sei que estou para lá de fodida. Só tenho duas opções ou vou embora como entrei ou vou trepar com Bruno que está na cara que está querendo uma trepadinha sem compromisso. Porem eu não sou capaz de ir tão longe. Então melhor sair de fininho.
Quando saiu do banheiro dou de cara com Diniz.

- Que merda você está fazendo Helena? (Ele grita)

- Va se foder! (Grito de volta)

Diniz puxa-me pelo braço quando tento sair. Bruno aparece e vê a cena.

- Algum problema gata? (Bruno diz encarando Diniz)

- Não, o moço me confundiu com alguém conhecido dele. (digo tentando tirara as mãos de Diniz no meu braço, mas ele aperta ainda mais)

- Qual é cara, a garota já disse que não lhe conhece. (Bruno diz tirando as mãos de Diniz de mim)

Vejo chamas nos olhos de Diniz, percebo que eu já tinha ido longe demais com aquilo. Não terminaria nada bem se eu não sai-se dali.

- Bruno desculpe, preciso ir embora. (Digo me afastando de Diniz)

- Vamos para um lugar mas reservado gata. (Bruno diz sedutor, barato, mas sedutor)

- Ela não vai a lugar nenhum com você. (Diniz diz entrando no meio)

- Qual a tua gringo? (Bruno diz irritado)

- Helena já para o carro!  (Diniz ordena)

- Vai a merda,  você não manda em mim. (Grito)

- É seu irmão gata? (Bruno pergunta encarando Diniz)

- Não! Sou o Homem dela (Diniz rosna)

Me adianto a ficar entre os dois, que estão para partir para briga.

- Que homem deixa a mulher solta? Só se for um que goste de ser corno!

Num impulso repentino Diniz me empurra para o lado e mete um soco no pobre do Bruno, que voa por meio do salão.

- Você é louco? (Grito)

- A única louca é você. (Diniz rosna)

Diniz me pega no colo e joga-me por sobre seus ombros fazendo eu ver tudo muito louco e sai do Pub . Foi tudo tão rápido que não vi o Pobre Bruno.
Diniz destrava seu carro e me joga como se eu fosse um saco de batata, no banco de traz . Entra no carro e sai voando para a estrada. Tudo está girando, a porra da cerveja é foda. Bebi muito (penso).  Eita meu carro.

- Meu carro seu estupido. (Protesto)

- Depois mando alguém pegar.

- Vão roubar meu carro. (Grito, socando o acento dele)

- Quem vai querer roubar um besouro?

Queria rir mais me sinto tonta, enjoada e acho que vou ....

- Quero vomitar... (seguro-me)

Diniz freia bruscamente me fazendo ir para frente. Abro a porta e vomito litros. Diniz calmamente sai do carro e vem para meu lado.

- Que merda ... está vendo no que dá beber?

- Que se foda... (mas vomito,  que chega a doer a garganta)

- Acabou? (Ele diz sorrindo)

O encaro, o filho da puta é lindo e gotoso, se eu não tivesse com raiva dele, fodia com ele aqui mesmo. O cara fode muito, é gostoso e tem um sorriso infernal. Porque tinha que ser tão bom este merda?

- Quero ir para casa. (Digo e fecho a porta do carro)

Doce saborOnde histórias criam vida. Descubra agora