Doce sabor

Capitulo 43

A viajem foi tranquila, paramos algumas vezes para comprar agua, fazer um lanche, almoçar e ir ao banheiro, quando chegamos em Brotas já era fim de tarde. Fizemos a viajem sem presa, tirando foto da paisagem e ouvindo música, não como eu gosto de ouvir nas alturas, até tentei ir com Tuca no Jipe mais Diniz não permitiu pelo desconforto. Como não tive muita escolha e já sabia o que me esperava levei meu fone de ouvido para ouvir minhas músicas no meu celular.

Quando chegamos a Brotas ainda fizemos alguns quilômetros para chegar a casa. Fiquei espantada com o abandono que encontrei, tudo bem que a dona Mariazinha tem feito o que pode mais a casa não tem a mesma vida de quando meus pais .... Bom, ela precisa de uma boa pintura, o portão de entrada precisa ser substituído, a grama morreu e algumas plantas também.

Porem dentro da casa está como se ainda morrace alguém lá, muito limpa e tudo perfeitamente no lugar. Dona Mariazinha parecia que tinha visto um fantasma quando me viu, ficou mais pálida e branca do que já é. Mas logo me abraçou carinhosamente me puxando para cozinha, ela falava tanta coisa, mais eu não conseguia acompanhar suas palavras.

A casa não é muito grande mais é confortável, com usa boa sala, 3 quartos, dois banheiros e uma varanda ao redor de toda a casa, onde costumávamos ficar deitados em redes. É uma casa rustica de campo, com moveis antigos e um terreno imenso. Hoje parece menor do que quando eu era criança.

Eu não conseguia dizer muito, pois uma onda de sensações tomava conta de mim. Todos falavam ao mesmo tempo, por enquanto que eu estava ali, sentada no banco da antiga mesa de madeira na cozinha, enquanto dona Mariazinha (nome carinhoso que usamos para a senhora) coava um café quentinho em um coador de pano. Tudo tão ... É como se eu estivesse a fazer uma viajem no tempo, voltando ao passado, voltando a infância, ao tempo de faculdade onde aproveitava os feriados prolongados e férias para retornar para casa, para antigos hábitos.

- Venham tomar um cafezinho. (Dona Mariazinha diz colocando sobre a mesa as canecas de ágata) Cachinhos de ouro você está bem?

- Há sim. E a senhora como esta as coisas?

- Estamos levando, o Tião está cada dia mais pior, o velho não tem emenda. A Denise se casou e tem 3 filhos e o Junior trabalha em uma oficina da cidade, mas não fala em casamento. (Ela diz servindo-me um café) Este povo não vem tomar café não?

- Acho melhor gritar. (Digo sorrindo ao lembrar como ela costumava nos chegar no quintal)

Dona Mariazinha vai até a sala e começa a gritar para que todos se reunião para tomar café. Ela sempre ajudou na casa, e quando meus pais estavam a trabalhar ela tomava conta de nos. Tínhamos hora para tudo com ela e ela estava sempre alvoroçada e apresada para fazer tudo. Logo todos aparecem e sentam na grande mesa para tomar café e comer Bolo de fubá que dona Mariazinha tinha preparado.

- Você está bem meu amor? (Diniz diz dando um beijo na minha mão)

- É como voltar no tempo. (Digo olhando cada detalha naquela cozinha)

A cozinha sempre foi o grande centro da casa, onde muitas vezes ficávamos horas e horas a conversar. Quantas e quantas vezes minha mãe e dona Mariazinha ficavam a fazer bolos e biscoitos para nós e nossos amiguinhos, pois todos nossos amigos gostavam de se reunir em nossa casa. A sala pouco era usada, meus pais nunca foram ligados em televisão, raramente usávamos a TV, mas o som era quase o dia todo. Quando terminei meu café e pedi licença para me levantar.

- Para onde você vai? (Diniz pergunta)

- Vou ao meu quarto. (Digo olhando a Mariazinha que acena como que dizendo siga)

Lagrimas caiam suavemente sobre eu rosto enquanto me dirigia ao corredor dos quartos. No corredor ainda tinha alguns quadros decorativos mais os com fotos já não estavam mais lá, só as marcas de que ali tiveram quadros um dia. Quando chego a porta do meu quarto seguro a maçaneta com tanta força como se fosse necessário alguma foça para abrir. Prendo a respiração e abro a porta.