C A R O L I N A
estava há muito tempo conversando sobre absolutamente tudo com o senhor zequinha. ele era tão fofo, amoroso que me dava vontade de colocar em um potinho e levar pra casa. arthur estava no celular o tempo todo e quando falava, era pra concordar em algo que seu avô falava.
— eu amo cachorros minha filha! mas o arthurzinho não deixa ter no apartamente — ele disse, brincando com a heda que estava animada com ele. incrível.
— por que ele não deixa? — perguntei para ele, mas com os olhos focados no arthur, que não saia do maldito celular.
— porque cachorro faz muita sujeira, e quem daria atenção? — ele falou pela primeira vez diretamente pra mim.
— eu já disse que cuido. limpo tudinho, tudinho — ele disse, fofo e eu dei uma risadinha.
meu deus, tira essa vontade de mim de dar um cachorrinho para este homem!
— nada disso! já falei que se quiser um hamster ou um peixe, eu vou até junto pra comprar — arthur falou, agora para o seu avô.
— senhor zequinha, eu faço parte de um projeto de cachorrinhos de rua. nas quartas feiras a gente sempre vai visitar, até mesmo pega alguns outros na rua. se o arthur concordar, quando você quiser, eu posso te levar comigo — eu disse e vi o senhor olhar todo esperançoso para o neto.
aquela ingenuidade dele estava me matando de amor. arthur deu uma risada gostosa assim que viu o rosto de piedade de seu avô.
— tá bom. vocês venceram! — ele disse e o senhor ergueu os punhos cerrados pra cima, como símbolo de vitória. abracei o senhor de lado.
— você ouviu isso, heda? — ele disse, se abaixando pra abraçar a cachorrinha, que lambeu seu rosto.
olhei para o arthur, que estava me encarando. ficamos naquela troca de olhares por um bom tempo, até seu zequinha voltar a falar comigo.
— tem como ir amanhã? ou só funciona na quarta? — ele perguntou, esperançoso. me fazendo sorrir.
— ei, ei. não senhor. amanhã tu tem consulta, pode não — arthur respondeu ao senhor, que ficou desanimado.
— quarta feira a gente vai, seu zequinha, sem falta — falei e desviei meu olhar para o arthur — não é?
ele me encarou por alguns segundos e assentiu.
— quarta, eu vou falando com a carol e então vocês vão — ele disse e o senhor concordou, sorrindo.
— agora eu preciso ir. tenho algumas coisas do trabalho pra fazer ainda — eu falei, voltando a colocar a coleira na heda.
— ai, ja vai minha filha? — ele perguntou e eu assenti. abraçando ele com afeto.
— daqui dois dias a gente vai. nem vai demorar — eu falei e ele assentiu. sorrindo meigo.
fiquei com receio de me despedir do arthur, mas abracei ele do mesmo jeito. o quanto eu senti falta de estar ali nos braços dele, não estava escrito.
— não sei porquê não deixa ele ter um cachorrinho — sussurei no ouvido dele, que riu abafado.
— tchau pra vocês.
— ah. nenhum beijinho? — ele falou desapontado, enquanto olhava pra gente. gargalhei alto.seu zequinha parecia uma criança. estava apaixonada por esse jeitinho dele.
voltei a ficar na frente do arthur. fiquei na ponta dos pés pra selar sua boca e ele segurou meu rosto pra intensificar mais o contato. senti aquelas velhas borboletas no estômago.me afastei e encarei o senhor, que me encarava com um sorriso puro e sincero.
— foi um prazer conhecer o senhor — abracei ele novamente.
— eu amei conhecer você! — ele disse e eu comecei a entender de onde o arthur puxou o jeito.
— quarta a gente se vê então, ein
olhei uma última vez pro arthur, que sorriu pra mim, dessa vez sincero. voltei a caminhar por uns vinte minutos e depois voltei pra casa. com um sorriso idiota no rosto.
fui diretamente trabalhar em alguns novos projetos, mas não conseguia tirar toda aquela sensação adolescente de dentro de mim.
...
ja estava terminando de fazer meu trabalho, até receber uma mensagem dele. que me fez perder total o foco e dar atenção somente aquilo.
arthur 🫀
você não faz ideia do quanto ele
precisava dessa alegria que você deu
pra ele hoje. muito obrigado mermo!porra de crusher!!!
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eu amo quando vocês comentam, sério! me deixa mt mt mt feliz. sério!
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perdição | volsher
General Fiction"carolina é uma obra de arte. foi feita na medida certa, especialmente pra mim. eu a teria esculpido da mesma forma. com as mesmas curvas e linhas! sem mudanças." -- ramos, arthur.