capítulo cinco

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C A R O L I N A

um cara subiu no palco, suponho ser o apresentador. Ele parecia bem empolgado.
 
— boa noite, galera! — ele gritou e atrás da gente surgiu um coral de "uol". Sorri.

— vamos receber os primeiros oponentes da noite. César, Coringa e Budy Poke! — ele mais uma vez gritou ao apresentar alguns caras. Eu e Bárbara deixamos um gritinho escapar.

— ele é bonito — Bárbara disse baixo para mim.

concordei. Eu sempre achei o Coringa bonito, nunca escondi.

nunca cheguei a vir em uma batalha, mas sei a febre que está atualmente. E deixei as vibrações do lugar tomarem conta de mim. Reagia como meu corpo pedia.

— do outro lado, para encarar esse trio. Knust, Pelé e Orochi! — mais uma vez ele anunciou e eu quase cai pra trás quando o Orochi subiu.

sempre ouvi muito as músicas dele, muito mesmo! Posso me considerar fã.

— você sabia que ele viria também? — eu estava chocada.

— tô tão surpresa quanto você — ela falou, sincera.

logo a batalha começou e eles não estavam levando a sério, estavam mais na gastação. Eu estava amando aquilo.

— nossa, VV ali vende bebida, não tinha visto — a cachaceira não pode ver uma pinga.

— se for pegar alguma coisa, pega pra mim também tá? — pedi, porque ninguém é de ferro. Fazia um tempo que eu não bebia também.

— pode deixar!

logo eu estava "sozinha" no meio da multidão, mas não me importei. Foquei na batalha.

— tô pique deadpool. Tá eu, vera verão e maria gadú — Coringa gastou o Pelé e Knust, se eu não me engano. Não segurei a gargalhada que saiu da minha garganta. Muito bom!

Knust devolveu, mas devemos admitir não foi tão boa. Não demorou para a minha irmã estar com dois grandes copos na mão. Um deles ela me estendeu. Segurei o canudo e suguei todo líquido. Era uma delícia.

— o que que é isso? — perguntei curiosa, enquanto olhava pro copo tentando decifrar.

— é tipo uma batida, tá ligada? Só que esse vai alguns ingredientes especiais — ela disse maliciosa e eu semicerrei os olhos.

— que merda colocaram aqui?

— calma, é brincadeira! É que eu pedi a batida e podia escolher com qual bebida faria. Pra escolher 51, Velho Barreiro ou Jurupinga. Peguei um Velho Barreiro!

agora tava explicado o motivo de tá tão gostoso. A mistura de abacaxi com uva me deixava instigada a cada vez mais beber. Os caras continuavam a batalhar e a Bárbara parecia hipnotizada pelo Mc.

passei os olhos por todo lugar e...

ah eu não acredito. Se isso não for perseguição o destino tem levado bem a sério o que eu disse sobre me encontrar com ele, de novo. Arthur estava distraído observando os colegas batalharem e ele sorria como se estivesse se divertindo. Do nada ele pareceu procurar alguma coisa, assim que achou o meu olhar sorriu de lado e umedeceu os lábios com a língua.

Revirei os olhos e sorri. Acenei pra ele que deu uma piscadela, mas voltou a atenção no palco.

— nem te falei, né? — chamei a atenção da Bárbara. ela me olhou pedindo que eu continuasse.

— sabe aquele cara que, até o Paulinho comentou que estava me olhando fazia um tempo, e também o cara do olhar bonito que eu tinha falado? Então, depois que você saiu, ele me pediu para sentar lá comigo, a gente conversou um pouco e eu achei muito interessante a vibe dele. Com isso, ele acabou pedindo meu número, mas eu tenho a memória horrível, cê tá ligada! Não consegui passar, mas aí fui embora e ele começou a me seguir do nada, Bárbara. Nem passei meu insta pra ele — ela tinha os olhos divertidos em mim, assim como o tom que eu falava — agora o cara tá aqui.

ela esbugalhou os olhos e procurou por ele, até que achou. Bárbara voltou lentamente o olhar em mim e gargalhou maliciosa.

— nem preciso dizer o que ele está querendo, né? — seu tom era malicioso.

— ah claro, porque ele não estar querendo ser meu amigo né? — estava irônica.

— claro que pode, mas a gente sente quando é algo a mais — ela estava certa. Não acho que ele esteja querendo ser apenas meu amigo, eu não era tão inocente assim.

— mas e ai, cê pega?

um homem desse eu caso, mas não preciso falar também né.

— olha, a gente nem conversou muito assim, mas mano, se caso as ideias baterem não tem porque não — fui sincera. Pelo o menos nisso éramos idênticas, não conseguíamos ficar com as pessoas sem antes rolar uma conexão, por mais fraca que fosse.

— tá certo, tá certo!

voltamos a prestar atenção e algumas vezes meus olhos desviavam para o Arthur que sempre estava distraído. Quando acabou e eles conversaram entre eles, Coringa colocou os olhos na minha irmã e sorriu grande vindo até nós.

— olha quem tá vindo pra cá — falei baixo e ela apenas sorriu na direção dele.

— fala gata? — ele cumprimentou ela com um beijo na bochecha. Podia jurar milímetros para o lado sairia um selinho.

— e ai! Mandou bem. Merecido o ganho — Bárbara parecia tão pateta.

— que isso, pô! — ele se fez de constrangido, mas de tímido eu sei que não tinha nada.

— deixa eu apresentar minha irmã mais nova — ela apontou para mim e ele percebeu minha presença.

— não tinha te visto, foi mal! — ele me abraçou e eu retribui carinhosamente.

— fica tranquilo! Prazer te conhecer, sou uma grande fã — disse sorrindo e ele sorriu junto.

— obrigado. Ai cês não se parecem nada — ele intercalou o olhar em mim e na Bárbara

demos risada.

— sou adotada! — ela respondeu primeiro.

— tá explicado agora. Que maneiro cara! — ele disse rindo.

— bom, eu não gosto de empatar nada. Então, eu vou dar uma circulada. Qualquer coisa me liga — disse, eu já saindo dali de perto. Vi escrito na testa do Coringa um enorme obrigado.

caminhei pra fora da multidão. Meu copo ainda estava cheio, mas nada que alguns minutos não resolvessem isso! Me sentei na calçada, enquanto observava a multidão de longe. A noite estava agradável e a brisa batia no meu rosto com leveza. Adoro isso!

— não sou psicopata!

tomei um susto. Olhei pra trás e vi ele sorrindo pra mim.

a carol é toda zen, né não? eu amo isso
capzinho da madru pra vocês 🥰

perdição | volsherOnde histórias criam vida. Descubra agora