C A R O L I N A
alguns dias passaram e arthur tem sido distante. desde que eu me declarei pra ele na casa de campo, a gente não se viu. nos falamos as vezes por mensagem e parece sempre ser algo forçado da parte dele, como se não quisesse falar comigo.
queria muito acreditar que devia ser algum problema em casa ou até mesmo no trabalho, mas o meu instinto inseguro gritava que ele provavelmenre estava fazendo o que fez com outras.
as palavras da ana ecoaram na minha cabeça.
— ele sempre enjoa, de todas.
ele se enjoou de mim. certeza!
— carol. o que essa cabeça linda tanto pensa? — minha irmã me questionou, chamando a minha atenção.
até então, eu estava na rede, observando o céu que estava azul pra caramba hoje.
— ah sei lá. sabe? — falei pensativa.
— na verdade, não sei não. você pode ne dizer? — ela sentou do meu lado.
— é o arthur — falei e ela apenas me olhava como se pedisse para proseguir — tô com medo dele ter enjoado de mim. ele parece tão distante — confessei.
— ja se abriu pra ele? — me perguntou, fazendo um leve carinho no meu cabelo.
— na verdade, não! tô com medo de tá viajando nisso — deitei a cabeça no ombro dela.
— desde quando você se tornou essa bundona? você só vai saber se conversar com ela — eu sei que ela estava certa. mas arthur me deixava insegura. como ninguém nunca havia me deixado.
— ah babi. faz tanto tempo que eu não gosto de ninguém. e também tá indo tudo tão rápido, tão intenso. eu tô confusa! — admiti e ela riu.
— vv. é exatamente normal você estar assim! só acho que você precisa se abrir com ele — ela disse e eu senti que era o certo.
— desculpa, meu bem. eu vou levar a heda pra passear um pouquinho, ela anda tão tristinha! — eu falei, indo pegar a guia.
— aproveita e alivia essa cabecinha!
— tá bom, amor, pode deixar — falei, sorrindo. colocando a guia na cachorrinha que estava cabisbaixa.
logos estava andando pelas calçadas de ipanema e realmente, eu precisava dessa espairecida. quando eu já estava um pouco longe de casa, decidi sentar um pouco na areia pra dar uma espairecida.
— ei menina. o dia tá tão bonito, não acha? — conversei com a minha cadelinha, que apenas deitou a cabeça na minha perna.
fiz um carinho na cabeça dela e observei em volta. me surpreendi ao ver quem estava ali.
arthur?
não pensei duas vezes em levantar e ir na direção dele, que pedia alguma coisa em um dos quiosques.
— arthur? — chamei a atenção dele, que virou rápido pra trás.
— oi carol — ele disse, surpreso, me abraçando.
— porque não me disse que estava aqui? — perguntei, tentando não parecer possessiva.
— não queria te incomodar. normalmente esse horário cê tá trabalhando — ele tentou se justificar e eu preciso de muito pra não torcer a cara. desculpa mal dada. não tinha melhor não?
— hm. mas você nunca me incomoda — fui sincera — tu não disse que ficaria em casa esses tempos?
— é. carol
— qual foi netão? — fomos interrompidos por um senhor careca que parou ao lado de arthur.
— e ai coroa? — ele falou dando atenção agora para o senhor.
— tu tava demorando cara. agora eu entendi o porquê — ele falou simpático, enquanto me olhava sorridente.
devolvi o sorriso amigável.
— vô, essa é a
— carolina — interrompi o arthur, estendendo a mão para o senhor que revezou o olhar entre mim e o cantor que, não sabe dar o fora em alguém.
— ah você é a namorada do meu neto! — ele disse, sorrindo, negando a minha mão e me puxando para um abraço.
gostei muito dele. muito mesmo!
— ele falou sobre mim é? — perguntei e vi o arthur, com um sorriso mínimo no rosto.
— falou sim. tava doido pra conhecer a surfista que meu neto tanto fala — ele disse, ainda com muita simpatia.
— que bom! parecem ser coisas positivas então — falei, sorrindo.
— são sim. aceita tomar água de coco com a gente, minha filha? — ele sugeriu e eu pensei em negar, mas eu estava muito interessada em conhecer ele. ele me trazia tanto afeto que eu sentia como se fosse alguém que eu conheço há muitos anos!
— claro, claro — eu disse e ele assentiu. indo na frente
— não se preocupa! não vou ficar muito tempo — falei só pro arthur escutar.
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beijos de luz. 7K aqui 😭
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perdição | volsher
General Fiction"carolina é uma obra de arte. foi feita na medida certa, especialmente pra mim. eu a teria esculpido da mesma forma. com as mesmas curvas e linhas! sem mudanças." -- ramos, arthur.