capítulo vinte e três

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C A R O L I N A

ele era perfeito no palco.

consegui fazer uma surpresa para ele de vir para Salvador assistir o último show sem avisar. Não esperava nem mesmo que ele conseguisse me enxergar no meio daquelas pessoas, mas conseguiu.

eu não sabia as músicas dele, mas estava amando aquilo

— V, depois a gente vai lá no camarim pra tirar foto — Lázaro falou do meu lado.

— ô Lázaro, a mina tá pegando o cara, ela tira foto com ele quando quiser — Vicente falou debochado e eu mandei dedo pra ele.

— oh vocês para tá? — falei pegando o copo da mão da minha irmã que estava bebendo —  e nem é só eu que não vai precisar tirar foto

meus amigos olharam na direção da minha irmã com malícia.

— esqueci que a família do nada resolveu pegar rapper — Liz brincou.

— ô lá, o Crusher toda hora olhando pra cá, V — Liz me cutucou e eu encarei ele que mandou beijo. Eu devolvi.

Lázaro me abraçou de um lado assim como a Bárbara de outro quando começaram a cantar alguma música do Coringa. Eu só fui no embalo dos dois

ficamos ali até o Arthur encerrar cantando "sorriso" que eu só reconheci por ter passado as últimas semanas escutando.

— bora, bora pro camarim! — Liz disse empurrando a gente e eu acabei torcendo o pé por estar usando salto.

— porra Eliza — reclamei sentando no chão pela dor. Tirei os saltos.

— tô falando — Lázaro falou me ajudando a levantar — se apoia em mim aí VV.

— desculpa amiga!

  me apoiei no Lázaro e com um pouco de dificuldade fomos para a fila para tirar foto. Fomos os últimos a chegar ali, e a fila estava enorme. Acabei preferindo sentar em algum lugar enquanto eles esperavam na fila.
  fiquei apenas observando o movimento e já sentia o meu corpo no efeito dos copos de bebidas que eu acabei misturando.

  depois de meia hora ali finalmente chegou nosso momento. Lázaro veio novamente me ajudar e assim que entramos vimos mais pessoas do que realmente tinham ali no palco.
procurei por ele e assim que meus olhos encontraram os dele, posaram em um Arthur sem camisa e suado, os dele também me acharam. Ele estava sorridente, mas assim que me viu fechou um pouco a cara a ponto de morder o maxilar. Achei estranho!

— oi princesa — ouvi alguém dizer atrás de mim e quando vi o Coringa selar a boca da minha irmã, entendi de quem veio.

— pode deixar, acho que eu tô melhor — disse — pode ir tirar foto, amigo!

ele sorriu dócil e me soltou. Fui na direção do Arthur, ainda com um pouco de dificuldade.

— oizinho! — falei com voz a meiga e e mostrou um mínimo sorriso.

— eai! — abracei ele e Arthur até retribuiu, só que de um jeito bem chocho — tá tudo bem contigo?

me afastei um pouco para encarar ele.

— sim — ele desviou o olhar pegando uma garrafinha de água — quem que é aquele ali? — ele apontou discretamente com a cabeça. Olhei pra trás vendo o Lázaro.

— o de camisa preta? — perguntei e ele assentiu mantendo o olhar longe — é o Lázaro, meu amigo

— ah, ele estava te carregando por que? — ele perguntou receoso pra não mostrar que estava com ciúmes, mas estava explícito e escrito na testa dele.

  suspirei fundo e coloquei a mão na cintura pra encarar ele.

— tá com ciúme? — perguntei fitando os olhos dele.

— não — ele fechou a garrafa e saiu dali.

olhei para o lado e Filipe Ret estava me olhando com uma expressão que eu não consegui identificar.

— tudo bem? — perguntei sorridente e esticando a mão pra ele.

— tô sim. Cê que é a Carolina? — ele apertou minha mão com firmeza.

— sou sim. Espero que você também seja o Ret — falei com humor e ele riu assentindo.

— eu mesmo! Crusher passou a viagem toda falando de você — Ret disse e eu senti meu rosto esquentar.

— aí ele passou todas essas semanas longes pra quando chegar aqui surtar? — eu olhei na direção dele que riu.

— ele tá com ciúme po. Te viu do palco abraçada com um mano, já mudou o humor.

— porra, que bosta — comentei — odeio ciúmes.

— conversa com ele, mas tenta dar um desconto que o cara paga de desapegado, mas ele é um puta inseguro — ele me aconselhou. Apenas assenti

— será que eu posso me sentar aqui? — perguntei, me referindo ao sofá.

— claro que pode pô — ele foi simpático.

sentei me aliviando.

observei meus amigos passando vergonha quando foram tirar fotos. Por sermos os últimos eles tiraram uma casquinha. Pude ver também olhares que me fizeram ter uma pulguinha atrás da orelha. Liz secou sem pudor o Ret e ele não fez diferente.
Arthur me fitou de longe e eu não desviei o olhar. Chamei ele com a mão e ele suspirou, mas veio.ele se jogou do meu lado, sem me encarar.

— dá pra parar? — perguntei com humor na voz.

— mas eu não tô fazendo nada — ele disse me encarando pela primeira vez.

— tava sim — selei a boca dele, enquanto fazia um carinho na bochecha dele — tava morrendo de saudade e você quer surtar.

Arthur riu e me puxou para um beijo com saudade. Quanto eu senti falta disso.

— tá vendo? bem melhor do que querer implicar comigo — falei me separando dando selinhos nele.

— mesmo assim, fiquei incomodado

— a gente pode conversar mais tarde? Quero curtir o ciumentinho aqui.

— só vou deixar passar porque tô morrendo de saudade da, minha surfistinha — ele selou minha boca lentamente e eu sorri.

— gostei — dei um selinho nele — sua surfistinha!


próxima parada: cardíaca.

vocês estão conseguindo entender a história? ou tem dúvidas em relação a algo??

perdição | volsherOnde histórias criam vida. Descubra agora