capítulo cinquenta e seis

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C A R O L I N A

acordei com o braço dormente. abri os olhos e vi o arthur em cima dele, tentei tira-lo sem o acordar. mas foi impossível. ele se mexeu até abrir os olhos e encarar meu rosto.

— bom dia, amor — falei abraçando ele.

arthur sempre fica tão dengoso quando acorda, que eu sempre tento mimar ele.

— bom dia, princesa. sabe que horas são? — ele perguntou com a voz rouca.

— na verdade, não. pega ai meu celular — falei e ele se desacomodou dos meus braços e pegou o meu celular ba mesinha do lado.

olhei o visor e marcava dez e meia da manhã. graças a deus, eu odiava acordar tarde na casa dos outros.

— levanta ai, bonito, que cê vai me levar pra casa — falei levantando e me arrependendo de ter mexido tão bruscamente.

soltei um grito e levei a mão ao pé da barriga.

— que foi, carolina? — ele perguntou preocupado e eu neguei respirando fundo.

— tô só dolorida, meu bem — falei levantando e dei um sorriso fraco.

— não devíamos ter exagerado. desculpa, amor! — ele disse arrependindo, me fazendo gargalhar.

— relaxa amor, o que importa é que foi ótimo — eu falei abaixando lentamente, pegando a minha saia.

comecei a me vestir em silêncio. eu senti que o arthur estava pensativo, mas esperei ele me dizer.

— amor....

sabia!

virei pra ele com curiosidade.

— ontem, antes de dormir você lembra de ter dito algo? — ele perguntou e eu busquei na memória. neguei.

— não amor, o que? — perguntei.

— nada — ele disse, começando a se vestir também.

enruguei o cenho, mas me dei de ombros, voltando a me arrumar. arthur saiu do quarto, me deixando sozinha ali. garoto estranho!

fui caçar o outro sapato dentro do quarto e achei o potinho de óleo no canto do quarto. estava quase vazio. ele não tinha usado tanto em mim!

droga, eu não queria pensar nessas coisas, nas não tinha como não imaginar o que ele não deve ter feito com todo aquele óleo. com certeza ele usou em outras. na verdade, seria bem lógico ele ter transado com muitas garotas, ele era experiente.

ah merda. merda. eu estou com ciúmes. com muito ciúmes. até semana passada nós não namorávamos, provavelmente eu era a única otária fiel, que não tinha olhos para outros caras. eu sou uma babaca mesmo!

calcei meu sapato na força do ódio, enquanto criava situações na minha cabeça do arthur transando com outras mulheres naquela cama, usando a mesma técnica que usou comigo.

filho da puta! e eu sei que existe a probabilidade de ser apenas algo da minha cabeça, assim como existe chances de ser verdade.

eu peguei meu celular e sai do quarto.no caminho para a sala. encontrei a minha mini cunhada.

— bom dia princesa — comprimentei ela, que sorriu tímida — cadê o seu irmão?

— ele tá na sala com o art — ela disse e eu assenti sorrindo.

voltei a andar e assim que cheguei na sala. avistei o arthur brincando com o lucas.

— bom dia, lucas — falei simpática e ele sorriu pra mim.

— bom dia, carol — ele me cumprimentou educado — carol? como você aguenta o arthur?

ele tentava fazer o arthur parar com as cócegas, que o meu namorado fazia nele.

— pior que eu me pergunto isso todos os dias - falei brincando — arthur, você me leva, ou eu pego um táxi? - perguntei.

arthur parou de rir, me olhando.

— eu te levo! — ele disse seco, largando o lucas, passando na minha frente.

ridicula atitude, arthur. muito ridicula!

— tchau luquinhas. manda um beijo pra todo mundo por mim — ele me abraçou apertado, e eu retribui da mesma forma — amei conhecer vocês!

a família do arthur era tão receptiva e carinhosa. é realmente uma honra conhecer eles.

— acho que o arthur tá irritado. se eu fosse você evitava o máximo falar com ele, pelo menos por enquanto — lucas me aconselhou.

— vou seguir seu conselho, meu amor, muito obrigada. até mais — beijei a testa dele e sai.

desmanchei meu sorriso assim que entrei no elevador e senti o cheiro dele. se ele sabe ficar bravinho, eu sei o dobro. o elevador abriu no G1 e eu desci, procurando pela vaga do carro dele e pelo que eu me lembre. caralho. o carro não estava lá.

comecei procurar por todo o estacionamento, mas nada de encontrar o volvo preto dele. merda!

— senhora? — a voz de um homem fez eco. olhei na direção de onde vinha e parecia ser o porteiro.

— oi? você sabe onde fica a vaga do arthur? — perguntei e ele assentiu.

— fica no 46, mas ele já está la fora com o carro. suponho que esperando a senhorita — o porteiro disse e eu assenti.

caminhei pisando duro até lá fora, vendo o infeliz com cara de bunda, encostado no carro.

— que demora — ele reclamou.

— custa você me avisar? eu fiquei igual idiota te procurando lá dentro — tirei a satisfação na calçada mesmo.

— carolina, não é óbvio? se meu carro não está na sua vaga, é nítido que eu estou aqui fora — ele falava como se tivesse alguma razão. babaca.

— da licença, né arthur? se liga. tenho bola de cristal agora? — perguntei com ironia e ele riu ainda mais irônio.

— vai fazer show, ou vai entrar, garota? — eu odiei o tom dele. odiei mesmo. com todas as minhas forças.

— garota? — o encarei, em dúvida — olha, quer saber? guarda a porra do seu carro e fica em casa. eu vou embora sozinha! — dei as costas, sem ligar se ele estava vindo atrás ou não.

eu não fazia ideia pra onde eu tava indo, só seguia a intuição. não fiquei tão estressada com ele assim. devo admitir que cinquenta por cento era o meu ciúmes doentio, que eu não faço ideia de como surgiu. e outros cinquenta por cento era por ele estar me tratando assim.

continuei andando, pisando firme.

— entra logo!

agora só vem pedrada viu 🤙🏼

perdição | volsherOnde histórias criam vida. Descubra agora