capítulo sessenta

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C A R O L I N A

e lá estávamos nós, dentro de uma van há cinco horas. todos os meus amigos estavam lá e interagiam com os amigos do meu namorado, o quanto isso era maravilhoso, não tava escrito.

ainda faltavam dez horas pra chegar em jurerê, e eu sabia que em alguma hora, eu precisaria colocar minhas aulas de ioga em prática.

- o que essa cabecinha linda tanto pensa? - arthur perguntou, sentando do meu lado.

- ah amor, tô so curtindo a vista. é legal ver as pessoas que eu gosto se dando bem! - disse toda boiola, vendo todo mundo cantando alguma música engraçada.

- tudo por você, princesa - arthur falou, pegando um chiclete na bolsa dele.

estendi a mão pidona e ele me olhou com deboche.

- esquece. acabou! - ele mentiu, na cara dura ainda.

- vai recusar um chicletinho pra tua namorada? - fiz drama e ele assentiu.

- não vou dar não, senhora. lembra da última vez que tu comeu? tu roubou todos os chicletes do meu carro, pô? mancada! - ele levantou e eu encarei ele, indignada. homem do coração ruim! onde já se viu.

- eu vou lembrar disso! - fiz um joinha pra ele, que mandou um beijo, voltando a falar com as pessoas.

esperei ele se distrair, pra abrir a bolsa dele e pegar o pacote inteiro pra mim. isso que dá me recusar as coisas.

coloquei um na boca e fui falar com o pessoal. me fazendo.

·

- então, deixa eu te falar. vê se me entende legal, crusher tu é meu namorado, mas mama aqui meu. uau! - me empolguei na rima e, todos gargalharam por eu evitar falar pau.

- fala pra mim, bárbara, minha cunhada, vou mandando aqui na improvisada. fala se não é que a carolina gosta de meter mó marra, mas na hora h vira bundona e se paga de kátia - arthur tentou me gastar, mas parecia que estava com medo de me zoar. fraco demais.

quando a gente tá sozinho, ele me amassa sempre.

- escuta meu amor, parece que tá com pavor. sua qualidade de rima tá sem graça e muito ultrapassada, tu não era o brabo da improvisada? - fui debochada e todos da van fizeram um coral de "uou".

arthur revirou os olhos e mandou o dedo.

- barulhos para o crusher - gilson perguntou e só o chupeta do coringa gritou.

- barulhos pra vegana do corre - gilson falou o meu codinome, que eu precisei inventar no improviso.

todos fizeram barulho e eu mandei um beijo debochado para o meu namorado.

- agora outro casal. vem babi, vem vitinho - gilson falou pro casal ir pra frente e assim eles fizeram.

- porra, agora vai pegar fogo - milena me falou e eu assenti.

- quem começa? - gilson perguntou e coringa levantou a mão.

- vamo começar, devagar sem zoar. minha mina é linda, mesmo sendo louca. a coisa mais gostosa é um beijo na boca. eu vim de beagâ', cantando os meus versos, então garota pega teu banquinho e vai saindo reto. o pai é do improviso e nisso eu tô certo, minha rima vai te deixar sem teto, tua área é a foto, enquanto eu ganhar nessa, tira um retrato! - coringa soltou e eu fiz um "uou". minha irmã me lançou um olhar diabólico.

- an an. esse zoin tá manjado já nas rima, eu tô aonde eu quiser, então respeita A mina! - todo mundo gritou - escuta meu amor, sem caô. o papo aqui é reto e tu vem movendo história, cheguei agora no improvisado, mas vou levar a glória! tu falou pra eu tirar um retrato de quando ganhar nessa, mas tu não vai passar de mim, vou ficar te devendo essa. na batalha com os manos, você é debochado, mas aqui comigo tu não passa de um pirralho.

minha irmã amassou legal!

- minha irmã, né? - me gabei.

- tu tava torcendo pro victor, que eu tô ligada - ela me desvendou e eu gargalhei me fazendo de sonsa.

- jamais, eu amo você e devo torcida somente pra tu maninha.


🧸🤌🏼

perdição | volsherOnde histórias criam vida. Descubra agora