capítulo sete

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C A R O L I N A


— não! — gritei para a Heda que se jogava na lama do quintal.

— eu não acredito que ele se sujou de novo — Bárbara colocou a mão no rosto suspirando.

era a segunda vez que damos banho nele, no mesmo dia.

todo resto dos cachorrinhos estavam secando no sol, mas só a Heda quer rolar na lama. Incrível!

— Heda, vem aqui!

a cachorra veio até mim. Abaixei para ficar na reta dela.

— a mamãe não quer te prender, mas você não tá se comportando — falei como se ele entendesse, mas a Heda não é burra! Ela sabe bem quando apronta.

levei ela para perto dos irmãos, só que diferente, ela na coleira, coisa que nunca acontecia.

comecei a dar o terceiro banho nela, que me molhou inteira. Quando terminei, precisei sair correndo dali pra não ver a cena dela presa e os outros soltos.

mas, ela era terrível!

assim que coloquei os pés em casa, vi que a Bárbara tinha colocado o almoço.

— vou só tomar banho e já venho! — avisei.

fui para o único banheiro da casa e tomei um banho rápido. Coloquei uma roupa fresca e deixei os cabelos molhados mesmo.

peguei meu celular que até então, não tinha encostado desde ontem à noite. Tinham algumas mensagens anônimas e por alguns segundos eu me perguntei quem seria, ai eu lembrei dele.

sorri entrando imediatamente no aplicativo.

~ crushert mano você tem quantas canetas escondidas?

~ crushert não tive a oportunidade de agradecer pela noite. Obrigado foi da hora hoje

Carolina talvez eu tenha uma arma e você nem saiba KKK

Carolina mas foi legal mesmo. Nunca pensei que daria tanta risada com alguém.

no mesmo minuto ele visualizou minhas mensagens e logo começou a digitar.

Arthur "faça ela rir até ela esquecer que você é feio"

Carolina você não é feio não, Art.

chamei ele pelo apelido que eu vi o Coringa usar ontem quando se referiu dele.

Arthur eu não sou feio? É um avanço

— tá sorrindo para as paredes é? — Bárbara ainda colocava o seu prato. Percebi que eu tava sorrindo ainda.

dei risada e bloqueei a tela. Fui almoçar

— é o Arthur — eu disse negando com a cabeça.

— ficou tanto tempo lá com ele, nem um beijinho? — ela perguntava e eu ri colocando a comida no meu prato.

— conversar com ele é bom demais, nem notei o tempo passando — eu me sentei ao lado de Bárbara, que me encarava maliciosa.

— bom, então já que as ideias bateram você pode pegar ele — ela deu de ombros. Entortei a boca pensando.

— é talvez. Mas chega de falar de homem, pô, quero saber qual foi a tua, para ir para São Paulo?

— eu vou só fotografar lá por alguns dias. É pra um catálogo importante — Bárbara deu de ombros e deu uma garfada na comida.

perdição | volsherOnde histórias criam vida. Descubra agora