C A R O L I N A
e lá estava eu, sentada no salão, esperando o arthur terminar de fazer a loucura que é pintar aquele cabelo lindo dele. ele ia platinar e meu coração tava quase saindo pela boca.
eu amava aquele moreninho dele. porra.
quando ele sentou na cadeira, eu senti vontade de ir lá e dar um soco na cara dele, pra ver se ele acordava. mas, não, eu precisava respeitar!
— tem certeza, amor? — perguntei vendo o cara mexer o pincel no potinho.
— sim, fica tranquila amor. depois eu pinto de novo — ele disse. e parecia tão confiante.
— tá bom então. tu que sabe — falei, dando de ombros.
rodrigo passou o pincel com o produto no meio da cabeça dele. e eu arregalei os olhos de imediato. não estava preparada ainda.
caralho.
— ai mano rod — ele resmungou — quero lançar o nevou mais não, pai. tô arrependido — arthur disse brincando, mas sua cara era de pavor.
gargalhei alto.
— eu perguntei se tinha certeza. o gostosão ai "ain, amor, depois pinto" — tirei onda da cara dele, que nem pensou duas vezes em mostrar o dedo.
— carolina, fica quieta — ele disse, me fazendo rir.
comecei a observar direito o salão e vi que ali também cortava cabelo feminino. interessante.
— rod, é tu que corta o cabelo das mulheres? — perguntei.
— é eu memo pô. por que? tá afim? — ele perguntou, enquanto tinha a atenção em deixar meu namorado sem o pretinho lindo dos seus cabelos.
— tava pensando sim. sabe cortar em camadas? — perguntei e ele parou de passar o descolorante no cabelo do meu namorado, para me encarar com deboche.
— eu sou cabeleireiro, lina — ele me apelidou horrivelmente. meu deus.
— lina é de foder, né — brinquei e ele riu negando.
voltei a ver meu namorado e depois de longos minutos. ele estava loirinho platinado. era incrível como ele não conseguia ficar feio em nada. homem gostoso da porra.
— ai, não ficou ruim não — ele disse, se olhando no espelho.
— tá lindo, amor — disse sincera e ele mandou beijo pra mim pelo reflexo.
— vamos, lina? — rodrigo brincou e eu mostrei o dedo pra ele, indo sentar onde o arthur estava.
— por camadas, então? — ele perguntou e eu concordei.
ele me botou um avental e eu aproveitei o tempo livre pra responder alguns clientes e até mesmo fornecedores pelo celular.
— branquinha, tu vai passar o natal lá em casa, não é? — arthur perguntou e eu assenti.
minha sogra já havia me convidado há semanas atrás.
— vou, por que?
— acho que não vou conseguir. tenho show dia vinte e quatro, lá em recife.
encarei ele pelo espelho no mesmo instante, não escondendo meu descontentamento.
— pô, qual foi? primeiro natal que eu vou passar com a sua família e você não vai estar? — estava chateada mesmo. eu sei que é trabalho e o quanto ele ama, mas caralho também né?
— cê sabe que é meu trabalho, loirinha — ele falou, fazendo aquela cara de sonso.
— pode pá — disse, magoada.
voltei minha atenção no celular.
·
já estávamos quase terminando meu cabelo, quando escuto uma voz feminina e animada atrás de mim.
— arthur? caralho, quanto tempo — olhei pelo espelho curiosa. era uma morena muito linda. tinha o corpo escultural e os cabelos cheios encaracolados. era linda demais.
— quanto tempo mesmo. achei que nunca mais ia te ver pô — arthur abraçou ela.
estávamos no vidigal, é natural ele conhecer grande parte das pessoas por aqui. vive aqui com os meninos, ou até mesmo gravando.
— tá pronto, vv — rod falou e eu me encarei pelo espelho. amei demais. estava lindo.
— amei. obrigado rod! — disse sincera e ele mandou beijo e foi pra onde estavam os dois conversando.
— bruna. a faixa! — rod cumprimentou a morena.
esse nome não me era estranho.
bruna?
bruna.
bruna!
lembrei quem era, ou pelo menos seria conhecidencia arthur conhecer duas brunas. ele nunca me falou sobre a ex dele, não tenho ideia de como ela seja, mas se for essa, era um tremendo mulherão.
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beijos de luz amores!
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perdição | volsher
General Fiction"carolina é uma obra de arte. foi feita na medida certa, especialmente pra mim. eu a teria esculpido da mesma forma. com as mesmas curvas e linhas! sem mudanças." -- ramos, arthur.