capítulo sessenta e sete

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C A R O L I N A

e lá estava eu, sentada no salão, esperando o arthur terminar de fazer a loucura que é pintar aquele cabelo lindo dele. ele ia platinar e meu coração tava quase saindo pela boca.

eu amava aquele moreninho dele. porra.

quando ele sentou na cadeira, eu senti vontade de ir lá e dar um soco na cara dele, pra ver se ele acordava. mas, não, eu precisava respeitar!

— tem certeza, amor? — perguntei vendo o cara mexer o pincel no potinho.

— sim, fica tranquila amor. depois eu pinto de novo — ele disse. e parecia tão confiante.

— tá bom então. tu que sabe — falei, dando de ombros.

rodrigo passou o pincel com o produto no meio da cabeça dele. e eu arregalei os olhos de imediato. não estava preparada ainda.

caralho.

— ai mano rod — ele resmungou — quero lançar o nevou mais não, pai. tô arrependido — arthur disse brincando, mas sua cara era de pavor.

gargalhei alto.

— eu perguntei se tinha certeza. o gostosão ai "ain, amor, depois pinto" — tirei onda da cara dele, que nem pensou duas vezes em mostrar o dedo.

— carolina, fica quieta — ele disse, me fazendo rir.

comecei a observar direito o salão e vi que ali também cortava cabelo feminino. interessante.

— rod, é tu que corta o cabelo das mulheres? — perguntei.

— é eu memo pô. por que? tá afim? — ele perguntou, enquanto tinha a atenção em deixar meu namorado sem o pretinho lindo dos seus cabelos.

— tava pensando sim. sabe cortar em camadas? — perguntei e ele parou de passar o descolorante no cabelo do meu namorado, para me encarar com deboche.

— eu sou cabeleireiro, lina — ele me apelidou horrivelmente. meu deus.

— lina é de foder, né — brinquei e ele riu negando.

voltei a ver meu namorado e depois de longos minutos. ele estava loirinho platinado. era incrível como ele não conseguia ficar feio em nada. homem gostoso da porra.

— ai, não ficou ruim não — ele disse, se olhando no espelho.

— tá lindo, amor — disse sincera e ele mandou beijo pra mim pelo reflexo.

— vamos, lina? — rodrigo brincou e eu mostrei o dedo pra ele, indo sentar onde o arthur estava.

— por camadas, então? — ele perguntou e eu concordei.

ele me botou um avental e eu aproveitei o tempo livre pra responder alguns clientes e até mesmo fornecedores pelo celular.

— branquinha, tu vai passar o natal lá em casa, não é? — arthur perguntou e eu assenti.

minha sogra já havia me convidado há semanas atrás.

— vou, por que?

— acho que não vou conseguir. tenho show dia vinte e quatro, lá em recife.

encarei ele pelo espelho no mesmo instante, não escondendo meu descontentamento.

— pô, qual foi? primeiro natal que eu vou passar com a sua família e você não vai estar? — estava chateada mesmo. eu sei que é trabalho e o quanto ele ama, mas caralho também né?

— cê sabe que é meu trabalho, loirinha — ele falou, fazendo aquela cara de sonso.

— pode pá — disse, magoada.

voltei minha atenção no celular.

·

já estávamos quase terminando meu cabelo, quando escuto uma voz feminina e animada atrás de mim.

— arthur? caralho, quanto tempo — olhei pelo espelho curiosa. era uma morena muito linda. tinha o corpo escultural e os cabelos cheios encaracolados. era linda demais.

— quanto tempo mesmo. achei que nunca mais ia te ver pô — arthur abraçou ela.

estávamos no vidigal, é natural ele conhecer grande parte das pessoas por aqui. vive aqui com os meninos, ou até mesmo gravando.

— tá pronto, vv — rod falou e eu me encarei pelo espelho. amei demais. estava lindo.

— amei. obrigado rod! — disse sincera e ele mandou beijo e foi pra onde estavam os dois conversando.

— bruna. a faixa! — rod cumprimentou a morena.

esse nome não me era estranho.

bruna?

bruna.

bruna!

lembrei quem era, ou pelo menos seria conhecidencia arthur conhecer duas brunas. ele nunca me falou sobre a ex dele, não tenho ideia de como ela seja, mas se for essa, era um tremendo mulherão.


beijos de luz amores!

perdição | volsherOnde histórias criam vida. Descubra agora