C A R O L I N A
estávamos na fundação há bastante tempo. tempo o suficiente pra eu ver o seu zequinha se apaixonar pelos cachorrinhos que tinham ali.
ele até tentou pedir pro arthur, mas não conseguiu. eu prometi pra ele que ia convencer o arthur a aceitar.
quando estávamos no carro, percebi que não era o caminho para a minha casa. estranhei.
— ué vida. tá indo em caminho diferente? — perguntei.
— to indo pra casa mesmo, deixar o coroa lá! não é, vô? — ele falou e o seu zequinha assentiu.
— show.
— ai a gente da uma volta. to com saudade de você pô — arthur disse, me olhando pelo retrovisor. mandei um beijo pra ele. sorrindo.
no caminho fui conversando com o senhor, e aproveitando que estava no banco atrás do arthur, fazia um carinho em seus cabelos que exalavam um cheiro doce, aposto que era pantene.
arthur estacionou na frente de seu prédio, e seu zequinha se despediu de mim com muito afeto como sempre.
— você tem que namorar logo esse menino — ele disse, descendo do carro.
— tô so esperando ele pedir.
brinquei. até porque, eu mesma pediria ele em namoro, mas não acho que ele esteja em uma boa pra isso. e na verdade, nem eu sei se estou.
— agora é com você, netão — seu zequinha falou, dando as costas e eu sorri.
— pula pra cá, amor — ele disse e eu obedeci.
coloquei o cinto animada.
— pra onde vamos? — perguntei.
— no estúdio, preciso te mostrar uma coisa — ele falou e entrelacei nossos dedos.
— é a minha música, não é? — eu perguntei, tentando manter as esperanças longe de mim.
— ainda não, mas eu fiz outras inspiradas na gente. mas quero te mostrar meu novo disco, mas só vou lançar daqui a um tempo — ele disse, acariciando minha mão.
— ja sei que tá foda.
chegamos no estúdio e ele me apresentou pro papatinho. um cara super gente boa, que a minha vibe bateu de cara!
— solta aquela, papai — ele falou para o papato que soltou uma música.
arthur segurou a minha mão, levando a sua boca, dando um beijo carinhoso e cheio de afeto.
ele me mostrou algumas músicas e eu estava apaixonada por cada parte, mas quem me deixava maluca era o arthur. ele sempre cantava com tanta emoção e paixão, não tinha como não sentir aquilo junto dele.
— e ai, amor? achou o que? — ele me perguntou, me abraçando por trás.
— é incrível, cada letra, mas eu gostei bem mais de jasmin — fui sincera.
me virei para ele e coloquei meus braços em volta de seu pescoço. sorri ainda mais assim que vi ele me olhar, cuidadoso e com um carinho absurdo.
— você percebeu que tiveram trechos pra você, né? — ele perguntou bobo e eu gargalhei. mais boba ainda.
— a menos que você tenha outra mulher que use sabonete natural de jasmim — brinquei e ele beijou meu nariz.
— a única mulher que me interessa, é você! - ele falou, baixinho. me fazendo morder um sorriso.
por mais que eu saiba disso, é sempre bom escutar.
— bom saber, senhor ramos — beijei sua bochecha.
ficamos mais um pouco lá ate dar a minha hora, e eu precisei ir pra casa. no caminho pra casa, arthur me contou que já começou a fazer a minha música e eu simplestamente fiquei toda derretida.
— amanhã a gente se vê, amor — ele falou, assim que eu parei nosso beijo.
— até! — deixei um selinho na boca dele.
desci do carro e entrei pra casa com aquele velho sorriso e aquela velha sensação de uma dolescente. estava gostando tanto dele.
que saco!
...
estava tão cansada que eu tomei um banho antes mesmo de jantar. liguei minha lista de músicas no aleatório, e agradeci por saber um pouco de inglês.
and i just wanna hold you all night long
e eu só quero te abraçar a noite todawhenever i'm around you, nothing's wrong
sempre que estou perto de você, nada está erradoyou got me on a high, i don't wanna come down
você me deixou nas nuvens, eu não quero desceri'm hoping that you'll always be around
eu espero que esteja sempre por pertoand i love it, i love ir (these butterflies)
e eu amo isso, amo isso (essas borboletas)como é bom estar novamente apaixonada ao ponto de escutar músicas melosas e pensar na pessoa. sempre sentir esse friozinho na barriga. espero não me machucar com isso.
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perdição | volsher
General Fiction"carolina é uma obra de arte. foi feita na medida certa, especialmente pra mim. eu a teria esculpido da mesma forma. com as mesmas curvas e linhas! sem mudanças." -- ramos, arthur.