capítulo sessenta e dois

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C A R O L I N A

infelizmente a merda da van resolveu acabar a gasolina. foi o motorista e o mob atrás so litro.

era pra estarmos em jurerê há duas horas atrás, mas tudo o que temos é impaciência, fome e ansiedade. estava comendo a minha unha tranquila do lado de fora, quando escuto o arthur começar a gritar lá de dentro.

— meia noite — ele gritou e eu precisei de alguns segundo pra lembrar que era o meu aniversário.

sorri pra ele, que praticamente correu até mim. quando me alcançou me encheu de selinhos. ele sempre conseguia me deixar ainda mais feliz, só por tê-lo ao meu lado.

— parabéns, mulher da minha vida. eu te amo tanto e espero que saiba todos os dias isso. o meu melhor presente é te ter comigo — ele me deu um selinho demorado e eu prolonguei em um beijo.

arthur estava tão eufórico que se eu não conhecesse ele, iria desconfiar que tinha dropado uma bala. mas nosso beijo estava lento e agíamos como se não tivesse ninguém ao nosso redor.

infelizmente fomos interrompidos por palmas.

— parabéns pra você. nessa data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida.

me separei do arthur e vi a bárbara com um brownie na mão com uma vela pequena. ela sempre fazia isso. odeio bolo de festa, então ela sempre faz coisas do tipo.

— é, é pica, é pica, é pica, no seu cu! carolina! — todos gritavam e eu estava tímida, mas feliz.

— amo vocês, vai se foder! — gritei e logo, um por um veio me abraçar.

ficamos nessa até os caras chegarem a gasolina. e então, partimos para jurerê. arthur não saia do celular e eu tava ficando irritada. meu aniversário e ele não me dá atenção? porra.

— branquelo, larga o celular e vem ficar comigo — falei manhosa. ele me olhou e pediu pra esperar um pouco. bufei e fui falar com meus amigos.

não dormi a viagem toda, mas estava muito ansiosa. adrenalina estava a mil.

— se essa porra não virar. olé olé ola. eu chego lá! — como bons mongolóides, gritavamos da van, assim que passamos pela placa sejam bem vindos a jurerê.

era madrugada, mas pouco estávamos nos fudendo. a gente tava entrando em uma praia linda.

— pessoal. agora vamos sossegar e descansar um pouco. daqui a pouco amanhece e a gente curte — vicente disse, com liz logo ao seu lado, concordando. mas o coringa ignorou completamente e desceu da van.

em seguida, todo mundo fez o mesmo. eu fui a única.

— foi mal, vi. mas a gente precisa disso — toquei o ombro do meu amigo, antes de sair da van e ir em direção a onde todos estavam indo.

coringa, arthur e bárbara mergulharam mesmo de roupa e eu fiquei apenas observando. se o arthur pegar aquela merda de meningite de novo, eu vou matar ele! apesar de ser a noite e estar batendo um vento frio, eu coloquei o pé na água. tô ciente que tá um gelo.

— amor, entra — meu namorado gritou e eu neguei rapidamente.

— não. se eu fosse você, saia! tá frio e você acabou de se recuperar da meningite — eu disse e ele deu de ombros, voltando a mergulhar.

sentamos na areia e começamos a conversar, enquanto os três brincavam na água, parecendo três crianças.

— vocês vão ficar só na praia ou tem pensamento em ir pra outro lugar? — lázaro perguntou e eu neguei.

— dia todo na praia. a gente trouxe tudo, bola, rede, prancha, comida — falei.

— já disse que você é muito pobre, né? — milena disse com humor e eu assenti.

continuamos a conversar sobre o que faríamos ao decorrer dos dias e vez ou outra eu olhava na direção do arthur, como uma adolescente boba com a sua primeira paixão. eu tô tão na dele.


lindos • 2/3

perdição | volsherOnde histórias criam vida. Descubra agora