A R T H U R
carolina não tinha visto ainda a foto que eu postei no instagram. agora, ela observava a maré que estava até então perfeita, mas não tanto quanto ela.
— ja parou pra pensar que a gente se conhece tão bem, mas tem coisa que a gente não sabe um do outro? — ela falou aleatória e eu fiquei pensativo.
— não sei nem qual é o seu maior sonho, além de ser cantor — ela falou, dando de ombros.
— fechou então. vamos nos conhecer! meu maior sonho depois da minha carreira, com toda a certeza é ter você como minha mulher — brinquei, mesmo sendo sincero nas palavras.
— eu já sou sua, bobinho — ela falou, sorrindo, me olhando nos olhos. senti meu coração falhar aos poucos, não esperava por essa — mas fala sério ai.
— um dia você vai me fazer morrer do coração, papo reto — falei, negando com a cabeça. ainda meio nauseado com o que ela disse — o meu maior sonho é. sei lá, viajar pra algum lugar?
— qual lugar? — ela perguntou.
— bali, talvez! qual é o teu? me conta.
— meu maior sonho é ser atriz — ela me surpreendeu.
nunca passaria pela minha cabeça que ela curtia essas paradas.
— fiz aula de teatro por um tempo, mas nunca consegui colocar esse sonho em prática.
— existe alguma coisa que você não saiba fazer? — perguntei sério e, ela gargalhou.
— besta! existem muitas coisas que eu quero aprender a fazer. por exemplo escrever uma música, cursar educação física — ela deu de ombros.
nunca vou entender essa disposição dela pra viver a vida, mas posso admirar e tentar usar de exemplo o jeito linda dela lidar com tudo.
_ gosto da calma em que você lida com as paradas — fui sincero e ela me encarou.
— como assim, amor? — ela parecia confusa. mas depois gargalhou — arthur, eu faço yoga por ser bem estressada as vezes.
— jura? — agora quem estava confuso era eu.
— são tantas atividades, responsabilidades. eu sou um ser humano, sabia? — ela gargalhou.
disso eu dúvido, carolina parece sempre ser tão perfeita.
— eu não aguentaria tudo isso com apenas chazinhos. mas quando você me conheceu, eu já estava no yoga, você não me viu virada ainda — ela falou, semicerrando os olhos na minha direção.
me senti intimidado, papo reto.
— acho que não tem motivos de você sair do namastê não! — brinquei e ela tentou se segurar, mas gargalhou logo em seguida.
ficamos ali conversando aleatoriamente até eu decidir tomar iniciativa e pedir pra ela sentar ali no meu colo.
— que foi, meu bem? cê tá serio — ela passou a mão delicada pelo meu rosto. sorri de lado.
— só queria que você soubesse o quanto é importante pra mim. da forma mais aleatória e sortuda, você chegou aqui — ela tombou a cabeça para tentar entender — sou grato por te ter, papo reto. acho que nunca conheci alguém tão sensacional!
carolina beijou a minha bochecha com carinho e de um sorriso lindo como resposta.
— acho que a gente merece muito um ao outro! — ela alisou mais uma vez o meu rosto e os olhos dela detalhavam cada parte dele.
meu coração falhou.
— mas porque dizer isso agora, meu bem? quer me pedir em namoro é? — ela perguntou e me olhava com curiosidade e afeto.gargalhei.
—. agora não!
pode parecer loucura minha, mas ela pareceu perder um pouco do grande sorriso que tinha em seus lábios.
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sofrida tadinha, a uma década esperando esse pedido
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perdição | volsher
General Fiction"carolina é uma obra de arte. foi feita na medida certa, especialmente pra mim. eu a teria esculpido da mesma forma. com as mesmas curvas e linhas! sem mudanças." -- ramos, arthur.