capítulo sessenta e três

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C A R O L I N A

enfim, a gente não dormiu. varamos até o amanhecer e foi lindo ver o sol nascendo. eu e a babi como sempre, nos emocionamos. esses momentos sempre lembravam a nossa mãe.

estava me segurando pra não chorar, mas a babi veio me abraçar com os olhos embargados.

— eu queria que ela estivesse aqui — despejei tudo que eu estava guardando. não me importei de chorar rios na frente de todo mundo.

— eu também queria. mas ela tá feliz por você, a onde quer que esteja — minha irmã falou, me apertando ainda mais no abraço.

ficamos ali até meu choro e o dela passar e restar somente o soluço e a gratidão. babi foi pegar alguma coisa pra gente comer e eu aproveitei pra fazer uma publicação em homenagem a minha mãe.

 babi foi pegar alguma coisa pra gente comer e eu aproveitei pra fazer uma publicação em homenagem a minha mãe

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curtido por bapassos, crushert e outras 200 mil pessoas

carolinavoltan há cinco anos atrás, eu era a menina com sonhos malucos. metas inalcançáveis. cheia de esperança. e eu tinha você. foi a última foto que eu lhe fotografei. mas as memórias ainda estão dentro de mim, mãe! hoje eu estou realizando mais um ano de vida, com a certeza de que vou ser uma boa mulher. tive a melhor professora! obrigado por ter sido o alicerce para que eu me tornar o que sou hoje. espero um dia, ser o mínimo do que você foi pra mim. eu te amo! ❤️

·

limpei as lágrimas que insistiram cair e guardei o celular de novo. arthur sentou do meu lado sorridente.

— ela tá orgulhosa!

era tão bom encontrar alguém que eu não preciso explicar tudo a todo momento. arthur me entendia só de me olhar. ele compreendia cada gestou ou palavra. era incrível ter ele comigo.

me inclinei pra frente e beijei ele lentamente.

nunca perde a graça.

— eu nunca disse isso, mas eu te admiro tanto por ser forte nessas horas. se fosse comigo, eu estaria de mal com o mundo! você leva isso com tanta leveza. tenho inveja, tá ligada? — arthur colocou uma mexa atrás da minha orelha

— não é facil, mas é por ela. minha mãe sempre me falou que é bem melhor viver sorrindo do que se lamentando, independente das cicatrizes. dói muito não ter ela aqui, mas eu não posso culpar ninguém por algo que aconteceu. e ela se foi, não tinha o que fazer. mas a minha obrigação é levar as palavras dela comigo, sabe? — desabafei com ele, que assentiu e beijou o meu ombro delicadamente.

— tenho certeza que você tem a bondade dela!

·

estávamos na areia jogando altinha. já passava de meio dia e a maioria das pessoas dormiram ali mesmo na areia. eu ainda estava ligada no 220w, mas tenho certeza que no final do dia, eu não vou dormir, eu vou ibernar.

— porra, carolina — arthur reclamou, colocando a mão no olho.

sem querer chutei a bola forte demais e catou na cara dele. corri até ele pra ver se estava bem.

— desculpa, desculpa — tentei intercalar entre rir e assoprar o olho dele.

fui surpreendida com ele me pegando pela cintura e correndo, me levando para o mar.

— amor, para. caralho — pedi, mas já era tarde demais.

senti o gelo da água por todo o meu corpo. quando voltei pra superfície, peguei ele pelo ombro e afoguei.

— ô, cê não brinca comigo não! — ele disse, tossindo e eu tentei afogar ele de novo, mas ele foi mais rápido e agarrou minha cintura, selando a minha boca. ele pediu passagem e óbvio que eu cedi, mas me arrependi segundos depois.

o filha da puta cuspiu a água do mar na minha boca. é um porco mesmo. cuspi a água fora e fui correndo atrás dele na areia.

— eu vou te matar, ramos! — gritei e ele continuava a correr. graças ao meu físico de atleta e do dele de senhor de meia idade, alcancei em dois palitos. pelo impacto ele caiu no chão e, eu subi em cima.

— você é nojento, sabia? — o questionei.

— gostosinho, pô — ele brincou e eu me aproximei pra falar no ouvido dele.

— próximo vez que eu te chupar, vou guardar sua porra na boca e te beijar.

— isso, sim, foi nojento! — ele falou, fazendo careta.

— gostosinho pô — imetei ele, dando um sorriso debochado.


eca eca • 3/3

perdição | volsherOnde histórias criam vida. Descubra agora