Antes mesmo de nossos corpos se tocarem, nossos corações começaram. Jamais pensei em amar alguém assim. Ele é a minha alma gêmea. Já não sou mais eu. No início tive medo de me entregar, confiar e reviver tudo que deixei no passado. Mas ele entrou em...
Cristina: Podemos ir para o carro? O seu motorista não vai ouvir? - sorri sem jeito ao sentir os seus lábios em minha pele - não quero que ninguém escute.
Frederico: Podemos, pedirei para José dar uma volta - falei calmamente.
Voltamos para o carro em silêncio, podia notar que algo não estava bem, Cris nervosa, conversa a sós, será que Cristina se arrependeu? Ajudei Cristina entrar, logo fui pedir para José dar uma volta e também providenciar o cavalo do meu sogro, não iria decepcioná-lo logo agora, sentei ao lado da Cris e segurei suas mãos para dar segura.
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Frederico: Cris? Posso te chamar de Cris? Bom, o que quero que saiba é que estou aqui para você.
Cristina: Frederico...- o olhei sem jeito - pode sim, eu gosto quando me chama assim... soa doce em seus lábios... antes de qualquer coisa, eu não quero que pense que desisti ou me arrependi de aceitar o seu pedido, não é isso... eu creio que você é quem vai desistir de casar comigo... Frederico... eu menti para você... na realidade não desmenti o que inventaram... eu não estou grávida como pensa... como todos falam... Diego inventou uma mentira para o meu pai e eu não sei como foi que as pessoas ficaram sabendo, eu não fiz questão de desmentir... estou cansada... exausta de tudo que vem acontecendo em minha casa - suspirei cabisbaixa - eu... eu vi nisso uma oportunidade de sair daquela loucura, de fazer aquele idiota me deixar em paz... Diego está me atormentando e eu cansei, não sinto nada por ele... nunca senti, foi só uma diversão.
Frederico: Nunca desistiria do meu anjo, foi difícil de te encontrar para deixar ir assim - acariciei o seu rosto - não existe bebê? - de certa forma essa notícia me deixou triste, já me imaginava sendo pai desse bebezinho - deveria imaginar que aquele canalha faria algo assim, sei que ainda não nos casamos, mas se quiser pode ir para minha fazenda, ter um descanso, posso entender a pressão que sente, com seu pai sendo rígido com você, sua mãe doente, e um ex namorado idiota, quero que não tenha segredos para mim - coloquei uma mecha do seu cabelo atrás da sua orelha - quero ser o seu amigo, seu companheiro, seu amor.
Cristina: Frederico - senti os meus olhos marejarem... Deus... o que ele estava me causando? Que fragilidade era essa? - Eu jurei que nunca iria me mostrar inteiramente a outra pessoas, daí você chega e me faz isso - sorri secando o meu rosto - não tem noção das coisas que já enfrentei... que tive que ser forte sozinha - acariciei o seu rosto com amor - não... não existe bebê... ele nunca me tocou, você será o primeiro e único - sussurrei próximo aos seus lábios - um dia nós dois teremos um bebê, mas antes disso eu quero te conhecer bem mais... te namorar... viver uma vida a dois... tudo é complicado Frederico... eu não consigo confiar nas pessoas... acreditar no amor... mas... com você está sendo diferente... me ama mesmo? - sentia uma lágrima descer por minha bochecha - eu não quero sofrer da mesma forma que a minha mãe... eu vi o meu pai acabar com a vida dela... isso eu não quero... seja lá o que você prometeu a ele, o acordo entre vocês poderá ser desfeito, como todos os outros...- virei meu rosto o secando - você é uma pessoa boa... não tem obrigação de nada comigo... depois ele caí em si quando ver que não tem bebê algum aqui dentro... obrigada por tudo - segurei sua mão firme - mas não pretendo sair da casa dos meus pais sem estar casada... é o mínimo que eu posso fazer.
Frederico: Culpado, mas você fez o mesmo comigo, sabe, cresci em um lar sem amor, vendo minha mãe ser agredida constantemente até nos abandonar, meu pai se tornar um bêbado e morrer em uma briga de bar, tive que viver nas ruas até conseguir me tornar quem sou hoje, por muito tempo fugi do amor ou de formar uma família, preferi a farra, as apostas, e sim bebidas, mesmo sabendo onde poderia me levar, mas sem saber você me salvou... me fez desejar formar uma família, mas somente com você, então entendo o não confiar nas pessoas - sequei sua lágrima - como também entendo o que passou com seus pais, posso lhe garantir que não sou como ele e não quero ser, mas não quer dizer que não grite de vez em quando, ou fique furioso por ser contrariado, ou seja bruto e mesmo nessas ocasiões nunca irei te ferir, não quero ser como meu pai, eu sei que o acordo com o seu pai te deixa decepcionado comigo, mas eu tinha que fazer algo para que não casasse com um desconhecido, você merece a felicidade Cris, eu quer ser ela para você, sim, quero filhos com você em especial uma menininha que seja sua cópia - beijei seus lábios - eu te amo muito.
Cristina: Fred...- sussurrei sentindo os seus lábios cobrirem os meus calmamente e sem demora lhe retribui com amor - você existe mesmo? Está aqui? Veio me resgatar? - apertei sua mão com amor - eu sinto muito que tenha passado por isso... nossos passados são basicamente parecidos... temos manias e costumes quase semelhantes - sorri - eu não me importo de ouvir os seus gritos... contanto que não se importe com algumas manias que eu tenho, eu não vou ser submissa... vou te enfrentar quando precisar e se achar que algo está me machucando, eu não vou aceitar... tenho voz também... Sabe?! Eu coloquei todos os outros babacas que apareceram para correr, nenhum deles era você... era o homem que eu queria... que eu precisava... imponente... forte... gentil... romântico... ninguém tem que saber de nada, só nós dois...- o olhava - e não... você não me decepcionou... eu não sei te explicar o que me fez sentir... mas não foi ruim, foi bom... obrigada por mais uma vez ter me salvado, eu tenho a plena certeza de que eu, Cristina Álvarez, nasci para te pertencer... para ser sua... assim como você será meu e eu não vejo a hora disso se concretizar - sorri emocionada - quer mesmo ter uma menininha? Uma princesinha para ser a sua companhia? Me ama Frederico? Me ama quanto? - sorri de lado.
Frederico: Sim, sim e sim... todos nós temos manias, de forma alguma quero que seja submissa, pelo contrário, quero ver você crescer, realizar seus sonhos, e que nunca abaixe a cabeça, seja para mim ou qualquer outra pessoa, quero que seja livre, mas ao meu lado, estava esperando por mim meu amor - beijei todo seu rosto, era gostoso ouvir seu riso - como dizem os românticos, somos almas gêmeas - puxei Cristina para o meu colo - sim uma linda princesinha como a mãe e também um menininho para levar o meu nome, quero ensinar os dois a montar, ensinar sobre a fazenda, a subir em árvores, e mesmo que a mamãe fique brava ao brincar na lama, uma coisa que quero muito é brincar com você e nossos filhos na chuva... você estava tão linda com a roupa grudada ao seu corpo, o seu cabelo molhado e o seu sorriso, te amo muito, daqui até o céu - não pude resistir mais e a beijei apaixonadamente, não podia desgrudar meus lábios dos dela, era um vício, deslizei minhas mãos para a cintura dela e apertei, então caí em si, estava indo muito rápido - desculpa Cris, prometo ir com calma.
Cristina: Fred...- sussurrei ainda inebriada com os seus toques... seus lábios intensos e famintos - até parece que estou sonhando com tudo isso... vamos ter quantos filhos desejar, ainda que me enlouqueça - brinquei - ainda lembra daquele dia, dos mínimos detalhes?! Fred... eu te quero... muito - ofeguei apaixonada - sem problemas... Vamos nos casar , não vamos?! Vamos falar com o padre? Se você quiser e achar por bem só pedimos para ele nos abençoar e ponto. Não me importo com toda essa bobagem de casar... apenas no civil é o que importa.
Frederico: É a nossa realidade, então vamos enlouquecer juntos porquê não deixarei sozinha com eles, lembro sim, você foi a melhor coisa que ocorreu aquele dia, poderia casar amanhã, mas quero que esse dia seja especial para nós, quero tudo que você merece, a paróquia toda enfeitada, muitas flores e uma festa inesquecível, quero que todo esse povo saiba que você é a Sra Riveiro, chega de ser difamada Cris, vamos falar com o padre, acha que um mês é tempo suficiente? - a abracei, era tão bom ficar assim com ela, uma tranquilidade que jamais tive.
Cristina: Juntos - sorri lhe apertando em meus braços - eu não me importo com o que falam, são apenas conversas... você sabe a verdade, isso já me é suficiente - saí de seu colo com cuidado - acho muito tempo, mas como você quer, nos casamos em um mês ou amanhã se preferir - brinquei - vamos lá Sr Riveiro - falei toda orgulhosa e desci do carro.
Fomos até a igreja, conversamos com o padre que ficou muito feliz com o nosso casamento e garantiu que tudo seria inesquecível e perfeito. Após decidirmos algumas coisas saímos de lá e fomos dar uma volta pela cidade. Por onde passávamos os burburinhos surgiam e isso não me importava em nada, era apenas fofoca. Foi um dia inesquecível e bem cansativo ao lado dele. Nos dias que se seguiram tudo foi para preparar o casamento. Conversava animadamente com a minha mãe, mas ela não saía daquele momento fora de órbita em que se encontrava, isso me deixava triste. Queria muito dividir esse momento com ela, mas se não era possível só me restava lhe amar e cuidar como merecia.
