🦄 Cap 53 🐴

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Escrita com
Carolleite26 ❤️✨

Horas depois...

Me movi na cama e já não senti minha mãe ali. Me sentei na cama, lhe chamei, mas estava sozinha ali. Fechei os meus olhos sentindo um terrível aperto no peito e me levantei. Com dificuldade calcei as minhas sandálias e saí. Aqui ou ali batia em algo, mas não desisti. Precisava aprender a me virar sozinha, não poderia depender de ninguém o resto da minha vida. A minha condição agora era essa, estava cega, não paralítica para ficar sobre aquela cama deixando o tempo passar.

A casa estava silenciosa, o que era um milagre, Nicolas fazia a maior bagunça com o Marcelo. Estar com ele era como ter uma parte do meu Fred comigo e ele era um verdadeiro amor. O nosso rapazinho cuidava tão bem de mim, da irmãzinha. Ainda não sabíamos o sexo do bebê, mas sentia que seria sim uma princesinha, a que eu e o Fred tanto sonhavamos. Me aproximei do corremão da escada e já previ que ela estava ali perto.

Estava saindo do meu quarto, iria perguntar para Ana como estava Cristina, estava preocupado, sabia que não deveria tocar no nome daquele ogro mas precisava saber se Cristina sentia algo por ela, o que para mim era impossível, um machista, chucro, que não sabe tratar uma mulher. Naquele instante senti minha alma sair do corpo, Cristina estava na beira da escada a ponto de cair, chamá-la não era uma opção, rapidamente passei meu braço em sua cintura a segurando enquanto o outro pegava sua mão, pela primeira vez tinha Cristina em meus braços, podia sentir seu perfume suave, sua pele.

Ângelo: Está tudo bem – falei calmo em seu ouvido, não a queria nervosa – tive que te segurar para não cair, vou te ajudar a descer.

Cristina: Ângelo - segurei em seu braço com força e fechei os meus olhos - sim... sim... eu... eu só... precisava fazer isso... tenho que me virar sozinha... obrigada... eu sei que foi uma imprudência da minha parte, ainda mais estando grávida... é só que... minha sina é essa... estou cega, mas não paralítica... não vou ficar esperando por ninguém... nem posso, todos tem as suas obrigações.

Ângelo: Pronto já estamos na sala, entendo que se sinta frustrada, é normal – ainda segurava a sua mão – acabou de sair do hospital, ainda está se acostumando com sua cegueira, não se cobre tanto, nesses primeiros dias vai precisar de ajuda e não quer dizer que é uma inválida, precisa se acostumar com a casa, podemos mudar alguns móveis, deixar um caminho para você, assim será mais fácil para decorar o caminho.

Cristina: Obrigada, mais uma vez - lhe sorri fraco - frustrada? Eu me sinto furiosa... estava tudo bem... do nada um animal atravessa o nosso caminho e acontece esse maldito acidente... estou cega... grávida... e o meu marido pode nem acordar mais - falei chorando - acha que me sinto frustrada? Não Ângelo... eu sinto ódio... eu só quero ir para a minha casa, com o meu marido... esperamos tanto por esse bebê e olha agora... eu não quero isso... não quero ter esse bebê... não posso.

Ângelo: São fatalidades que vão deixar você mais forte, precisa ter fé que ele vai se recuperar – espero que isso nunca aconteça, quanto mais ele ficar naquele hospital melhor para mim – claro que pode, não está sozinha, esse bebê é um pedaço do Frederico, sei que fala isso por estar nervosa, esse bebê era seu companheiro.

Cristina: Esse bebê era nosso sonho e se não for para dividir com ele eu não quero... não aceito... não vou fazer isso sozinha - segurei em seu braço e fechei os olhos sentindo o ar querer me faltar - eu... eu... não... não... quero...

Ângelo: Calma, Cris – a abracei – ficar assim não te faz bem, lembra que tem uma criança que precisa de você também, Cris, Cris.

Cristina: Ân... An...- lhe abracei apertado, estava tão apavorada que não sabia o que fazer... queria me sentir protegida de alguma forma e apesar de saber que o Frederico seria o único a preencher os meus braços, precisava sentir que ali, naquele momento tinha alguém.

Será um Furacão? - Cristina y Frederico (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora