🦄 Cap 46 🐴

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Escrita com
Carolleite26 ❤️✨

Frederico: Não entende, eu queria fazer uma surpresa, queria fazer esse jantar especial para você, como é que poderia pedir sua ajuda? - estava triste, havia estragado tudo - sei que as coisas não estão bem entre nós e que de novo é minha culpa, não sou um bom marido, sinto muito, deixa as coisas aí, vou até a cidade e compro comida para nós.

Cristina: Bela surpresa... de que adianta tudo isso se continuar da mesma forma... grosseiro e frio comigo? - o olhei e voltei a olhar para as coisas que fazia - vá tomar o seu banho, estou fazendo o jantar.

Frederico: Estou chateado que nem um jantar posso fazer para a pessoa mais importante da minha vida, que tudo que faço eu estrago, era para ser tudo perfeito, o jantar estaria na mesa, iria vendar os seus olhos e quando chegássemos a sala mostraria o romântico que estava tudo, então eu serviria o jantar, e entregaria o seu presente, e conversaríamos bebendo um delicioso vinho, então te convidaria para dançar, então diria palavras bonitas - tirei um papelzinho do meu bolso com o que iria dizer, coloquei na bancada - mas o idiota aqui tem que estragar tudo.

Cristina: O idiota sempre estraga... esse homem não é você... não é do seu feitio fazer isso... nunca foi romântico dessa forma comigo, esperou bancar o idiota todo esse tempo para só então fazer isso... nada disso vai apagar as coisas que fez e vem fazendo... tem me magoado muito Frederico... há dias venho me sentindo mau e não sei se tudo isso é estresse ou cansaço... o que eu sei é que não desejo permanecer me desgastando nisso... duvidou do que sinto por você e me doeu muito, o que eu fiz por amor a você não foi nada? Não significou nada? - o olhei com os olhos chorosos - vá tomar o seu banho, o jantar será servido daqui a pouco - falei temperando o bife e levei ao fogo, deixei tudo ali e fui cortar as verduras.

Frederico: Não entende, sinto medo de perder você, acho que sem perceber afasto quem amo por não querer sair ferido, você não entenderia, sei que errei com você, mas valorizo tudo que fez e faz por mim - falei cabisbaixo - Estela, o tiro, talvez deva conversar com o Marcelo, ele é médico de cabeça, acho que me auto saboto por medo de me abandonarem, vou subir - tirei a pequena caixa do bolso - comprei para você, espero que goste - saí da cozinha.

Fui até o nosso quarto, tirei a roupa que estava com cheiro de queimado, tomei um banho demorado, achei que ela gostaria do jantar, que perceberia minha vontade de consertar as coisas, sentei na cama. O que poderia fazer para ela me perdoar? É isso que dá ser um caipira, aposto que aquele doutorzinho saberia o que fazer, olhei para minha mão que queimou, bem feito por não fazer nada direito.

Suspirei fundo vendo ele sair e segui fazendo o nosso jantar. Pouco tempo depois coloquei tudo na mesa, inclusive a caixinha do presente e o papel que ele deixou ali. Arrumei a cozinha e fui para o quarto, chegando bem no momento em que ele estava saíndo.

Cristina: Quando... quando eu tinha sete anos eu sofri uma queda horrível do celeiro... estava lá para impressionar o meu pai... cresci ouvindo dele que esperava tudo de mim como sua filha e era isso que eu tinha, dar o meu melhor... ser o seu orgulho... acabei abrindo um corte horrível na testa, tive que levar ponto e tudo... tive tanto medo de entrar no centro cirúrgico sozinha... ninguém poderia ficar comigo... mas eu fui... não tinha outra maneira... quando saí estava anestesiada, meio boba... mas lembro de algumas coisas... só quem esteve lá foi a minha mãe... o meu pai não e não lembro dele ter ido em momento algum... essa foi a primeira vez que fui abandonada... depois disso as coisas só foram esclarecendo... fui entendendo que para ele a minha existência não significava nada... eu tive medo Frederico... eu tenho medo... tudo me leva a infância, a esse momento... eu amava o meu pai... era apaixonada por ele... mas ele nunca se importou... eu... muitas vezes te vejo como um paizão... desastrado, mas cuidadoso... protetor... quer ser tudo e ao mesmo tempo não consegue... eu não preciso que me dê o mundo... eu só preciso que me entenda... que confie no meu amor, que não me afaste... não me faça reviver a dor do abandono... do descaso - falei chorando - eu... eu só preciso de você Frederico... por que não entende? Eu mato e morro por você... pelo nosso amor... estou disposta a matar quem quer que ameace a sua vida... mas você Frederico? O que está disposto a fazer por mim? Pelo nosso amor? Eu não consigo lutar sozinha...- sequei o meu rosto - eu amei tudo que preparou, é sério... eu acabei o nosso jantar, deixei tudo na mesa... acho que nem tudo foi pelo ralo... pelo menos um jantar nós podemos comer - falei indo para o banheiro... tirei a minha roupa, liguei o chuveiro e entrei de cabeça e tudo.

Desci para a sala, coloquei uma música suave, vi os presentes na mesa, peguei o da lingerie e o papelzinho, guardei no bolso e fui atrás de velas. Tentei deixar o mais aconchegante possível, fui até o carro e peguei o buquê de rosas que deixei escondido, voltei para o quarto, Cristina ainda estava no banho. Fui até o closet, troquei de roupa, coloquei terno e gravata, queria impressionar o meu anjo, aproveitei e escolhi um vestido preto que a deixava sensual. Coloquei em cima da cama junto com o presente, fiquei no corredor esperando ela sair com as rosas na mão, iria continuar com o plano e conseguir seu perdão.

Passei um bom tempo embaixo do chuveiro chorando, deixando toda aquela confusão sair. Estava um caco esses últimos dias e nada melhorava isso. Me sequei, escovei os meus cabelos e voltei para o quarto. Frederico não estava ali, mas havia deixado um presente e um vestido meu sob a cama. Suspirei triste e decidi pelo menos fazer essa última vontade dele. Levei um tempo me trocando, coloquei uma sandália nude, fiz uma maquiagem e saí do quarto, encontrando ele no corredor. Meus olhos foram de encontros aos seus e ali ficaram, totalmente presos a ele. Não sabia o que falar, estava perdida.

Frederico: Sra. Riveiro, me daria a honra de tornar essa noite inesquecível? - sorri sedutor, meu coração disparava como na primeira vez que a vi.

Não lhe disse nada em palavras, mas sim com o olhar e eu sabia que ele entendia esse meu linguajar. Lhe dei a minha mão e permiti que ele me conduzisse por toda aquela noite.

Frederico: Sei que já viu boa parte da surpresa - falei tirando uma venda do meu bolso - gostaria de fazer como havia planejado.

Vendei os olhos da Cristina, segurei em sua cintura, enquanto nos dirigíamos para sala falava palavras de carinho, o quanto ela é importante na minha vida, o quanto a amo. Assim que chegamos tirei a venda, ajudei a sentar, lhe servi a comida e o vinho, me sentei ao seu lado.

Frederico: Eu te amo, meu amor, eu amo tudo em você: seu sorriso, sua voz e até suas manias. Não posso nem imaginar uma vida completa se você não estiver nela. Porque você é tudo para mim e meu único desejo é ver você feliz, mas que seja ao meu lado.

Cristina: Esse é o seu único desejo? Me ver feliz? Me quer ao seu lado? - o olhava e falava calmamente - eu te amo Frederico e apesar do trauma que eu tinha de me entregar e confiar em alguém, o nosso amor falou mais alto... estava pronta para ficar viúva após o casamento - ri - mas quando nos conhecemos tudo mudou... você entrou bem aqui e fez morada - toquei em meu peito - você é especial Frederico... eu gosto da brutalidade que você tem, mas também gosto da delicadeza - lhe sorri com amor - a delicadeza que só eu tenho o privilégio de ver e a Nanda... eu não quero te mudar, nunca quis... você é o amor que a vida me guardou... eu sei que as vezes sou difícil de se lhe dar... eu tento vencer os traumas que tive no passado, mas não é fácil... cometi algumas coisas que muitos dizem ser errado, mas o fiz para ser feliz... você foi o meu começo... é o meu meio e sei que será o meu fim... eu sou feliz ao seu lado... mas ultimamente tem me deixado muito triste... eu não estou bem Frederico e parece que tudo piora o meu estado - falei secando os meus olhos - eu me sinto uma bomba prestes a explodir e irei... quando encontrar o Pedro e o Diego irei acabar com a vida dos dois e será da pior forma, ninguém vai te ameaçar e sair vivo para contar a história - falei sério.

Frederico: Meu amor - sequei suas lágrimas - é o que mais quero, te fazer feliz e ser feliz ao seu lado, você é meu anjo, sem saber me tirou da solidão, da forma que fala faz parecer que nossa menininha está a caminho - sorri - por hoje vamos esquecer esses dois e pensar somente em nós, vamos jantar, dançar e se você quiser um amorzinho - segurei sua mão - eu te amo Cris, não esqueça disso, estaria disposto a dar minha vida se fosse preciso para te proteger.

Continua...

Será um Furacão? - Cristina y Frederico (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora