🦄 Cap 45 🐴

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Escrita com
Carolleite26 ❤️✨

Frederico: Meu amor - ouvia Cristina falar comigo, mas era como se eu não estivesse ali, a dor continuava, senti algo em minha boca, e a dor aumentar como se estivessem arrancando um pedaço de mim, queria me mexer, sair dali, mas meu corpo estava pesado, não tinha forças, finalmente pude sentir um alívio, meus olhos pesavam - Cris - não queria ficar sozinho, segurei a mão dela - não me deixa.

Cristina: Está tudo bem, descansa um pouco... não vou sair daqui... só preciso pegar um pouco de água para você... vou aproveitar que está chovendo e juntar um pouco - beijei a sua testa - eu não demoro meu amor.

Deixei ele na cama, peguei as coisas e fui na parte de fora. O mundo parecia que iria se acabar, mas nós já estávamos acostumados com isso, as tempestades ali eram terríveis. Quando voltei para dentro molhei um pano e coloquei na testa dele, notava que seu corpo estava esquentando, mas não deixaria aumentar muito. Passei toda aquela madrugada garantido que ele ficaria bem. Quando o dia amanheceu a chuva havia cessado, mas lá fora os estragos estavam feitos. Nem tão cedo poderia tirar o Fred dali, então só me restou ir até a fazenda pegar algumas coisas, inventar uma desculpa para a Nanda e ficar ali com o meu amor. Expliquei a ele a situação e logo saí em minha égua, levando também o seu cavalo, os dois precisavam de cuidados.

Assim que cheguei fui recebida por um interrogatório daqueles, mas disse a ela que pegamos a tempestade da noite, encontramos uma cabana e ficamos por lá. Assim seria nos próximos dias. Estávamos tirando um tempo só para nós dois. Pedi a ela para organizar uma bolsa com vários mantimentos, lhe beijei e fui ao escritório com o José, sabia que ele era o homem de confiança do Fred, poderia lhe contar a verdade e assim foi. Pedi a ele para encontrar o Pedro e cuidar das coisas por ali enquanto estivéssemos fora. Fui a sala na adega, peguei a minha arma, munição e saí. Organizei uma bolsa com roupas, coisas de banho, lençol e saí. Voltei para lá no carro, assim seria bem melhor para o Fred voltar. Quando entrei ele ainda dormia, então evitei ao máximo fazer barulho. Organizei tudo e me sentei na cadeira ao lado da cama.

Foram dias ali cuidando dele, daquele ferimento, que graças a Deus e aos remédios estava quase cicatrizado. Evitei ao máximo tocar naquele assunto, ainda estava magoada com as coisas que aconteceram naquele dia. Só queria que ele ficasse bem e voltássemos a nossa rotina. Por fim Frederico estava totalmente bem, nem parecia que havia sofrido um atentado. Organizamos tudo e fomos para casa. Quando cheguei fui direto para o quarto, tomei um banho e caí em nossa cama, estava exausta, há dias não conseguia dormir preocupada com ele.

Desde que levei o tiro percebo que as coisas entre eu e a Cris esfriaram, é como se aos poucos fosse se formando um murro entre nós. Não vejo mais o brilho em seus olhos, os sorrisos são forçados, passa mais tempo em nosso quarto, sei que a decepcionei mais uma vez por desconfiar, também sei que ela já provou o quanto me ama ao matar a Estela, preciso mudar isso, vou ao nosso quarto, ela está deitada.

Frederico: Cris preciso sair, precisa de algo, meu amor - depois de hoje isso vai mudar, irei reconquistar o meu amor.

Cristina: Não... vou tentar descansar um pouco, não me sinto bem - suspirei triste acariciando a minha barriga, sentia algo estranho, incômodo.

Frederico: O que está sentindo - sentei ao seu lado - quer que eu fique?

Cristina: Não sei... é só um incomodo e não... não quero atrapalhar o seu dia... ficar aqui não vai mudar em nada, então vai lá.

Frederico: Estou com o celular, qualquer coisa me liga - beijei sua cabeça - te amo - saí do quarto, essa frieza me doía.

Voltei para a cozinha precisava confirmar mais uma vez tudo que precisaria para hoje a noite, com a lista na mão fui a cidade. Primeira parada a loja de lingerie, a primeira vez que comprei Cris adorou, só precisava encontrar a mesma vendedora para me ajudar e podia riscar o primeiro item. Depois a floricultura, além das rosas vermelhas as favoritas do meu anjo comprei algumas mais para enfeitar onde seria o nosso jantar, ops era segredo, depois supermercado. Por sorte escolhi uma receita fácil, não tinha como errar e por último a pequena joalheria, claro que queria comprar o que tinha de mais valioso e ostentoso, porém me encantei com um colar com um pequeno pingente. Era tão delicado que imediatamente pensei no meu anjo, depois de tudo pronto voltei para a fazenda.

Subi para ver como estava Cristina e para minha sorte estava dormindo, daria tempo de fazer tudo o que pretendia. Queria surpreender o meu amor, mostrar o quanto era especial para mim, e claro pedir desculpas, torcia para que ela gostasse do iria fazer. Comecei pela sala, lembro que Fernanda deixou as flores espalhadas no meu quarto no dia de núpcias, fiz o mesmo na sala e na mesa onde jantaríamos, para a primeira vez que fazia ficou bem bonito, também deixei o presente ali, agora era o mais difícil, o jantar. Entrei na cozinha, li mais uma vez a receita que consistia em arroz, salada e bifes com molho, fácil né?

Respirei fundo e mãos à obra, comecei com o arroz e até que foi fácil, agora era somente esperar a água evaporar, então fui fazer a salada, tinha apenas que cortar. Na revista mostrava os legumes em fatias finas, finos quase ficaram meus dedos ao cortá-los com a faca, tentando fazer igual a imagem. Desisti e coloquei como estava, pequenos monstros, fui para o filé, e foi quando eu senti cheiro de queimado. Droga esqueci do arroz no fogo, fui tirar correndo e me queimei, me perguntei o que estava fazendo, aí lembrei, tudo para meu anjo. Tentei tirar a parte queimada, espero que ela não sinto o gosto, repeti para mim, eu consigo, eu consigo, voltei para os filés, fui temperar como dizia na revista e bum o pote de tempero caiu todo dentro, nessa hora a minha vontade era sentar e chorar, e olha que sou muito macho para isso ,mas que deu vontade deu. Por que tinha que dispensar a Fernanda? E o pior, ouvi passos, corri para a porta da cozinha e tranquei.

Frederico: Cristina é você? - estava nervoso ela não podia ver esse desastre.

Cristina: O que está aprontando Frederico? Abre essa porta e me deixa ajudar... com esse cheiro de queimado vai acabar colocando fogo na casa - falei calmamente... as coisas pela sala estavam totalmente românticas, nunca imaginei que viveria para ver o Frederico fazer esse tipo de coisa, a única vez foi em nossa noite de núpcias... meses depois ele repetia, só que dessa vez ele era o responsável por tudo.

Frederico: Não precisa, pode voltar a descansar, meu amor - não seria louco, além de estragar a surpresa, ela sairía correndo de medo de comer essa gororoba, estava tentado em levá-la para um restaurante - ou melhor, sobe, toma um banho e fica linda, ou melhor mais linda ainda.

Cristina: Para Frederico, me deixa ajudar com isso... não vai te tornar menos homem se me deixar te ajudar... já imagino o que está fazendo - passei a mão na testa - abre essa porta, estou faminta.

Frederico: Aii amor não faz assim, se eu deixar você vai sair correndo.

Cristina: Eu vou correr mesmo... mas se você não abrir essa porta... anda Fred... vai me matar desse jeito.

Frederico: Ok - abri a porta e deixei a Cris entrar - não ria amor.

Cristina: Está tentando se matar ou o quê? - entrei na cozinha e fui até o fogão vendo o desastre todo - MDS Frederico - tentei me segurar mas gargalhei - queimou o arroz... arroz que é tão simples de se fazer.

Frederico: Não ria, fácil para quem sabe, é a primeira vez e nunca mais.

Cristina: Vai desistir assim? Só porquê aconteceu de primeira? - tentava parar de rir - está bem... o que você queria fazer? - o olhei - pelo menos alguma coisa deu certo?

Frederico: Vamos subir, tomar um banho e jantamos no restaurante - falei chateado - iria fazer arroz com salada e bife ao molho - peguei sua mão para subirmos.

Cristina: Não precisa disso tudo Frederico - falei puxando a minha mão da sua - era só ter me perguntado e eu poderia te ajudar... eu não vou a lugar algum com você assim... aliás a situação em que estamos esses dias não é das boas... não tenho clima para sair... pode ir tomar o seu banho, vou preparar o jantar - falei indo até o armário pegar as coisas que precisaria... coloquei as coisas que haviam estragado no lixo e as panelas sujas na pia.

Frederico: Não entende, eu queria fazer uma surpresa, queria fazer esse jantar especial para você, como é que poderia pedir sua ajuda? - estava triste, havia estragado tudo - sei que as coisas não estão bem entre nós e que de novo é minha culpa, não sou um bom marido, sinto muito, deixa as coisas aí, vou até a cidade e compro comida para nós.

Continua...

Será um Furacão? - Cristina y Frederico (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora