Cinquenta e Três

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Me perguntam qual é o meu melhor ânguloVou me afastar e apontar para você, você, vocêEntão, eu sei, nós temos problemas, amor, é verdade, verdade, verdadeMas prefiro continuar trabalhando nisso com vocêDo que seguir em frente e começar com um novo...

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Me perguntam qual é o meu melhor ângulo
Vou me afastar e apontar para você, você, você
Então, eu sei, nós temos problemas, amor, é verdade, verdade, verdade
Mas prefiro continuar trabalhando nisso com você
Do que seguir em frente e começar com um novo alguém
Contanto que você me ame — As Long As You Love Me, Justin Bieber feat. Big Sean — Believe

Ainda de olhos fechados, praguejo-me baixinho por ter bebido tantas doses de Martini noite passada e não ter me lembrado de sequer trazer um copo d'água para o quarto antes de me deitar.

Quando passo a mão pelo colchão, buscando pelo corpo de Justin, encontro apenas o lençol desarrumado e frio ao meu lado. Assim, abro meus olhos e solto um suspiro, sentindo minha garganta ainda mais seca.

O silêncio que se instalou em minha sala de estar no minuto seguinte ao que Reeves deixa meu apartamento é esmagador. Especialmente para meu coração, que bate com dificuldade em minha caixa torácica.

Meu noivo continua exatamente no mesmo lugar de antes, no sofá claro de três lugares, fitando-me com seus olhos em tom castanho-escuro. O ar é roubado de meus pulmões quando me dou conta de todo o cansaço que seu rosto — ainda sim o mais belo que já vi — aparenta; mas o pior é notar a decepção em seus olhos.

Dói como o inferno.

Justin ergue sua mão esquerda e leva o copo com uísque até sua boca, finalizando a dose em um só gole.

— Surpresa, eu acho. — ouço, rouco e arrastado.

Abro meus lábios, deixando o ar passar forte e rápido por entre eles, enquanto meu coração volta a acelerar. Sei o que parece, e sei também que, em seu lugar, já estaria louca a esse ponto.

— Justin, — começo, engolindo em seco. — eu posso explicar. — dou um passo em sua direção.

Bieber passa a língua por seus lábios, deixando-os um pouco mais rosados. Ele deixa o copo de lado, então passa os dedos por entre seus fios loiros, bagunçando-os um pouco; sua blusa branca colada ao tórax, moldando deliciosamente seus músculos e quase me permitindo enxergar suas tatuagens, deixa que eu repare em sua respiração profunda. Sei que ele está tentando se controlar.

— Claro. — responde irônico.

Pressiono um lábio no outro e mexo a cabeça em movimentos negativos.

— Vamos conversar, amor. — peço. — Por favor. — meu tom é cuidadoso. — Eu sei o que parece, mas...

— Não parece, Luísa, eu vi. — me interrompe, cortante. — Mas, certo, se você quer conversar, vamos conversar! — a sua voz é controlada, mas a irritação e o sarcasmo são nítidos quando ele se levanta do sofá. — Imagina passar horas no avião para fazer uma surpresa a sua noiva, quem você não vê há semanas, e então, ao encontrá-la, depara-se com ela nos braços de outro cara? — bate palma. — Não poderia ser melhor! — diz me fitando com raiva. — Que sortudo do caralho! — termina, exasperado.

HER | FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora