Quarenta e Dois

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Um arrepio percorre cada milímetro do meu corpo e sinto minha garganta se fechar; meu estômago se revira e eu preciso respirar fundo para tentar controlar minha vontade de vomitar

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Um arrepio percorre cada milímetro do meu corpo e sinto minha garganta se fechar; meu estômago se revira e eu preciso respirar fundo para tentar controlar minha vontade de vomitar. De repente, meu coração bate tão rápido em minha caixa torácica que provoca dor em mim, tudo ao mesmo tempo.

Desta vez não é imaginação. Não pode ser. 

Minha boca se abre e se fecha várias vezes, mas absolutamente nenhum som sai por meus lábios. Estreito meu olhar na mesma direção, e juro que consigo enxergar um sorriso em seu rosto, no entanto, quando pisco mais uma vez, tentando melhorar minha visão, não enxergo mais ninguém.

– Está tudo bem? – a voz de Justin desvia minha atenção da esquina da calçada oposta a que eu estou e a traz para seu rosto desconfiado, então ele olha para o mesmo lugar que eu o fazia, seus olhos ávidos em busca de algo incomum.  – Viu alguém? – volta a me encarar analisando meu rosto. — Babe!

Ainda em choque, movimento minha cabeça em negação e volto a olhar o ponto em minha frente mais uma vez, chocada e surpresa, mas não encontro nada e o fito, repetindo a mim mesma que não passara de um delírio de ansiedade, como meu pai disse, por mais que haja uma sensação tão vívida em meu corpo quanto o toque quente de Justin em minha mão esquerda, dizendo ao meu sexto sentido que tudo é real. No entanto, ao adentrar o automóvel e escorregar pelo banco de passageiros até a janela do lado oposto, a que me dá uma visão perfeita do ponto que prendeu minha atenção, não enxergo nada além de um poste ligado, com vários rostos desconhecidos percorrendo o concreto plano, competindo por espaço com carros, motos e ônibus, apesar do horário avançado da noite.

— Há algo de errado? — Justin questiona me encarando.

Muitas coisas. Muitas.

Passo a língua por meus lábios e nego com a cabeça, Justin analisa meu rosto em silêncio por alguns segundos, como se ainda estivesse tentando saber se estou falando a verdade ou não. Eu, então, para tranquilizá-lo, toco sua mão carinhosamente e beijo sua palma, que logo é afastada de mim. Acabo soltando um suspiro e o observo se virar para frente, tirando sua atenção de mim.

Engulo com força minha saliva tentando me desfazer da sensação ruim e confusa que insiste em se apoderar de cada mínima parte minha. Não sei ao certo se por causa do que acho ter visto, ou por ter meu namorado tão distante. E não estou me referindo a distância física.

Mas eu preciso de Justin perto de mim.

— Eu amo você, Justin. — sussurro enroscando meus dedos nos seus sobre o banco de trás do carro. — Eu não queria que tivesse descoberto desta forma...

O loiro balança a cabeça negativamente, com os olhos fechados e passa a língua por seus lábios.

— Por favor, Luísa, não. — diz devagar e afasta minha mão, colocando a sua em suas pernas. — Não agora.

HER | FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora