Trinta e sete

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Talvez eu seja a porra de uma masoquista, porque não consigo parar de assistir aos vídeos que mostram meu homem fodendo outra mulher; talvez eu esteja procurando algum indício de que tudo isso seja falso ou apenas um pesadelo, como da última vez

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Talvez eu seja a porra de uma masoquista, porque não consigo parar de assistir aos vídeos que mostram meu homem fodendo outra mulher; talvez eu esteja procurando algum indício de que tudo isso seja falso ou apenas um pesadelo, como da última vez.

Contudo, os vídeos são tão reais como o vento que bagunça meu cabelo e me deixa arrepiada por estar do lado de fora do salão, sem nenhum casaco, desde que dei a Jazmyn a desculpa de que precisava atender a um telefonema, logo depois de sairmos do banheiro.

As pontas de meus dedos estão nas pedras do colar que ele me deu no início da noite dizendo que eu sou a mulher da sua vida. Lembrar de todas as vezes que ele disse coisas assim ou dizendo que me ama só me faz quebrar ainda mais; não consigo entender como alguém assim, que fizera tanto por mim, tem outra mulher.

Como se uma faca fosse inserida lentamente em minha pele, a memória de Tierre dizendo que Justin tem uma amante e que usa suas viagens para ficar um tempo com ela e quando volta me recompensa com presentes caros para que eu não desconfie de nada aparece em minha memória.

Talvez foi por isso em que ele viajou para Los Angeles e eu acabei conhecendo meu pai e tentei ligar para ele não fui atendida.

Ele estava com ela.

Por mais que doa admitir, talvez ela seja a pessoa certa para estar ao lado de Justin, não eu. Essa mulher é perfeita; seu corpo parece ter sido feito por um escultor, seus dentes conseguem ser ainda mais brancos que uma nuvem em dia de verão, sua pele é lisa como uma porcelana, e seus cabelos nem ao menos bagunçam quando ela se levanta da cama, como mostra em um dos vídeos.

Meus olhos ficam presos na cena em que ela caminha com a câmera na mão até Justin – sentado em uma mesa, concentrado em seu notebook – e senta-se em seu colo, beijando os lábios dele. Ela diz algo contra seus lábios e ambos sorriem, então ele a segura em seu colo e vão para cama mais uma vez, o vídeo acaba.

– Luísa? – imediatamente desligo a tela do celular e viro-me na direção em que ouço a voz de Carter, que tem uma feição preocupada.

Seus olhos azuis me avaliam completamente e quando meus lábios tremem sou envolvida por seus braços fortes, escondo meu rosto em seu peito, apertando sua roupa. Os dedos de Carter fazem um carinho reconfortante em minhas costas e sinto seus lábios contra meus cabelos.

– Ei, gatinha, me diz o que aconteceu. – sussurra contra meu cabelo. – Vai ficar tudo bem. Shhh.

Nego com a cabeça e mordo meu lábio inferior fechando meus olhos para que as lágrimas acumuladas não caiam, mas falho porque começo chorar como um bebê, a ponto de soluçar. Sinto-me grata quando Carter aperta seus braços ao meu redor e não diz nada, apenas me deixa chorar enquanto me conforta.

Me tira daqui, Carter. Por favor. – minha voz é tão fraca que não sei ao certo se ele escutou.

Suspirando, ele afasta-me delicadamente para olhar em meus olhos, seguro sua mão e nego com a cabeça, sentindo-me totalmente derrotada. Tudo que eu quero é sair o mais rápido possível desse lugar, ficar o mais longe possível de Justin.

HER | FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora