Setenta

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Um sorriso automático molda meus lábios quando vejo Nalani arregalar seus olhos tão escuros quanto os de sua mãe em minha direção, segundos antes de um sorriso enorme fazer as covinhas de suas bochechas aparecerem

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Um sorriso automático molda meus lábios quando vejo Nalani arregalar seus olhos tão escuros quanto os de sua mãe em minha direção, segundos antes de um sorriso enorme fazer as covinhas de suas bochechas aparecerem.

Em um movimento rápido, minha menina solta a mão de sua professora e corre para mim. Eu, claro, abro meus braços para recebê-la em um abraço apertado.

— Oi, papai! — ela diz abafado contra meu ombro.

Seus braços pequenos ao redor de meu pescoço e seu cheirinho de nuvem misturado ao suor de criança tomando meu olfato.

— Oi, meu amor. — beijo sua bochecha. — Senti saudades!

— Eu também, papai! — responde segurando meu rosto.

Marie, sua professora de dança, aproxima-se com a mochila de Nalani em mãos e sorri amigável para mim.

— Obrigado. — agradeço quando tenho a mochila em mãos. — Despeça-se da senhorita Andrews.

— Tchau, senhorita Andrews! — acena em despedida com um sorriso no rosto. — Até semana que vem!

No caminho até o carro, ela me conta animada sobre a aula de dança. Como sua mãe, Nalani ama dançar; durante sua gestação, Luísa costumava dizer que ela estava dançando em sua barriga, e depois, mesmo antes de dar seus primeiros passos, sempre que escutava uma música, mexia seu corpinho.

Assim, não tivemos outra escolha a não ser matricular-lhe em uma escola de dança.

Desde então, as quartas têm sido seus dias favoritos.

Bato meus dedos no volante no ritmo da música que toca no rádio enquanto Nala me acompanha cantando a letra.

Contudo, nossa cantoria é interrompida pelo sistema do carro que indica uma nova chamada.

É da escola onde Anthony estuda.

— Bom dia. — ouço uma voz feminina. — Falo com o responsável por Anthony Bieber?

Diminuo a velocidade do carro para prestar mais atenção na conversa, deixando meus ouvidos atentos para escutar o motivo da ligação.

— Bom dia. — respondo. — Justin Bieber, pai dele. — completo. — Aconteceu algo com ele? Meu filho está bem?

Quando Luísa estava grávida de Anthony, lembro-me de que meu avô me disse que em poucos meses todas as preocupações que tinha até ali seriam mínimas depois de me tornar pai.

Não posso dizer que dei muita importância à sua fala naquela oportunidade.

Contudo, hoje, entendo completamente o que ele quis dizer.

Ao ter Anthony em meus braços pela primeira vez, em meio a todo o caos em torno de seu nascimento, tudo o que conseguia pensar é que eu deveria fazer o que fosse preciso para que ele estivesse bem, não só por sua fragilidade pela dificuldade do parto, mas porque eu tinha diante de meus olhos o que de mais valioso um homem pode ter.

HER | FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora