Capitulo 87

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☆ Scarlett Cavalcanti ☆

Resmungo de dor colocando a mão na nuca. Olho ao redor e vejo um carro estacionado bem na minha frente. Franzo o cenho e me lembro do que aconteceu. O campo está cheio de peças do avião jogadas pelo chão.

Ele morreu?

Preciso me levantar e ver o que aconteceu. Me inclino pra cima e resmungo novamente pela dor.

Olho para o chão no lugar que estava caída e vejo uma poça de sangue. Com certeza isso está saindo da minha nuca, que continua sangrando.

Vozes discutindo me chamam a atenção e eu me levanto de vez com muita dificuldade. Vejo apenas as cabeças de todos por cima do carro.

Ando a passos pequenos até conseguir ver eles. Joseph não morreu, ele está caído no chão tomado por sangue, seu rosto está roxo e parece que foi espancado.

Ele aponta a sua arma para todos e fala sem pausa:

– Querem tanto ela? Vão encontrá-la então – ele aponta para o meu pai primeiro – Você primeiro.

Ignoro a minha dor e corro até eles, trazendo todos os olhares pra cima de mim. Me jogo na frente da arma e o tiro atingi o meu peito.

A dor insuportável me invade, fecho os meus olhos os apertando. Me desequilíbrio e caio no chão.

– Não, não, não – o primeiro a aparecer na minha frente é Chris – Não, pequena, por que você fez isso? Não, não, não – ele nega diversas vezes com a cabeça.

Tento sorrir e uma lágrima desse pelo meu rosto, em seguida de outras.

Logo todos estão ao meu redor e barulhos de viaturas se fazem presente no ambiente.

Sinto uma falta de ar muito forte, começo a tossir tentando procurar algum ar. Dói, dói muito. Sangue começa a sair pela minha boca.

– Eu te amo – digo com dificuldade – muito.

– Shiu, Shiu. Não gaste seu fôlego – Chris segura meu rosto – Você vai conseguir vencer essa, só fique me olhando.

Assinto mas sei que não vou conseguir. Pois a dor não acaba, e eu não me sinto viva, estou perdendo a vida aos poucos.

– Eu não quero morrer, pai. Eu não quero morrer – Charles aperta a minha mão e me encara com lágrimas derramando pelo seu rosto.

– Não vai, meu amor, não vai – ele beija minha testa e suas lágrimas caem no meu rosto.

Aperto a mão dos dois, tentando continuar firme. Mas eu só quero que isso passe, a falta de ar, a dor no peito.

Então eu fecho os olhos e o meu aperto na mão dos dois diminui.

– Rápido! Paramédicos, aqui! – ouço a voz do Charles de longe e é a última coisa que eu escuto antes de ficar inconsciente de vez.

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