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- Gavi? - O chamei enquanto ele dirigia.

- Que? - Ele respondeu sem tirar os olhos da direção.

- Por que você escolheu ser um gangster? - Perguntei e ele me olhou.

- Te interessa? - Ele foi curto e grosso.

- Se eu estou perguntando é porque sim. - Disse no mesmo tom que ele.

- Porque a vida quis assim. - Ele deu essa resposta clichê.

- Gavi, por favor. Só estou tentando conversar com você normalmente. Parece impossível. - Falei ficando de cara fechado. - Depois vem com esse papo que quer que eu seja sua.

- Não começa, Vitória. Você sempre tem que tornar as coisas algo estrondoso, impressionante.

- Então responda a minha pergunta, converse comigo como gente. - Exigi.

- Sabe quando você acha que simplesmente nasce para ter tal vida? - Ele começou a dizer depois de um longo suspiro de rendimento. - Então... Foi o que aconteceu, eu escolhi essa vida e ela me escolheu, simples assim.

- Você não tem medo de algo dar errado? - Perguntei.

- Não, porque eu já entrei nesse ramo com consciência de que era perigoso, eu já entrei com consciências das consequências. Muitos dizem que nós gangster somos de vidas fáceis, o que é mentira, pois corremos riscos intensos, e essa é a parte mais foda. - Ele me olhou e seus lábios abriram um leve sorriso.

- Vocês são assaltantes, certo? - Perguntei sendo super direta e Gavi riu.

- Bom, somos o que é necessário para sobreviver, nós podemos ser tudo. Somos fora da lei.

- Você me da medo.

- É assim que tem que ser. - Ele deu de ombros.

- Nunca tiveram problemas com a polícia? Tipo, os caras nem sonham quem vocês são, isso é impossível.

- Para nós, isso é bem possível. Aqui não existe amadores, Vitória. O profissionalismo é um dos nossos maiores lemas.

- Não acho isso necessário...

- Como assim?

- Vocês fazem tudo por dinheiro, certo?

- Também.

- Mas vocês são de famílias de madrid extremamente ricas.

- E daí? Fazemos isso por diversão também, gostamos de adrenalina, de correr perigo, de ver nossos inimigos sofrendo, é um outro mundo, Vitória. Simples assim. E outra, você acha certo ficar dependendo da família pelo resto da vida?

- No seu caso, sim. Pois é algo mais digno do que ser um gangster. - Disse indiferente.

- Nós não conhecemos a dignidade.

- Pra você ver até onde minha vida me levou né. - Ironizei e Gavi riu.

- Não posso fazer nada se tudo conspira ao meu favor. Até sua vida quer que você seja minha. - Ele riu.

- Pois é, até minha vida conspira contra ao meu favor.

- Tudo isso por que eu te tenho e você não me tem? - Ele perguntou arqueando as sobrancelhas, para ele era algo normal banalizar a situação. Fui obriga a ignorar, confesso que aquilo até foi capaz de me machucar um pouco.

Ficamos quietos por algum tempo.

- Por que saíram de madrid? - Eu nunca consigo ficar em silêncio por muito tempo.

- Porra, pra que essa porra de interrogatório?

- Nada, só quero conhecer mais o meu ''dono'' - Pus uma doze alta de ironia em minha fala.

- Você tem que parar de me ver assim. Possessivo.

- Mas você é.

- Tem razão. - Ele riu e deu de ombros.

- Responde minha pergunta. - Exigi.

- Porra, não da pra ficar de bom humor por muito tempo com você por perto, né? Caralho. - Ele disse me xingando, mas logo se rendeu. - Porque nós queríamos algo grande, e nossa cidade era muito pequena.

- Hmmm... Quantos membros tem a sua gangue?

- Perdi as contas, mas o bastante para meter o terror em Barcelona inteira e olha que é a segunda cidade mais populosa da Espanha

- Todos espanhóis?

- Óbvio que não. Nós nomeamos The Barcelonas pensando nos principais membros, eu e os garotos, no caso.

- Que estranho. - Falei e pude ver que eu já estava o irritando.

- O que?

A maioria das pessoas que fazem parte dos Barcelonas são americanos.

- Foda-se.

Chegamos no mercado e eu comprei as básicas para fazer um bom almoço e mais algumas coisas que toda a casa precisa ter.

- Vamos de uma vez, odeio supermercados. - Gavi dizia impaciente me seguindo em todos os corredores que eu ia.

- Pronto. - Falei com o carrinho cheio. - Hora de pagar, sr Rico. - Falei e Gavi riu.

Voltamos para o apartamento e eu fiz o tal almoço, matando a fome dos garotos, eles acabaram com tudo, tudo mesmo.

- Isso estava muito bom. - Ansu disse se deliciando.

- Não foi você que fez. - Pedri falou.

- Realmente, você caprichou. - Gavi disse e riu, me dando um selinho, o que me fez ficar surpresa.

- Isso estava ótimooooooooooooo. - Ferran disse exagerado como sempre e todos rimos.

- Obrigada. - Agradeci, claro.

- E então, Pablo. Vamos ou não na boate hoje? - Ansu perguntou dando goles em seu refrigerante.

Gavi me olhou pensando em uma resposta, pensei que ele fosse dizer '' não, não posso deixar a Vick linda sozinha, vão vocês.'' Mas ele disse

- Óbvio.

- Ahh que legal, você vai me deixar sozinha? - Falei ficando brava.

- Larga de drama, garota.

- Então, eu vou junto. - Disse simples.

- Você está louca? Desde quando boate é lugar de pirralha?

- Incrível como em certos momentos pra você eu não sou pirralha. - Falei e os garotos riram.

- Foda-se, mas lá você não entra. - Ele disse levantando-se da mesa e indo até o quarto, fui atrás dele. Ele empurrou a porta para fecha-la com força e quase bateu em minha cara, mas eu consegui entrar antes.

- Seu idiota, tudo você fica nervosinho. - Gritei.

- Cala a boca, Vitória. - Ele disse grosso, tirando a camisa e indo para o banheiro, fui atrás também.

- Deixa eu ir. - Implorei. - Prometo que eu fico o tempo todo com você, de baixo de sua vista, se você quiser

-É, mas eu não quero, não quero ninguém no meu pé, principalmente mulher, quero curtir, foder umas gatas, beber... - Aquilo doeu em mim, mais uma vez ele demonstrou que eu não significava nada. Engoli a droga do choro.

- Ok. - Foi só o que eu consegui dizer, pois se eu falasse mais eu começaria a chorar, e eu não iria deixá-lo me ver em lágrimas por causa dele, isso só fortaleceria seu ego. Saí do quarto rapidamente e entrei no banheiro que havia no corredor, de frente para o quarto de Ferran...

POSSESSIVE - PABLO GAVIOnde histórias criam vida. Descubra agora