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-Droga, não tenho nada para oferecer. - Belen disse. - Ah, espera... Acho que eu tenho uma aguinha. - Eu ri. - Aceitam?

- Claro, adoro água. - Falei.

- Desde que pegar a água não canse sua beleza. - Meu pai disse e sem querer eu dei uma gargalhada por causa daquela cantada horrível, ele me olhou sério e eu encerrei a risada.

- Tá friozinho né pai? - Falei para tontear o assunto. - De tarde a temperatura estava agradável, não acha?

- Não adianta tentar tontear o assunto, para que rir daquele jeito? - Ele me repreendeu.

- Desculpa, minha felicidade falou mais alto. - Logo Belen veio com dois copos d'água.

-Obrigada. - Falei pegando o copo que Belen me entregou e dando um gole. - Hmm... Essa água tem um gosto diferente, né?! - Tentei ser agradável, mesmo água tem gosto de... água.

- Você é tão linda... - Belen me elogiou novamente. - Pena que meu filho é tão inconsequente, se não, eu te apresentaria ele. - Ela deu um sorriso.

- Não seria necessário. - Meu pai interferiu novamente

- Pai... - O repreendi.

- Pais são sempre assim... A sorte de Gavi foi que ele nasceu homem. - Quando ouvi aquele nome cuspi toda a água. - Está tudo bem? - Ela

- Sim... Acho que me afoguei... - Ri sem graça.

- Desculpa, eu não consegui fazer uma filha normal. - Meu pai disse e sorriu para Belem .

- Gavi? - Criei coragem para perguntar. - Gavi do que?

- Pablo Gavira. - Ela sorriu e meu estômago se revirou. - O conhece?

- É... já devo ter ouvido falar...Não sei muito bem.

- Ah, deve ter ouvido o nome dele na boca de alguma amiga sua, ele sempre faz sucesso com o sexo feminino. - Ela riu, Belen se esqueceu de dizer que ele é cafajeste. - Me mudei hoje e amanhã vou até seu apartamento, o qual eu tenho o endereço... Quero fazer uma surpresa, ele nem sonha que eu estou aqui. - Ela disse feliz, será que ela sabia que ele era um gangster?

-Ele vai adorar. - E você é uma avó muito linda.

- Na verdade, acho que não. Gavi é um pouco difícil. - Eu sei bem sobre isso.

- Difícil, por que? - Perguntei como se eu não soubesse de nada.

- Ah, meio rebelde, você sabe... Mas nada que uns gritos e uns puxões de orelha não resolvam. - Belen riu e eu ri mais ainda ao imaginar o fodão Pablo Gavira levando puxões de orelha da mamãezinha.

- Vamos indo, Vitória? Acho que já incomodamos demais. - Ouvi a voz de meu pai.

- Nossa, claro que não. - Belen disse toda simpática, nem parecia que era mãe daquela coisa. - Se eu soubesse cozinhar, juro que eu convidaria vocês para jantar. - Ela riu. - Mas vou convidar assim que eu contratar uma empregada.

- É, pai, por que você não contrata uma empregada também? - Falei cruzando os braços.

- Ou eu cozinho ou temos que encomendar a refeição.

- Na verdade, filha. É só a última opção. - Ele disse e piscou. - Agora, vamos!

- Ok, ok... - Falei.

- Muito obrigada por nos receber, Belen. - Estávamos na frente da casa dela. - Quando quiser algo, é só atravessar a rua. - Ele disse.

- Sim, ah e a água estava ótima. - Falei. - Tchauzinho. - Atravessei a rua correndo, deixando os dois lá sozinho sentindo a química, entrei e casa e joguei-me no sofá rindo igual à uma louca ao imaginar a cara de Gavira recebendo a surpresa.

POSSESSIVE - PABLO GAVIOnde histórias criam vida. Descubra agora