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- Porra, você está horrível... - Sim, ele disse isso.

- Obrigada, você sempre consegue piorar as coisas, merece um prêmio. - Falei. - Ai, caraca. - Meio que gritei quando tentei mexer minha perna.

- Não foi isso que eu quis dizer, eu disse em relação aos ferimentos, não à sua aparência.

- Legal.

- Vitória... - Ele respirou fundo.

- O que? - O olhei, seus olhos se encontraram com os meus fazendo um choque elétrico percorrer por todo o meu corpo.

- Desculpa... - Ele fez uma pausa antes de continuar falando. - Eu realmente não mereço você, já está mais do que na hora de eu assumir isso, você faz tudo por mim e eu só piso na bola e ontem...

- Você quase transou com travecos. - Tentei rir, mas meu corpo doeu. Gavi mudou sua expressão para uma expressão raivosa e travou o maxilar.

- Eu não sabia, eu estava bêbado, mas que caralho. - Ele disse bravo. - Você está sempre estragando meus discursos, já percebeu? Eu tento pagar uma de homem apaixonado pra você não encher dizendo que eu sou sempre rude, mas aí você sempre estraga tudo com algum tipo de deboche.

- A parte do deboche eu aprendi com você. - Falei. - E enquanto ao fato de você tentar pagar uma de homem apaixonado, pode esquecendo, nós não estamos mais juntos. - Gavi ficou com uma feição totalmente triste em seu rosto, tirou seus olhos de mim e os fixou na porta, meu coração doeu. Foi ali que eu vi que ele estava tão triste quanto eu e que eu era tão errada quanto ele.

- Olha, Vick... - Ele suavizou a voz. - Eu não vou implorar para que você volte para mim, você já deve estar cheia de minhas merdas, eu sou um pau no cu, eu assumo, nunca neguei isso e realmente, é o que Ansu sempre me diz: Você merece alguém melhor. Não um idiota que não sabe lidar com os sentimentos, sai para beber e quase... Você sabe. Sem contar que essa não foi a primeira pisada na bola que eu dei e talvez nem será a última. - Ele molhou os lábios involuntariamente. - Não vou obrigar que você fique aguentando esses montes de merdas por minha causa. Eu só quero que você saiba que você é realmente uma parte nova da minha vida, você sabe, eu nunca amei uma garota antes, eu nunca tive uma única garota em minha cabeça por mais de três minutos, é tudo muito novo para mim, eu juro que eu tento, mas porra, eu nasci torto então o caminho errado sempre vai me puxar de alguma maneira. - Gavi deu uma risa sem graça pelo nariz. - Você é toda certinha, merece aqueles mauricinhos do caralho que jogam no time daquela droga de escola, como aquele que estava com você aquele dia. - Fiz uma cara de nojo, eu não via Júlio assim, nem de longe. Eu amava Gavira e uma explosão de sensações reinavam dentro de mim enquanto ele dizia tudo aquilo, eu via que ele estava se esforçando. E os caras do time não eram certinhos, eram tão cafajestes quanto Gavira, mas preferi ficar quieta.

- Então, Gavira... Hora de engessar. - Doutor Simmons entrou na sala.

- Puta que pariu, é a segunda vez que somos interrompidos por algum médico, deve ser algum tipo de praga. - Gavi disse irritado.

- Calma, rapaz. Depois você vai ter todo o tempo do mundo para conversar com essa moça linda. - Gavi o fuzilou com os olhos.

- Não a chame de linda. - Gavira o repreendeu.

- Você é o namorado dela? - O médico perguntou e Gavi me olhou como se não tivesse a resposta.

- Não interessa, ok? Só não gosto que outros homens fique a elogiando em minha frente.

- Mas eu devo ter uns vinte anos à mais do que ela. - O médico deu uma risada. - Se fosse Alexander, até poderia entender seu ciumes.

- Foda-se, você sabe que existe um monte de médicos pedófilos por aí, velhote. - Ele disse e parou. - Quem é Alexander? - Gavi quis saber.

- Nosso mais novo médico. - Dr. Simmons só estava piorando as coisas.

- Gavi, chega. Vá. - Falei seria e ele obedeceu.
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POSSESSIVE - PABLO GAVIOnde histórias criam vida. Descubra agora