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- Vitória, Vitória... - Abri os olhos lentamente e tentei focar minha visão que estava totalmente embaçada. - Ai meu Deus, como você está se sentindo? - Vi a imagem de Belen assim que minha visão deu uma melhorada.

- O qu... - Tentei falar, mas meu corpo inteiro doeu e senti que meus lábios estavam machucados.

- DOUTOOOOOR, ELA ACORDOU.

- Calma, senhora. Eu estou aqui, não precisa gritar. - O médico logo veio me fazendo perceber que eu estava em uma maca à base de soro. Ele sorriu para mim. - Como você se sente? - Ah ótima.

- Parece que eu fui pisada por dez elefantes adultos. - Falei e minha cabeça doeu fortemente, fazendo eu soltar um ''ai''.

- Sim, você teve um forte impacto, chegou aqui desacordada. - Eu já estava cansada de desmaiar, puta que pariu. - Foi vítima de vários ferimentos, seu corpo está cheio de machucados causados pelos cacos de vidro, seu rosto foi atingido apenas seus lábios, pois você deve tê-lo batido no volante e o couro te salvou. - Ele deu uma risadinha para aliviar. - Sem contar que você está com um corte no supercílio, mas não acho que seja do acidente, pois não estava sangrando. - Fiquei quieta, não queria dar detalhes.

- Minha perna está doendo, eu não consigo mexe-la. - Falei e o celular de Belen tocou. A olhei rapidamente. Ela se afastou.

- Não é nada grave, né? - Belen perguntou preocupada ao voltar.

- Felizmente não.

- Ela já pode ir para a casa?

- Não, senhora. Nós estamos aguardando os exames, queremos ver se ela fraturou algo, hoje não será possível liberá-la.

- Odeio hospital. - Falei impulsivamente

- Calma, mocinha. Isso aqui não é nenhuma mansão mal assombrada. - Ele fez uma piada totalmente sem graça.

-Meu pai já sabe? - Perguntei.

- Sim. - Belem respondeu. - Ele vai tentar voltar o mais rápido possível, pediu para que eu cuidasse de você.

- E como soube que eu estava aqui? Do acidente?

- Eles pegaram seu celular, discaram os únicos dois números que estavam salvos ali, ninguém atendeu no numero de seu pai, então ligaram para mim. Mas logo ele retornou a ligação, e então contei para ele. Ele ficou apavorado, mas acalmei-o dizendo que você estava bem.

- Meu celular não quebrou? - Perguntei surpresa.

- Não, estava dentro de sua bolsa.

- Amém, Senhor. - Falei e Belen riu, mas vi que ela tinha algumas feições tristes. Tentei mover meu braços, mas dei um grito ao ver que ambos doíam e ardiam.

- Olá. - Alguém entrou. Eu não podia enxergar, mas logo que a pessoa chegou perto, avistei um médico que possuía uma pinça em suas mãos.

- O que é isso? - Perguntei.

- Na hora do acidente, alguns cacos de vidro perfuraram seus braços, porque eles estavam nus. - O outro médico disse. - Alexander vai cuidar disso.

- Ai meu Deus, não. - Reclamei.

- Não vai doer. - O tal do Alexander sorriu, ele era muito gato. - Só vou lavar bem e tirar. Apenas isso. - Ele tentou me tranquilizar.

- Esse seu ''só isso'' vai doer pra caramba. - Falei.

- A senhora pode esperar lá fora? - o médico perguntou para Belen.

- Sim, Doutor Simmons. - Belen assentiu e me mandou um beijo antes de sair. Alexander veio todo sorridente com um recipiente onde continha água e sabão, em seguida pegou algumas gases e começou a limpar os machucados, eu tentava conter os gritos aquilo ardia demais, eu me sentia horrível, até para falar doía, mas eu ignorava, eu lembrei de minha dor interior e aquela dor física nem fazia cócegas.

- Prontinho. - Alexander riu. - Vou lhe dar a receita de uma pomada para você passar nessas feridas, ela tem uma fórmula forte e cicatriza rápido, não vai ficar muito marcado, então não se preocupe.

- Não vou precisar levar pontos no braço, né? - Perguntei.

- Não, os cacos não eram grandes coisas. - Ele disse pegando um com a pinça e me mostrando. - Acho que essa coisinha não faria você levar pontos. - Ele sorriu.

- É, acho que não.

- Ela é forte, você não acha Alexander? - Doutor Simmons disse.

- Claro que acho, qualquer garota que estivesse neste estado já estaria berrando. - Os dois riram.

- Mas eu estou à ponto de fazer isso, não consigo mover minhas pernas e estão doendo muito. - Choraminguei.

- Nós fizemos o raio X enquanto você dormia. Só estamos esperando o resultado. - Simmons disse. - Solicitei os resultados mais rápido possível, daqui à pouco eles estão aí.

- Posso saber quem está arcando com as despesas? Meu plano de saúde não estava comigo. - Estranhei ao lembrar aquilo.

- Não temos como informar isso. - Alexander sorriu.

- Chamem Belen, por favor. - Pedi e bateram na porta.

- Aqui estão os exames dela. - Uma mulher entrou, deduzi que era uma enfermeira, ela entregou para Simmons e o mesmo os pegou.

- Bom, você é uma menina de sorte. - Ele disse lendo alguns exames alheios e logo pegou os Raio X. - Hmm... Vamos ver esse... - Ele disse levando à luz. - Bom, seu braço não está fraturado. - Ele sorriu e pegou outro. - Deixa eu ver... Costelas... Hmm... Também não. - Ele pegou outro. - Droga, uma fratura em sua perna direita, deve ter sido originada por causa do forte impacto, vamos ter que engessar. - Ele olhou para mim e eu lhe dei um sorriso como se estivesse tudo ótimo. - Bom, Alexander peça para alguém preparar isso. - O doutor disse. - Vou chamar Belen. - Ele disse e saiu. Em seguida Belen entrou.

- Como está se sentindo? - Ela sorriu.

- A dor está dando uma amenizada, por causa do analgésico que eu tomei, mas minha perna continua doendo muito. - Falei.

- Sim, você a quebrou - O médico disse -Mas pense, poderia ter sido pior.

- Sim, eu sei. - Tentei sorrir. - E quem está arcando com toda essas despesas? Meu pai, não é? - Perguntei e Belen ficou em silêncio. - Belen... - Chamei sua atenção.

- Hã... Gavi.

- O QUE? - Gritei. - Eu pensei que ele nem sabia do acontecido.

-Ele estava lá em casa quando ligaram. - Ela disse. - Ele está na sala de espera, está meio receoso e envergonhado de falar com você, nunca vi meu filho assim.

- O SENHOR NÃO PODE ENTRAR AGORA.... SENHOR, POR FAVOR. - Ouvi uma voz masculina gritando e em seguida a porta foi aberta violentamente.

- Vitória.... - Aidan entrou ofegante. - Desculpa, mas eu precisava ver se você estava bem, eu não estava mais aguentando. - Ele chegou perto de mim e meu coração disparou.

POSSESSIVE - PABLO GAVIOnde histórias criam vida. Descubra agora