116

1.7K 169 1K
                                    

MARATONA 5/5
Saí de casa com uma vontade tirada do fundo do cu e lá estavam, dois caras de terno encostados em um carro perto, ambos muito bonitos e bem mais velhos, assim que me viram se desencostaram do carro e me analisaram.

- Você é a Vitória Moura? - Um perguntou.

- Não. - Falei. - Sou a vó dela. - Ironizei.

- Entre no carro. - O outro falou. - Mas primeiro, vou nos apresentar: sou Koundé  e esse é Balde, seremos seus seguranças até você ir para... hm... Texas, não é?

- Vamos logo, não quero me atrasar para a escola. - Cortei aquela apresentação clichê. Eu precisava chegar e pegar o celular de Aurora para telefonar para Gavi ou para alguém que tivesse notícias dele, eu não havia dormido a noite inteira preocupada, meu pai havia o machucado muito e eu ainda não me contentava com o fato de ele não ter revidado. Pensei tanto nisso que quando dei-me por si, eu já estava chorando. Eu queria entrar naquela escola e ver Gavira por aqueles corredores, falando em meu ouvido suas típicas coisas impróprias ou querendo me agarrar justo em locais que haviam câmeras, ele podia ser tudo, gangster, mau-caráter, criminoso, mas era ele quem eu amava.

- Chegamos. - Koundé disse. - Estaremos aqui na hora que você sair.

- Seu pai pediu para avisar que tem dois alunos cuidando seus passos pela escola à mando dele, então não tente dar uma de espertinha. - Ian completou.

- Isso tudo é exagero. - Protestei.

- Não sabemos de nada, só estamos fazendo nosso trabalho. - Fiquei quieta e entrei na escola, tenho certeza que minha aparência não era das melhores.

- VITÓRIA? O QUE ACONTECEU? OLHA PRA VOCÊ. TE LIGUEI PARA SABER COMO FOI O JANTAR E SEU PAI ATENDEU, DISSE QUE TINHA CONFISCADO SEU CELULAR... - Desabei, a abracei fortemente e comecei à chorar loucamente, algumas pessoas passavam e estranhavam a cena, a própria Aurora não estava entendendo nada. - O QUE...

- Meu pai... Meu pai, Aurora. - Eu não conseguia falar. - Ele descobriu tudo, Anita contou tudo, ele foi até o restaurante e.. - Respirei fundo tentando conter as lágrimas. - Viu a gente e fez o caralho á quatro, ele bateu em Gavi, ele deixou Gavira inconsciente, meu namorado está no hospital e eu não tenho notícias dele, não tenho. Não sei o que fazer, Rora. Preciso da sua ajuda.

- Vou ligar para Pedri, espere.

- Não aqui. - Falei e contei o resto da história, contei que eu iria para o Texas e ela começou á chorar junto comigo, tudo no meio do corredor da escola, contei também dos seguranças e dos tais dois alunos que estavam de olho em mim, eu estava presa.

- Não acredito que seu pai foi capaz de tudo isso para afastar você de Gavira... - Ela concluiu. - Eu não quero perder você, não quero perder minha melhor amiga. - Chorei mais ainda.

- Nós nunca vamos nos separar. - Prometi. - Nós podemos arrumar um emprego e morar juntas, nós sempre sonhamos com isso.

- Mas não no Texas. - Ela disse.

- Eu sei... - Eu não tinha mais o que falar.
- Eu sei que nada vai nos separar. - Ela riu tentando me tranquilizar. - Nem uma merda de outro estado.

- Preciso saber do Gavira. - Insisti.

- Ok, sobe para a sala, eu vou ao banheiro e voltarei com notícias. - Assenti e fiz o que ela pediu correndo. Cheguei na sala e vi Anita sentada, conversando com suas amigas serenamente, me enchi de raiva por saber que ela era o motivo de tudo isso e quando vi, eu estava indo em sua direção.

- Você merece morrer. - Falei e ela levantou-se de sua cadeira ficando cara-a-cara comigo.

- E você junto comigo.

POSSESSIVE - PABLO GAVIOnde histórias criam vida. Descubra agora