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Já era a décima vez que eu batia na porta e ninguém abria, com certeza os garotos estavam dormindo, mas eu continuei batendo até acordá-los.

- Rora liga para Pedri. - Falei, Aurora havia resolvido matar aula comigo, ela disse que estávamos juntas nessa.

- Sim, senhora. - Ela disse pegando o celular e discando o número. - Pedri, levanta da porra da cama e abre essa porta de uma vez que eu e Vitória estamos aqui. - Ela ordenou e logo desligou e eu fiquei olhando para ela.

- Acho que as coisas estão ficando firmes mesmo. - Falei e ela riu. Em seguida ouvimos barulho de chaves por dentro da casa e deduzimos que Pedri iria abrir.

- Se você não escovou os dentes ainda, nem fale algo. - Falei entrando no apartamento. - Você não vai beijá-lo assim né, Aurora? - Perguntei e quando vi os dois já se agarravam loucamente. Revirei os olhos.

- Eu escovei os dentes sim, se você quer saber, eu já estava acordado, porém a porta do meu quarto estava fechado e eu não ouvi vocês batendo. - Pedri disse.

- Acho que tem alguma criança chorando. - Aurora disse e logo me veio na cabeça Amanda.

- É Amanda. - Falei indo em direção ao quarto e logo abrindo a porta, avistando Amanda chorando e Gavi acordando com cara de bunda por causa do choro.

- Esse choro só está piorando minha dor de cabeça. - Gavi disse com fechando os olhos e fazendo uma cara de dor.

- Se você não tivesse bebido, nada disso teria acontecido. - Falei pegando Amanda e lhe dando um beijinho nas bochechas rosadas, ela logo cessou o choro.

- Você não tem aula não? - Gavi perguntou com a voz cansada. - Alias, eu também tenho que ir para aquela droga de escola, sempre esqueço de pedir demissão.

- Eu não fui, porque tem coisas que nós devemos colocar em ordem. - Falei para ele que me olhou rapidamente. - Estou dizendo em relação à Amanda. E você também ficará em casa.

- Vitória... Você está louca?

- Não, eu estou ótima, agora levanta e faz a sua higiene porque você tem que amamentar sua filha.

- Fala ''dar mamadeira '', por favor, amamentar parece que eu vou ter que dar meus peitos para ela. - Ele disse se levantando. - Ai que droga de cansaço. - Ele reclamou indo em direção ao banheiro.

- Papai está sendo uma merdinha né... - Falei com Amanda.

- Eu ouvi isso. - Gavi gritou do banheiro.

- Só falei a verdade.

- Foda-se eu não sirvo para isso mesmo.

- É, mas vai aprender a servir, porque na hora de fazer você não reclamou.

- Porque eu não imaginava que eu engravidaria a Salazar

- Então você era burro mesmo, porque até onde aquela carta diz, você não se preveniu é lógico que ela ia dar barriga né.

- Eu estou cansado pra caralho, mas não me importaria de ir aí e calar a porra da sua boca. - Ele foi rude.

- Tenho pena de você, pequena Amanda. - Falei para ela que me olhava com aqueles dois olhinhos verdes de fazer qualquer um morrer com tanta fofura.

- Dadada. -Amanda falou algo em sua língua.

- Viu, Gavi, até ela concorda que você é burro. - Disse para ele enquanto ele saía do banheiro apenas com uma calça de moletom no corpo.

- Muito engraçado, Vitória. - Ele ironizou. - Agora vamos de uma vez. - Ele disse saindo do quarto e eu o segui com Amanda no colo, não faço ideia de quantas vezes aquele toquinho puxou meus cabelos.

- Awww que linda!! Essa é a famosa Amanda?! - Aurora veio até mim, logo brincando com Amanda.

- Mas olha quem está aqui, a segunda pessoa mais chata que eu conheço. - Gavi se referiu a Aurora.

- Ah é? - Ela cruzou os braços. - E quem é a primeira?

- Vitória, claro. - Ele deu de ombros.

- Aos olhos de Deus somos todos iguais, então você é chato também. - Falei.

- E então você também é burra.

- Não, nesse quesito, ele olhou só para você, sinta-se abençoado. - Falei. - Agora vamos fazer a mamadeira da sua filha por favor, a criança está com fome. - Fui até a cozinha e Aidan me seguiu.

- Quer que eu segure ela para você fazer a mamadeira? - Gavi perguntou e eu ri.

- Quem vai fazer a mamadeira é você. - Falei apontando o dedo para ele e ele arqueou as sobrancelhas.

- Eu não sei fazer essa porra, quem se encarrega disso é Ansu.

- É, mas você vai aprender. - Falei. - Pegue o leite. - Ordenei e assim ele fez.

- É só colocar na mamadeira agora?

- Você vai dar leite gelado pra sua filha? Esquenta essa porra. - Falei e ele travou o maxilar, fazendo eu ficar com vontade de rir, já estava difícil me fazer de séria.

- Geralmente quem manda sou eu, então não vai se acostumando. - Ele disse esquentando o leite.

-Vou ali deixar Amanda com Aurora, é perigoso ela aqui na cozinha. - Falei deixando ele lá e indo até a sala. - Aurora, segura Amanda enquanto a mamadeira dela não fica pronta?

- Claro. Vem cá, bebê. - Aurora fez uma voz de mangolona. - Ansu, Ferran e o Raphinha ainda estão dormindo? - Perguntei à Pedri

- Está vendo eles aqui?

- Não precisa ser rude desse jeito, idiota. - Falei voltando para a cozinha.

- Ai, caralho. Isso ta quente pra porra. - Gavi disse ao se queimar e eu não pude deixar de rir.

- Você deixou esquentar demais, Gavi. - Falei.

- Ah, Vitória. Não reclama.

- Ok, desculpa. - Falei fazendo um gesto de rendimento. - Coloca esse leite na mamadeira. - Assim ele fez.

- Ta, e o que mais? Agora é só dar para ela? Fácil demais. - Gavi disse.

- Claro que não, onde está o achocolatado em pó? - Perguntei.

- Ali. - Ele apontou para um armário qualquer e eu fui até lá o pegando.

- Toma isso e coloque apenas uma colher de sopa. - Falei lhe entregado o achocolatado.

- Colher de sopa? Aquelas grandes de madeira? Eu não tenho isso aqui. - Ele disse simples e eu dei uma gargalhada por impulso.

- Desculpa. - Falei. - É essa colher aqui. - Falei pegando. - Encha-a com achocolatado e coloque na mamadeira. - Ele fazia tudo com cuidado, como se realmente se importasse em se sair bem, e o pior, é que meus sentimento por ele só aumentavam.

- Pronto? - Ele sorriu.

- Não...

- Droga, isso não acaba nunca?

- Gavi, você tem que fazer o achocolatado se misturar com o leite...

- Ah isso é verdade... - Ele disse.

- Feche a mamadeira e a sacuda, porque a colher não cabe aí dentro. - Falei e ele sacudiu com força que fez o leite respingar pelo bico da mamadeira, vale ressaltar que respingou na minha cara. - Devagar por favor. - Falei passando a mão no rosto.

- Bem feito. - Ele riu.

POSSESSIVE - PABLO GAVIOnde histórias criam vida. Descubra agora