Segunda chance trata-se sobre um livro cheio de feridas e mágoas jamais ditas. Personagens que irão crescer e evoluir com o tempo e saber entender que às vezes, nem tudo sai conforme nós queremos. Que nem mesmo amando alguém imensamente, é o suficie...
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Rodopiando pela sala, desviando do piano que fica ao meio dela e normalmente toco nos finais de tarde quando o sol está prestes a se pôr, eu sorrio. Uma gota de suor escorre pelo vale dos meus seios e expiro duramente no ar, recuperando meu fôlego e tomando água da garrafinha.
Enxugo meu rosto com uma toalha limpa e observo o jardim ensolarado pelas janelas. A sala tem o piso todo de madeira escura e polido, as paredes são todas de vidros e me dão a vista perfeita lá de fora, um piano branco se posiciona no centro, onde toco.
Desde o episódio no antigo local que eu costumava dançar, com aqueles homens, passei a treinar em casa e nessa sala, apenas enquanto a que papai mandou fazer para mim não esteja pronta. Todos sabem como o balé é algo importante para mim e como cresci o amando por causa de mamãe, então todos entenderam e decidiram ceder um espaço para mim em casa, em segurança.
Estou recuperando meu fôlego quando David bate na porta brevemente, colocando apenas sua cabeça na brecha da porta e sorrindo, sem poder evitar, estou sorrindo para ele. Desde que ele começou com a empresa, ele tem sido mais feliz, sempre me manda atualizações e relatórios para que eu não fique de fora quando começar a liderar ao seu lado.
Afasto esse pensamento, pois sinto meu estômago revirar com isso.
— Onde está minha pequena princesa? – ele pergunta, caminhando até mim e beijando a minha cabeça.
— Aqui – brinco, sorrindo como boba — O que fez você aparecer aqui?
— Assim você me ofende, Estella Steele!
— Você só anda enfiado no trabalho e sabe disso – murmuro chateada.
Ele aperta minha bochecha, revirando os olhos com minha indignação.
— Eu sei, e é por isso que vim buscá-la.
— Para onde vamos?
— Hum, é uma surpresa – ele pisca para mim, eufórico, ascendendo a curiosidade dentro de mim — Tome um banho e vista algo elegante.
— Alguma pista? – ele coloca a mão na minha cabeça bagunçando meu cabelo e eu bufo.
— Pare de ser curiosa, coisinha!
Sorri, correndo para o meu quarto com a ansiedade à mil.
[...]
Com um sorriso bobo em meus lábios, observo David comprando uma rosa para mim de um homem na rua, acabamos de sair de um teatro, onde ele me levou para assistir à uma peça de balé, a minha preferida. Ele veste um terno de três peças preto, seus cabelos loiros estão penteados perfeitamente bem e devo dizer que entendo as mulheres que quase quebram o pescoço olhando para ele.
Mas o meu irmão, por incrível que pareça, nunca dá atenção para uma mulher se quer. Não sei se porque ele prefere manter seus casos privados ou porque está ao meu lado.
