Segunda chance trata-se sobre um livro cheio de feridas e mágoas jamais ditas. Personagens que irão crescer e evoluir com o tempo e saber entender que às vezes, nem tudo sai conforme nós queremos. Que nem mesmo amando alguém imensamente, é o suficie...
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Aperto meus olhos quando uma claridade absurda me atinge, acreditando que seria capaz de me deixar cego pela intensidade e minha cabeça lateja. O teto branco é a primeira coisa que meus olhos capturam ao abri-los, a confusão em minha mente me faz questionar o que estava acontecendo e olho ao redor, encarando o monitor multiparâmetro disparando beeps sonoros um atrás do outro, tornando a dor de cabeça ainda mais agonizante.
Onde eu estou? O que aconteceu comigo?
Pisco várias vezes, olhando para as minhas mãos calejadas e com machucados superficiais. Minha garganta parece se fechar por estar seca, eu preciso de água, eu preciso sair desse lugar.
Sei que estou no hospital, mas não entendo os porquês de estar aqui. Eu olho para a poltrona vazia no canto da sala e aperto as sobrancelhas quando vejo um casaco familiar em cima dela. Deixo minhas mãos caírem ao lado do corpo em desistência quando sinto algo pesado contra o meu peito, assustado, meu coração acelera quando vejo minha irmã sentada na cama ao meu lado, mas ela havia deitado sua cabeça em meu peitoral e seu braço cercava a minha cintura.
Estava tão perdido que nem mesmo a notei ali, quieta e de olhos fechados, murmurando palavras que pareciam súplicas. Seus cabelos estavam soltos e envolta de nós, os fios escuros ganhando um bom contraste contra todo o lugar branco.
Engulo em seco, pousando minha mão no topo da sua cabeça lentamente e vendo seu corpo enrijecer com meu toque. Giana arregala seus olhos e se endireita, ainda me encarando atentamente como se não acreditasse no que vê.
— O que.. – respiro, tendo certa dificuldade para falar com a boca seca — O que eu ensinei para você sobre abaixar sua guarda, feiosa?
Ela abre e fecha sua boca várias vezes, não sabendo como falar ao me ver tentar sorrir, mas tenho certeza que pareço um louco com isso, já que tudo dói e não consigo fingir que não sinto dor.
— R-riven? – sussurra, incrédula.
Aceno brevemente com a cabeça, e estou prestes a tentar me sentar quando ela me empurra de volta para a cama do hospital, me obrigando a ficar deitado e esquecendo que estou dolorido demais. Eu choramingo, ouvindo seus pedidos de desculpas e ela começa a sorrir, me abraçando de forma desajeitada e despejando beijos por todo o meu rosto em emoção.
— Giana, você está me machucando – resmungo, ouvindo sua risada gostosa reverberar no ar.
— Oh meu Deus.. eu pensei que.. eu tive tanto medo de perder você, Riven – ela chora em meus braços, e mesmo com o meu corpo doendo, eu forço meus braços a cercarem seu corpo esguio e a aperto contra mim, o arrependimento cresce em meu peito quando me lembro exatamente do porquê estou aqui, nesse quarto de hospital.
— Eu.. Giana, eu sinto..
— Não diga mais nada, não diga nada... – ela se endireita, enxugando as lágrimas em suas bochechas úmidas e fungando baixinho — Eu vou avisar à todos que você acordou.
