Capítulo 10

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Os meses parecem correr diante dos meus olhos, e quanto mais o tempo se passa, mais confuso eu fico, mais triste eu fico

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Os meses parecem correr diante dos meus olhos, e quanto mais o tempo se passa, mais confuso eu fico, mais triste eu fico. Você já chegou a se sentir vazio? De modo que nada o faça sentir além da dor? Além da amargura dentro do seu peito?

Passei todo esse tempo tentando ser o mesmo Riven de sempre para todo mundo, mas eu percebo quando meu pai me olha por mais tempo que o costume quando sente o cheiro de álcool disfarçado em mim. Me certifico de ir pelo menos duas vezes por semana para casa para ficar perto de Giana e tentar ser o irmão dela, para ser o filho que a minha mãe deseja ter e o amigo que faz todo mundo rir com as merdas que saem da minha boca.

Não sei qual foi o exato momento em que me deixei mergulhar nessa merda toda. Talvez a porra toda com a mídia só me ajudou a afundar em toda essa amargura sem fim, essa tristeza que parece ser como uma segunda pele em mim e eu odeio isso. Odeio me sentir tão frágil e vulnerável para quaisquer perigo.

Meu telefone toca por cima da música alta da boate, as luzes do globo de luz ofuscam a minha vista quando me acomodo mais no sofá, deixando a ligação de Owen cair. Eu não precisava de outro sermão como os que venho recebendo dele e de Duth, e provavelmente ele já sabe que estou bêbado em uma boate qualquer em plena terça-feira à noite.

Eu fecho meus olhos, sentindo as batidas agitadas da música penetrarem os meus ouvidos e encaro a multidão lá embaixo. Por estar na área VIP, eu fico com uma visão mais privilegiada da pista de dança quando vejo a silhueta de uma mulher, que chama a minha atenção no mesmo instante.

Seus cabelos são longos e lisos, e melhor, loiros. Eu adoro as loiras. Estou prestes a mandar meus seguranças a chamarem para mim quando ouço vozes masculinas na entrada da fila, fazendo baderna com eles.

Há três homens parados diante da minha área VIP, reservada apenas para mim, com um sorriso no rosto e duas garrafas de Bourbon em suas mãos. E rapidamente os reconheço, Dean, Marcelo e Kayo, homens nos quais eu lutei com eles no ringue e os derrubei, e até então, meus rivais.

— Deixe que entrem – digo ao segurança, guardando meu celular no bolso quando a tela pisca e Duth me liga.

— Olha só o que temos aqui, em plena terça-feira – Dean diz, humorado e bêbado — O que a sensação do momento faz em um lugar como esses?

— O que vocês querem?

— Calma aí, cara – Kayo ri, levantando as mãos em rendição para mim — Nós não queremos causar um tumulto.

— Estamos aqui em paz – Marcelo, que estava calado até então, fala — Podemos ficar aqui?

— Achei que não gostassem de mim – arqueio uma sobrancelha, confuso.

— E não gostamos – Dean responde, ele leva o dedo indicador ao ar e continua a falar — Não gostamos de você no ringue, mas fora dele, não temos nada contra você, somos amigos.

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