Segunda chance trata-se sobre um livro cheio de feridas e mágoas jamais ditas. Personagens que irão crescer e evoluir com o tempo e saber entender que às vezes, nem tudo sai conforme nós queremos. Que nem mesmo amando alguém imensamente, é o suficie...
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Me esquivo de um golpe quando Duth parte para cima de mim, chacoalhando meus braços, foco minha atenção nele e a forma que seu corpo se movimenta, tentando ler seu próximo passo.
Foco.
“nós não podemos” Como diabos não podemos? Como diabos ela pode fingir que não há uma conexão sexual no ar quando claramente tem uma? Como ela pode agir como se jamais tivéssemos trocado uma só palavra durante todos esses meses?
— Concentre-se, O’Connell – Duth adverte.
— Estou fazendo isso – murmuro, impaciente demais por pensa nela até agora.
Nos últimos meses, tornei-me a porra de um velho rabugento, e a culpa é toda de Estella.
Eu não sei o que diabos, pelos infernos, ela fez comigo para me deixar assim, tão intrigado em relação à ela. Talvez seja o lado de sua personalidade mais profundo que eu tenha conhecido que me cativou, eu jamais pensei que ela pudesse ser tão incrível e melhor ainda, ter o melhor senso de humor que eu já vi.
Eu conheci muitas mulheres, e todas elas eu também já levei para a cama. Mas em toda a minha vida eu jamais fiquei assim, querendo cavar ao fundo e conhecer o lado mais sensível de alguém. Há algo, mas não sei explicar o que é esse algo, apesar de ter uma breve resposta, prefiro guardá-la para depois.
Estella vem me ignorado desde aquela noite, de início, pensei em insistir e pedir desculpas por ter sido tão ousado com ela. Mas confesso estar tão assustado quanto a mesma com essa química que, de repente, resolveu aparecer entre nós e foder com a minha mente. O que me fez passar a ignorá-la porque, claramente, na minha cabeça, faria com que eu a deixasse para lá.
Já se passaram meses, malditos fodidos meses.
Meses em que não consigo parar de observá-la pelo canto do olho quando ninguém está reparando, meses em que, de forma sorrateira, arranco informações de David sobre ela, meses que anseio por um jantar ou reunião, por mais que só vá vê-la de longe e apreciar a forma como ela ri tão doce e adorável, como seus cachos se movem quando ela anda com sua postura elegante e chamativa, a forma como ela lê seus livros e ainda sim consegue ficar bonita em posições desconfortáveis. Suas bochechas coradas.. seus olhos, sua boca..
Covarde – uma voz traidora sussurra em minha mente.
Provavelmente eu seja mesmo um covarde. Mas Estella me ignora e eu não vou ficar atrás dela como a porra do seu cachorrinho, tenho meus limites.
Sinto um gosto metálico em minha boca, a dor cortante em meus lábios me faz praguejar e levar minha mão até o machucado. Arregalo meus olhos, percebendo que Duth havia me acertado com seu punho e o encaro, incrédulo.
— O que porra você fez, caralho?
— Olha a boca, moleque. Onde você está com a sua mente?
— Em bocetas, óbvio – Owen retruca, humorado. O lanço um olhar mortal.
