Capítulo 63

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dias depois...

Rolo na cama e solto um suspiro frustrado, encarando a lado vazio da cama e sentindo falta do corpo de Estella ao meu lado, mas a mesma havia tirado a noite para passar com seus pais hoje, e por mim estava tudo bem, até o incômodo em meu peito me ...

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Rolo na cama e solto um suspiro frustrado, encarando a lado vazio da cama e sentindo falta do corpo de Estella ao meu lado, mas a mesma havia tirado a noite para passar com seus pais hoje, e por mim estava tudo bem, até o incômodo em meu peito me sufocar durante a madrugada toda e essa sensação estranha de que alguma coisa ruim estava prestes a acontecer surgir, me fazendo rolar pela cama tantas vezes que seria impossível contar.

Encaro o teto do meu quarto, a chuva lá fora estava forte essa noite, mas o mais estranho era que o inverno havia passado, mas nos últimos dias, foi a chuva quem nos abraçou. A minha luta estava chegando, marcada para semana que vem, e após minha última conversa com Carlos sobre os meus problemas, eu sabia que estava mais do que pronto para isso.

Gostava das minhas sessões com minha psicóloga, mas o velhote era melhor com seus conselhos.

Me sento na cama, calçando minha sandália e olho para o chão. O que eu estava sentindo? era vazio, denso e frio. Chegava próximo aos meus sentimentos passados, mas já se fazia tanto tempo que eu não sentia algo assim que tinha me esquecido de como doía.

Meu celular toca me tirando do transe e olho o nome de meu pai brilhando na tela, rapidamente atendo, com uma urgência em querer conversar com alguém. Mal sabia eu que iria preferir não ter atendido o telefone.

— Sim, pai? – me levanto, caminhando de um lado para o outro.

— Ei.. carinha.. como você está? – sua voz está estranha, e isso me deixa ainda mais nervoso porque me dá a certeza de que algo está errado, totalmente errado.

— O que aconteceu, pai? – o silêncio do outro lado da linha me faz suar frio, meu coração está batendo rápido contra meu peito e estou prestes a insistir quando sua voz me diz o que havia acontecido.

O mundo ao meu redor ficando turvo e meu coração afundando completamente, eu podia assistir a imagem de Riven O’Connell caindo do penhasco após meses escalando, e não havia absolutamente ninguém esticando uma mão para me ajudar.

Meus ombros tremem em desespero, as lágrimas começam a rolar em minhas bochechas e meu corpo sacode com meu choro, eu deixo o telefone cair no chão com a notícia e caio de joelhos, porque caramba, a dor que sinto é insuportável e eu não consigo controlar, eu não podia respirar.

Eu bato com meu punho no chão várias vezes, o cheiro de sangue exala o ar quando escorre pelos machucados em minha mão e caio no chão, deitado e desolado, sentindo que a qualquer momento aquela dor poderia sim me levar embora, o impacto veio tão rápido e inesperado que eu não conseguia conter minhas emoções.

Eu bato com meu punho no chão várias vezes, o cheiro de sangue exala o ar quando escorre pelos machucados em minha mão e caio no chão, deitado e desolado, sentindo que a qualquer momento aquela dor poderia sim me levar embora, o impacto veio tão r...

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Minha vista está embaçada por conta do choro, ao meu lado, David se agarra à mim como se precisasse disso para não desabar completamente enquanto assistíamos papai chorar nos braços de nossa mãe, tão angustiado e doloroso que sentia como se alguém estivesse enfiando uma faca em meu peito.

Parecia que tudo ao meu redor estava em completo silêncio, eu assistia as coisas em câmera lenta, assistia o meu mundo desabar e a dor sufocante me dominar.

Carlos e Marina haviam falecido horas atrás, deixando-nos apenas com as boas lembranças que vivemos junto à eles.

Eu queria gritar. Eu queria chorar e correr até a casa deles e trazê-los de volta, mas eu não conseguia fazer nada além de ver meu pai desabar e perder sua postura completamente nos braços de minha mãe.

Ele estava devastado, e chorava como uma criança. Essa noite era uma noite de chuva, nossa família estava sangrando e eu não conseguia pensar em mais nada além de meu tio Miguel e Hendrick, os três homens que foram criados por meus avós e os viam como seu maior exemplo. Todos nós.

— Vou ligar para Michael – David diz ao meu lado, dando um leve aperto em meu ombro, mas eu não o respondi, não conseguia.

Ainda me mantive imóvel, pensando, sentindo a dor da perda, eu não conseguia assimilar como isso fora possível sendo que eles estavam bem desde a última vez que os vi.

A porta da frente é aberta de uma vez, mas isso não me assusta. Por ela, Miguel e Hendrick entram com suas esposas e correm até seu irmão que está sentado no chão, os três homens se abraçam enquanto choram, juntos. Sentindo juntos. E aquilo quebra o meu coração em mil pedaços porque eu queria chorar como eles, mas não conseguia.

Era dor, crua e tão palpável que se tornava difícil respirar, mas eu não conseguia fazer nada além de olhar.

Peter estava tão desolado como Miguel, e Hendrick tentava, mas falhava todas as vezes, manter a calma para ajudar seus irmãos, mas a dor em seus olhos era nítida, ele havia acabado de perder seus pais.

Pessoas incríveis que, com elas, aprendemos tantas coisas que agora havia um pouco de Marina e Carlos em todos nós, sempre haveria.

Meu olhar encontra o de mamãe, ela vem até mim e me abraça, e só então, eu me permito desabar de verdade, sentindo o choque que a notícia havia causado sobre mim.

Marina e Carlos estavam mortos.

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Boa leitura! ❤

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