Segunda chance trata-se sobre um livro cheio de feridas e mágoas jamais ditas. Personagens que irão crescer e evoluir com o tempo e saber entender que às vezes, nem tudo sai conforme nós queremos. Que nem mesmo amando alguém imensamente, é o suficie...
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Riven
Eu coloco uma mecha do cabelo de Giana atrás de sua orelha após colocá-la na cama e levo alguns minutos admirando-a enquanto dorme. A mesma dormiu nos primeiros minutos do filme, e é por isso que odeio assistir algo com ela. A cubro com o cobertor e me certifico de deixá-la bem aquecida antes de sair, pegando a minha jaqueta e a vestindo descendo as escadas.
— Mãe, estou saindo – aviso, parando quando a vejo sentada na área do jardim com meu pai, sorrindo de algo que ele está falando e tomando vinho.
Não penso em atrapalhar, pego minhas chaves e saio de casa, a chuva havia diminuído e era apenas nove da noite, eu poderia ir para casa e descansar porque provavelmente Duth pegaria pesado amanhã no meu treinamento, mas mudo meu percurso, dirigindo até a mansão de David, que demora apenas dois minutos para abrir a porta para mim.
— O que você faz aqui? – pergunta.
— Eu adoro a sua forma de receber seus amigos. É assim que faz com as bucetas também?
— Não, e não é da sua conta como eu faço.
— Tudo bem – digo, levantando minhas mãos em rendição — Sr. Virgem.
— Eu não sou virgem, porra! – seu tom é alterado, o que me faz semicerrar os olhos e analisá-lo bem e sorrir.
— Estou apenas brincando, cara. Você se sente bem?
David passa as mãos em seus cabelos loiros e dá espaço para que eu finalmente entre, e assim o faço. Mas ainda esperando sua resposta, ele se mantém parado diante da porta, olhando para as gotas de chuva que caem aos poucos e em silêncio, perdido entre os seus próprios pensamentos.
— Ok, se por acaso você estiver vendo algum tipo de aberração.. seria bom você compartilhar isso comigo.
— Estou bem.
— David, acho melhor você dizer o que está havendo – me jogo em seu sofá e estico minhas pernas, apoiando meus pés na mesinha de centro, sentindo-me confortável.
Eu arqueio uma sobrancelha e sigo seus passos com meus olhos, mostrando meu sorriso que diz claramente "não saio até você me dizer o que está acontecendo". Eu sempre sei quando há algo fodendo sua mente, sei que somos um trio, mas assim como Michael é próximo de Merlia, David é próximo à mim.
É algo difícil de explicar sem por sentimentalismo demais, mas resumindo, eu sei quando sua mente está fodida, assim como ele presta atenção em mim também.
Ele se senta e, finalmente, porque eu não suporto essa ladainha das pessoas enrolando para contar algo, começa a dizer.
— Me sinto meio cansado, só isso. Mas não em questão física, e sim mentalmente, desfocado.
— Ei, ei, amigão. Vai com calma, eu não sou terapeuta – brinco, ele bufa e joga um travesseiro em mim — Deixe esse tipo de problema para os profissionais, cara.
