Segunda chance trata-se sobre um livro cheio de feridas e mágoas jamais ditas. Personagens que irão crescer e evoluir com o tempo e saber entender que às vezes, nem tudo sai conforme nós queremos. Que nem mesmo amando alguém imensamente, é o suficie...
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O frio da noite arrepiava os fios da minha nuca e fazia meu corpo estremecer na cama, resmungando novamente da minha inquietação, Riven passa seu braço envolta da minha cintura e me puxa para ele, colando minhas costas em seu corpo imenso atrás de mim e me aconchegando em seu calor.
— Fique quieta e vá dormir, coisinha gostosa..
— Eu perdi o sono – falo, entrelaçando nossos dedos e beijando o nós dos seus dedos calejados devido à tanto treino e lutas.
— Humm.. você é uma dorminhoca, o que está passando por essa cabecinha que não deixa você dormir?
Suspiro, ficando em silêncio por não saber como fazer essa pergunta, mas o aperto sutil em meu quadril me faz começar a falar, a dúvida em meu peito se tornou insuportável.
— Você não pretende.. fazer as pazes com.. o meu irmão?
— Não me sinto pronto para isso ainda – responde de imediato — Ao mesmo tempo que penso em resolver as coisas com ele, também acho que é melhor que esteja assim.
— Por quê? – solto uma lufada de ar, preferindo manter-me de costas para não encarar seu rosto agora.
— Porque eu quis machucar seu irmão, Estella. Eu quasei o matei por causa de algo que não era necessário ter a minha fúria.
— Então por que você... fez?
— Na época eu me senti traído, traído porque ele estava tirando de mim o único motivo pelo qual eu estava lutando. Eu estava tão perdido em minhas emoções que não tinha controle da minha raiva.
— Você sente falta dele?
— Ele era a pessoa que mais entendia a minha dor – seu braço me aperta mais contra ele e Riven suspira devagar, quase como se sentisse dor por respirar — Ele era o laço mais forte que eu tinha com alguém naquela época de dor. Agora imagina como é olhar em seu rosto e lembrar que um dia eu quase o matei...
Algo molhado e quente cai em meu pescoço, seu corpo estremece na cama quando Riven começa a chorar, mantendo-me de costas para ele com sua força.
— Então sim, por mais insensível e monstro que as pessoas acham que eu fui.. eu também estava machucando à mim mesmo por fazer tudo aquilo com meu amigo e minha irmã – Riven soluça baixinho, tentando manter a calma — Mas ninguém se importa com a dor de quem fez algo errado.. não é? ninguém quer saber dos dois lados da moeda quando um se torna mais fácil de apontar o dedo...
— Riven..
— Está tudo bem, eu sei que você me odiou na época que tudo aconteceu.
— Ele é meu irmão – sussurro, meus olhos pinicam com as lágrimas e engulo a dor em minha garganta — Eu odiei você, odiei à mim mesma por saber que meu coração amava alguém que era capaz de machucar uma pessoa tão importante para mim.. mas no fim de tudo isso, eu chorei porque sabia que não tinha como mudar isso..
