Os meses estão se passando cada vez mais rápido, e com eles, os dias se parecem os mesmos. É sempre a mesma rotina exaustiva, aquele sentimento de vazio dentro de mim que jamais será preenchido e a sensação de culpa que carrego comigo.
Riven mudou, ele está mais frio e distante de toda a família cada vez mais. Não o vejo comparecer nos jantares e nem brincar tanto com as crianças como costumava fazer, nas revistas, as pessoas comentam que ele se perdeu completamente e está cego pelo dinheiro e a vida de luxo. É estranho conviver com ele ou vê-lo, ter que lembrar dos momentos que passamos juntos, as coisas que compartilhamos e os segredos que guardamos um do outro me destrói.
As noites tornaram-se solitárias novamente, estou tentando aceitar o nosso término e gostar da minha própria companhia, mas é difícil quando sinto que necessito dos seus braços me cercando e dizendo que está tudo bem, que sou sua garota e que ninguém me machucará.
Mas o que fazer quando a dor vem da pessoa na qual você quer buscar conforto?
As batidas na porta do meu quarto me tiram dos meus devaneios e suspiro baixo, cansada até mesmo para interagir com alguém ou mostrar a força falsa que tenho como minha armadura. Tudo que eu quero é chorar e dizer que as coisas não vão bem, ficar deitada em minha cama e deixar que a dor se canse da minha melancolia e se vá.
— Pode entrar – autorizo, sentando na cama quando mamãe passa pela porta com uma bandeja e o café da manhã nela, o cheiro de torradas, ovos, bacon e suco de laranja faz com que meu estômago reclame por comida e mordo meu lábio inferior ouvindo sua risada.
— Imaginei que estivesse com fome, já que a senhorita nem mesmo tocou no seu jantar na noite passada.
— Eu só não estava com fome, mãe – digo, ela olha dentro dos meus olhos antes de caminhar até as cortinas e abri-las, dando espaço para que a luz do dia entrasse e meus olhos protestarem com a invasão — Urgh, ainda é cedo demais para isso.
— Você está deprimida há meses, não toca mais em seu piano, não a vejo dançando e rodopiando pela casa como antes e seu pai e eu estamos preocupados com você.
— Eu estou bem, é apenas um mal-estar.
— Durante todos esses meses? – ela arqueia uma sobrancelha com humor e encolho meus ombros, balançando de forma descontraída.
— Mãe, não precisa se preocupar comigo.
— Eu sei o que está acontecendo, Estella. Sei que está triste por causa do Riven e que não estão mais juntos.
Surpresa transformou-se em meu rosto, o pedaço da torrada desce rasgando em minha garganta ao engolir em seco e pisco várias vezes, encarando-a.
— Como...
— Eu sou sua mãe, obviamente eu sei o que acontece com meus filhos. E não se engane se pensa que não sei de suas escapadas durante a tarde com ele.
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HERDEIROS #5 - Second Chance
عاطفيةSegunda chance trata-se sobre um livro cheio de feridas e mágoas jamais ditas. Personagens que irão crescer e evoluir com o tempo e saber entender que às vezes, nem tudo sai conforme nós queremos. Que nem mesmo amando alguém imensamente, é o suficie...