Capítulo 44

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Minhas botas de couro pretas tocam o chão de pedrinhas e desço do carro, puxando a manga da minha jaqueta de couro para olhar em meu relógio e conferir o horário, ainda estou dentro, mais alguns minutos e eu me atrasaria para o almoço com Carlos e...

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Minhas botas de couro pretas tocam o chão de pedrinhas e desço do carro, puxando a manga da minha jaqueta de couro para olhar em meu relógio e conferir o horário, ainda estou dentro, mais alguns minutos e eu me atrasaria para o almoço com Carlos em sua mansão.

Três meses, já se passou três meses desde o meu acidente, três meses em que toda a família entra em contato comigo em forma de apoio e em que compareço às terapias. Três meses turbulentos e que passei, todos os dias, observando a forma como minha mãe anda em modo alerta e não gosta mais de me deixar sair sozinho, três meses, e dentro desses dias, fiz a reabilitação durante um mês e estou sem beber há dias, mas isso ainda é pouco para reconquistar a sua confiança e de toda a minha família, e é por isso que estou aqui.

Porque o velho maldito Carlos insiste em me fazer visitá-lo para almoçarmos juntos pelo menos uma vez por semana desde que voltei da reabilitação. Não que eu ache ruim, gosto da sua companhia e, no momento, é a única pessoa com quem eu realmente estou conseguindo ter um laço profundo.

Caminho em direção às portas, cumprimentando os rostos conhecidos dos seguranças e adentro logo em seguida, ouvindo sua risada rouca e a de Marina, ela não participa dos nossos almoços, e sei que é para me dar mais privacidade com Carlos.

Assim que chego na varanda da sua casa, onde uma mesa redonda em tom creme e com detalhes delicados, duas cadeiras em formato de coração em suas costas me esperam juntamente com Carlos, ambos se voltam para mim com sorrisos calorosos e forço o melhor sorriso que tenho durante esses dias.

— Oh! você chegou – Marina ri fogosa, sua pele bem mais enrugada pela idade e o cansaço nítido em seus olhos lutavam para deixá-la menos atraente, mas era impossível que essa mulher deixasse de ser bonita um dia — Estávamos esperando por você.

— Eu não podia deixar você esperando, não é mesmo? – brinco, abraçando-a.

— Ei! e quanto à mim? – Carlos pergunta mal-humorado, fechando a cara por estar abraçando a sua mulher.

Podia se passar anos, mas ele jamais deixaria de amar Marina e ser ciumento com ela.

— Nah, você não me interessa, vovô. Apenas esse xuxuzinho aqui – o provoco, ouvindo a risada de Marina explodir no ar e me fazer rir também.

— Não me faça te agredir com essa bengala!

— Você está velho – continuo provocando, ainda agarrado em Marina que ri de seu marido e seu ciúmes bobo.

— Mas ainda sei onde fica o cú! – esbraveja, diminuindo sua pose quando ela se afasta de mim e se coloca em minha frente com as mãos na cintura.

— Pare de falar assim com ele! Riven é só uma criança – ela me olha, e eu escondo meu sorriso provocador lançado à Carlos e faço um biquinho triste, a abraçando por trás e descansando minha cabeça em seu ombro como um gato manhoso.

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