Capítulo 22

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Meus dedos se enrolam nos lençóis enquanto eu choro descontroladamente, minha vista embaçada mostrava-me que eram apenas uma hora da manhã

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Meus dedos se enrolam nos lençóis enquanto eu choro descontroladamente, minha vista embaçada mostrava-me que eram apenas uma hora da manhã. As gotas de suor escorriam entre o vale dos meus seios e em minha testa, as batidas do meu coração estavam aceleradas e eu sabia que era outra crise de ansiedade em meio à madrugada, me levando novamente ao fundo do poço.

Expirando duramente no ar, eu me sento na cama em meio à escuridão, levando uma mão até o peito e apertando-o com tanta força que poderia esmagá-lo. Me engasgando em minhas lágrimas, sentindo a garganta se fechar aos poucos e meus dedos ficarem mais trêmulos.

O desespero chega rápido e veloz como um trem de carga, derrubando-me do cavalo outra vez, arrancando aquele fio de esperança de que eu não iria me sentir assim outra vez, de que hoje seria um dia melhor, mas não foi.

Meu rosto afunda em minhas mãos, e a tela do celular brilha no meio do quarto escuro, aberta dentro do chat de David e a mensagem não enviada pedindo por ajuda, eu quero me chutar e gritar comigo mesma por nunca procurar por apoio quando eu sei que terei.

Mas e se tudo não passar de uma bobagem aos olhos de outras pessoas? Há problemas maiores do que isso, há coisas realmente piores do que uma garota que se odeia por causa do que fizeram com ela.

Penso em ligar para os meus pais, mas sei que estão em uma curta viagem das muitas que eles fazem de mês em mês para terem um tempo sozinhos, e eu não julgo, na verdade acho lindo que meus tios e meu pai tenham aprendido isso com Marina e Carlos, nossos avós. Sempre buscando formas de não deixarem que o casamento se torne monótono.

A incerteza vibra em meu coração quando meu dedo hesita no nome de Riven, sem saber o porquê desse desejo louco de tê-lo aqui comigo agora, me envolvendo em seus braços e dizendo palavras que me fariam me amar de novo e esquecer tudo que odeio em mim, a forma como me sinto bem perto dele é uma surpresa e, ao mesmo tempo, assustador. Intenso demais.

Eu não o procuro desde a nossa última conversa, e Riven nunca mais me abordou pelos cantos e roubou um beijo de me tirar o fôlego como costumava fazer, e eu sinto tanta falta disso.

O primeiro toque ecoa no cômodo silencioso, as lágrimas continuam aquecendo a minha pele flácida e fria enquanto o segundo toque surge, seguido pelo terceiro e por fim, o quarto e último. Sua respiração pesada do outro lado da linha faz a minha pele arrepiar, uma música alta ao fundo é tudo que posso identificar.

Ele estava com alguém? Eu atrapalhei alguma coisa?

— Princesa? – pergunta, puxando o ar para recuperar o fôlego — Aconteceu alguma coisa com você? Você está bem? Você se machucou, querida?

Mesmo com a grossura e aspereza do seu tom, tão frio como seus olhos gélidos, ainda posso sentir o calor em sua preocupação, e isso faz com que meus muros caíam sem luta, sem uma só resistência para ele, mergulhando nas sensações que é estar conversando com ele, apenas ouvi-lo era o suficiente para sentir o conforto me abraçar.

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