Segunda chance trata-se sobre um livro cheio de feridas e mágoas jamais ditas. Personagens que irão crescer e evoluir com o tempo e saber entender que às vezes, nem tudo sai conforme nós queremos. Que nem mesmo amando alguém imensamente, é o suficie...
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Me sento no chão do salão de ensaio junto dos demais dançarinos sentindo os dedos dos meus pés doloridos e a calça leggin preta colar em minha pele devido ao suor, minha respiração desregulada se misturava juntamente com a respiração dos demais e também o som das nossas risadas após mais um dia inteiro de ensaio produtivo.
— Você foi ótima hoje, Estella – Gabriel me entrega uma toalha e uma garrafinha de água e agradeço, tentando ignorar o olhar guloso de Rebeca sobre nós dois e das outras meninas do balé que ainda achavam que rolaria algo entre nós. Não era segredo para ninguém que ele sentia algo por mim, devido ao fato de que o próprio falava disso para todos.
— Ainda há muito o que se fazer, mas ainda sim, obrigada – sorrio, virando a garrafinha em minha boca e tomando o líquido gelado enquanto o mesmo me olha e toma a sua água tranquilo.
— Você sempre sendo modesta demais.. – ele ri, levantando-se e estendendo a mão para me ajudar a ficar em pé, e assim o aceito, não tendo forças para fingir que não estava cansada.
— Você também dançou muito bem – pego minha mochila e minhas coisas e me viro para encará-lo, o brilho em seus olhos me fazem engolir em seco — Preciso ir.
— Posso levar você em casa?
— Não é necessário – dispenso — Mas obrigada.
— Seu motorista vem buscar você, então? – ele me acompanha até onde as meninas e as cumprimenta com um sorriso gentil.
— Sim – digo à ele — Vamos, meninas?
— Devíamos sair juntos hoje – Rebeca sugere, me olhando com malícia e nego sutilmente, caminhando na frente de todos para o vestiário para uma ducha rápida.
Eu me apresso durante o banho e saio logo em seguida, vestindo um short jeans e uma blusinha curta, dando uma ajeitada no meu rabo de cavalo e nos meus cachos rebeldes. Meu celular apita com a notificação de uma mensagem e sei que é Riven, pois o mesmo me levaria para passear após meu ensaio depois das milhares mensagens durante meu intervalo sobre estar cansada e estressada.
Vou para a frente do espelho após uma das meninas darem espaço para mim e começo a passar um rímel em meus cílios nas pressas, ciente que ele estava prestes a chegar para me pegar.
— Vocês ficaram sabendo que Riven O’Connell vai voltar para os ringues? – uma das meninas comenta, sorrindo ladino.
— Sim – outra responde — Automaticamente meu interesse pelo boxe também aumenta – as meninas no vestiário gargalham e Rebeca sai do banho enrolada na toalha.
— Estella é super amiga dele, as famílias são próximas.
— Não comece, Rebeca – aperto o batom rosa em meus dedos enquanto o passo em meus lábios, ciente das suas próximas palavras.
— Você devia me apresentar para ele, é só o que eu acho – reviro meus olhos.
Guardo minhas coisas ignorando sua fala e sorrindo para as meninas, saindo junto com as que já estavam arrumadas para fora. Não que o comentário de Rebeca tivesse me afetado, Riven é um lutador famoso e ainda por cima é bonito, as mulheres o idolatram antes mesmo de sua fama ter chegado à ele. Antigamente eu me importaria muito com isso, mas hoje em dia, isso não é mais uma insegurança para mim.
