Capítulo 33

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As risadas da gangue dos pestinhas explodiam em nossos ouvidos durante o jantar, fazendo todos sorrirem e se animarem

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As risadas da gangue dos pestinhas explodiam em nossos ouvidos durante o jantar, fazendo todos sorrirem e se animarem. A chegada dos gêmeos de Merlia foi uma luz em meio à tudo que acontecia em nossa família, pois agora, tudo se curava quando estávamos unidos e assistindo eles.

Até mesmo Riven muda quando está perto deles, é nítido que ele se sente mais leve e abaixa a sua guarda, mesmo com Archie o provocando todo momento e, na maioria das vezes, quebrando algo valioso de Riven, sei que ele gosta disso e que o pequeno Archie é o seu preferido da turma.

Susie está sentada perto de Michael, ela se tornara o seu maior grude e não deixa que ninguém – além de Maddison – chegue muito perto dele. A família inteira conversava sobre o casamento de Michael e Maddison que seria daqui à alguns dias, e confesso que eu estava muito animada por isso, Maddison se tornou família no momento em que a conhecemos.

Após o jantar, eu me direciono até o jardim em busca de ar fresco, parando no meio do caminho para admirar Brandon e Lucien conversando, o novo segurança de Emily – o mesmo por quem ela está terrivelmente apaixonada, assim como ele está por ela, mas é casca dura demais para aceitar isso, eu suponho. Sorrindo uma última vez de Brandon agarrado em suas pernas enquanto ele continua caminhando com ele e conversando, eu me afasto em silêncio antes de ser pega.

É interessante o poder que essa família tem de fazer com que todos os funcionários se sintam em casa e bem ao nosso lado, até mesmo as crianças. Brandon não costuma confiar nas pessoas tão rápido como fez com Lucien, bastou um mero contato e ele se agarrou ao homem e nunca mais o deixou ir, alegando que eles são melhores amigos agora, e por mais que ele se negue, sei que Lucien se sente mais confortável graças à ele.

As folhas do jardim dançam conforme o vento as leva, suavemente e de forma delicada, o som das folhas se chocando uma na outra me fazem balançar meus pés em um ritmo lento, sorrindo sozinha enquanto lembro-me de tudo que venho conquistado nos últimos meses, mesmo que sem ninguém saber, ainda é uma conquista.

Eu me sinto mais segura agora, por mais tímida que eu seja, me sinto mais.. eu.

O cheiro da colônia masculina faz o seu caminho até as minhas narinas e meu corpo inteiro enrijece, não preciso me virar para confirmar que é ele. Seu calor preenche meu corpo e faz com que meu coração acelere consideravelmente, provocando uma falha em minha respiração quando sinto seu corpo se posicionar ao meu lado, engolindo em seco, eu me viro para encarar o par de olhos azuis que me fitam com atenção, seu cabelo preto cai em sua testa e alguns fios se movem com a força do vento, tirando meu ar.

Seu olhar segura sobre o meu, estamos tão próximos que as células do meu corpo se agitam, nós não havíamos ficado tão perto um do outro desde que terminamos, durante tanto tempo eu segui os meus dias, a minha vida, conhecendo novas pessoas e achando que o que tínhamos pudesse desaparecer ou se esfriar, mas Riven me tem de uma forma tão intensa que me enlouquece.

Meu corpo se move sem permissão, ficando de frente para Riven enquanto nossos olhares se conectam, a mesma intensidade está lá, escondida pelos cantos e preparando o momento para sair, me deixando ofegante e sem palavras diante dele.

— Uma bailarina, hum? – ele sussurra, sorrindo de canto sem desviar seu olhar — Essa é a minha garota.

As batidas do meu coração se tornam frenéticas, eu abro e fecho minha boca tentando buscar palavras, mas a raiva me domina quando percebo o quão afetada por ele ainda estou, minhas mãos estão suadas e meu rosto corado, e eu quero socar seu rosto bonito por me deixar assim.

— Não sou mais a sua garota – retruco, tentando controlar minha respiração pesada — Não diga mais essas coisas, Riven.

— Você está feliz?

— Do que você está falando? – pergunto, desviando meu olhar para nossas mãos quando ele entrelaça seus dedos aos meus, levando os lábios até os nós dos meus dedos e beijando-os suavemente, o simples roçar da sua boca faz meu corpo estremecer com o contato.

— Me diga se está feliz, Estella.

— S-im – digo baixo, uma pontada de dor passa em seus olhos, mas que rapidamente ele a ofusca com seu sorriso de orelha à orelha e assente.

— Isso é bom. Fiquei sabendo que você conheceu pessoas novas.. está saindo e se divertindo agora, estou feliz em saber que está vivendo a sua vida, por mais que eu não esteja ao seu lado para assistir de camarote..

— Foi o melhor para nós.. – sussurro, mantendo meu corpo imóvel quando ele chega mais perto, sua mão segura a minha nuca e sua testa descansa na minha de forma relaxada enquanto ficamos em silêncio, apenas trocando olhares repletos de saudade e palavras não ditas.

— Eu sei, princesa. Agora eu entendo – sussurra, fechando seus olhos para quebrar nossa conexão — Você está feliz sem mim, e se for para vê-la de longe eu aguentarei, mesmo que eu não tenha mais forças ficando longe de você, se estando separados é o melhor para você, Estella, eu entendo.

— Riven..

— Deixe-me falar, querida – com as duas mãos, ele agarra meu rosto e me puxa para perto, colando nossos corpos e roçando a ponta dos nossos narizes uma na outra — Dói não ter você perto de mim. Dói como uma cadela, e eu sinto que jamais irei me recuperar do golpe que foi deixá-la partir da minha vida, meu coração sofre todos os dias sem você, princesa.

As lágrimas pinicam os meus olhos e fungo baixinho, colocando as minhas mãos em cima das suas quando meu coração se parte em dois outra vez. As palavras parecem presas em meu peito e tudo que quero dizer é que eu ainda o amo, mas algo me impede de corresponder à sua confissão, e temo que talvez, apenas talvez, eu já não o ame com a mesma intensidade de anos atrás. Não quando agora entendo tudo, quando sei que para nós, é melhor estarmos separados e cada um seguindo sua vida.

O rosto de Riven cai quando ele percebe a confusão em meu rosto, e não é preciso ser dito, a compreensão o acerta em segundos.

— Eu ainda vou amar você – diz, amargurado — Eu vou amar você até o dia do meu último suspiro. E se por acaso você ainda puder me amar no futuro, saiba que estarei esperando você, princesa. E que ninguém jamais irá tomar o seu lugar em meu coração, eu sempre vou amar você, e isso é uma promessa, não quero outra mulher que não seja você, e se não puder tê-la, prefiro ficar sozinho pelo resto da minha vida.

— S-sinto m-m-uito – choramingo, tentando segurá-lo, mas o mesmo desliza em minhas mãos enquanto se afasta de mim — N-não vá – peço, enxugando as lágrimas do meu rosto — Riven, não.. você não pode..

— Obrigado por tudo, Estella – diz, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e beijando minha bochecha, virando-se de costas e saindo do jardim em seguida.

Abraço meu corpo quando o frio da noite não é mais refrescante, e sim sufocante. Meus pés parecem se negar ao meu comando de se mexer e correr atrás dele, é como se meu corpo tivesse entendido que acabou, mas algo em mim se recusa a aceitar, algo em mim grita e implora para que ele fique, mas Riven já se foi, sem olhar para trás, sem outras palavras, deixando-me sozinha, apenas o silêncio, meu choro e meu coração partido.

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Boa leitura! ❤

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