Capítulo 8

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Pessoas passaram a me mandar mensagens nada gentis com o passar dos dias e, muitas delas, eram sobre a forma rude que tratei aquela fodida velha

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Pessoas passaram a me mandar mensagens nada gentis com o passar dos dias e, muitas delas, eram sobre a forma rude que tratei aquela fodida velha. Paparazzis começaram a me seguir com o passar das semanas, outros se mantiveram parados diante da minha mansão para me cercar quando eu fosse sair de casa e tudo só piorou quando eu acertei meu punho no rosto de um deles, o mesmo havia falado mal da minha irmã, mas isso não foi citado pelas fofocas.

Os tabloides falam cada vez mais da máscara caída do menino O’Connell, o mais novo agressor e machista. Me pergunto o quê mais irão inventar sobre mim daqui há alguns dias.

Duth não parou de reclamar por uma semana inteira, Owen vivia a base de café tentando limpar as merdas feitas por mim e eu, cada vez mais bebia e regredia em meus treinos.

Beber se tornara algo que por incrível que pareça me faz sentir feliz em meio à tanto caos. Eu não costumava beber e em comparação à antigamente, o tanto de álcool que eu estava consumindo poderia sanear a sede de todos os bêbados em um bar.

Michael e David tentam manter suas visitas mais frequentes, minha família também. Mas eu me sinto perdido mesmo rodeado deles e me sinto a porra de um filho da puta por isso.

Há pessoas com problemas maiores – penso.

O que fazer quando nem estando perto das pessoas que você ama faz com que você esqueça o que te aflige? quando você não se sente bem com a sua própria companhia? Quando o homem por debaixo de toda essa camada de pele não parece ser você?

Algo está mudando em mim, minha forma de pensar, a confiança que antes era o meu escudo parece se rachar aos poucos, dando brecha para inseguranças que jamais foram existentes antes de tudo isso. As vezes, penso em desistir do ringue e viver de outra forma, mas a sensação de estar largando tudo que eu sempre quis me deixa chateado.

Estou completamente exausto, estou preso em uma corrida sem fim em busca de algo que eu nem se quer sei o que é. Eles me intitulam o rei deles, o anjo da morte e o rei dos ringues, mas eu não me sinto esse homem, não mais. Crianças pequenas se inspiram em mim e me cumprimentam nas ruas, pessoas tiram fotos comigo dando-me frases de apoio e admiração, e eu só consigo pensar que eles estão saudando um homem falso.

Para a minha família e amigos, eu continuo o homem engraçado e que fala merda o tempo todo. Para cada um deles eu sou o que eu criei, mas para mim? Eu não sou nada.

Sou um eco, sou vazio.

Meu corpo cai para trás em câmera lenta quando sinto o murro em meu queixo, a multidão fora do ringue mantém-se toda em silêncio, todos nervosos e tensos, esperando que o árbitro conte até dez para declarar o fim da luta.

Eu abro meus olhos com dificuldade, uma luz forte me atinge e leva alguns segundos para me recuperar do baque. Eu posso ver claramente alguns rostos decepcionados, outros, torcendo para que isso não esteja acontecendo de verdade, o juiz apita, a multidão continua calada quando ele levanta a mão do meu adversário, declarando a sua vitória.

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