Empurro as portas duplas do hospital com força, correndo pelos corredores e trombando com alguns enfermeiros que estavam pelo meu caminho. Minha respiração está desregulada e meu coração acelerado, o medo corre em minhas veias desde que recebi a notícia sobre Riven.
Dobrando à esquerda em um dos muitos corredores, eu avisto toda a nossa família parada diante de uma sala de espera e corro até eles, cientes de que meus pais estão atrás de mim e que pareço uma lunática agora.
Tio Hendrick se põe na minha frente quando tento passar por eles, indo em direção à sala, suas mãos firmes agarram meus ombros e seus olhos azuis me fitam, enviando uma pancada ao meu estômago quando isso se torna mais um motivo para a dor aumentar.
— Onde ele está? – pergunto, correndo meus olhos por todos os rostos conhecidos e vendo que choravam como eu, a tristeza em cada um deles fazia com que meu estômago revirasse.
— Você precisa se acalmar, Estella.
— Não, droga.. Não! – me exalto, tentando me desvencilhar dos seus braços e meu choro se intensifica, a dor é excruciante e mal posso respirar, sei que pareço uma desesperada agora e que todos estão me olhando com dó, mas eu preciso vê-lo — Deixe-me vê-lo – peço, empinando meu queixo para mostrar um pouco de sanidade.
— Ainda não podemos vê-lo, Estella. Riven está gravemente ferido e perdendo muito sangue, eles estão tentando controlar a hemorragia antes que seja tarde demais, você precisa ter..
— NÃO! – grito, os braços de papai me cercam quando ele me puxa contra o seu corpo e eu me debato em sua corrente improvisada feita para me deter, arranhando-o com minhas unhas e chutando suas pernas, grunhindo quando não consigo me sair dele — Por favor.. por favor.. por favor.. – imploro.
O desespero me cerca, meu corpo amolece nos braços de papai enquanto eu choro e Giana vem até mim, seu corpo trêmulo e pálido abraça o meu e choramos juntas, o mais alto que conseguimos, tentando por toda a nossa dor para fora, mas de nada adianta, quanto mais tempo se passava, mais eu o sentia distante de mim.
Ela agarra meu rosto em suas mãos, seus lábios tremem quando ela tenta esboçar um sorriso encorajador.
— P-precisamos esperar – diz, puxando o ar para continuar falando — E-ele é forte.. ele.. meu irmão vai ficar bem..
— Não.. – sussurro angustiada — Eu não posso esperar.. eu não posso.. não posso perdê-lo. Ele.. – sou interrompida pelo choro que arranca de minha garganta e busco forças, voltando a tentativa de me soltar dos braços do homem que me segura — ME SOLTE, PAI! ME SOLTE AGORA!
— Eu sinto muito, pequena – sua voz sai baixa e próxima ao meu ouvido — Eu preciso conter você.
Eu lanço um olhar de súplica para as meninas, que também estão chorando e assistindo meu desespero com dor em seus olhos e engulo meu choro, olhando para cada um dos membros da família presente aqui, desamparados.
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HERDEIROS #5 - Second Chance
RomanceSegunda chance trata-se sobre um livro cheio de feridas e mágoas jamais ditas. Personagens que irão crescer e evoluir com o tempo e saber entender que às vezes, nem tudo sai conforme nós queremos. Que nem mesmo amando alguém imensamente, é o suficie...