Capítulo 15

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Peguei outra trufa de chocolate, levando-a a boca e mastigando sem pensar duas vezes com meus olhos grudados na tela da TV, assistindo a cena em que Patrick Verona canta Can take my eyes off you para Kat Stratford na aula de educação física, em 10...

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Peguei outra trufa de chocolate, levando-a a boca e mastigando sem pensar duas vezes com meus olhos grudados na tela da TV, assistindo a cena em que Patrick Verona canta Can take my eyes off you para Kat Stratford na aula de educação física, em 10 coisas que odeio em você, conhecido como o meu filme favorito para toda a vida.

Eu amava o jeito marrento de Patrick Verona, e amava mais ainda a forma como Kat o ignorava.

Meus olhos teimosos encaram o celular mais uma vez e, como toda às vezes nos últimos meses, eu o pego, entro no chat de Riven e encaro o lugar limpo, eu deveria mandar alguma coisa? Um pedido de desculpas pela última vez que nos falamos, talvez? Ele me responderia mesmo depois de tanto tempo que se passou?

Não!  

Começo a roer minhas unhas, ansiosa. Sei que já se passaram meses desde a última vez em que nos falamos, a vez em que Riven confessou que queria me beijar e eu o deixei sozinho porque não soube lidar com isso. Acredite, eu não sabia o que fazer e tive um surto momentâneo, o que me levou a ignorá-lo e deixá-lo.

Acontece que desde que eu passei a ver um lado diferente dele, um lado mais sensível e verdadeiro que não é mostrado para ninguém, ele não saía mais da minha cabeça. Tentei esquecer aquela noite em sua casa, e todas as outras vezes que tivemos uma interação tão profunda que me faltava ar para respirar com ele tão perto de mim, mas falhei. Riven tinha esse poder de fazer com que as pessoas caíssem por ele sem nenhum esforço.

Quanto mais eu lutava para não pensar nele, menos eu conseguia de fato obter sucesso em minhas lutas. Ele estava por todo lugar, nos meus sonhos, em meus pensamentos, nos jantares em família e quando nos reuníamos todos juntos. Sempre me olhando de esguelha quando ninguém estava reparando nele, me marcando como um falcão com seu olhar tão intenso que as vezes, era preciso ir embora mais cedo.

Ele evitava me olhar diretamente nos olhos e dirigir a palavra para mim, apenas quando eu estava fingindo estar distraída que eu conseguia sua atenção, me tratava como se eu não existisse, e para falar a verdade, eu estava agradecida por isso, porque não sei o que aconteceria se ele se mantivesse tão próximo como estava e tão cru.

Eu quis beijá-lo. Mas Riven O’Connell é um galinha e todos sabem disso, o cara não passa um só dia sem se deitar na cama com alguma mulher e pensar sobre isso me deixa irritada de uma forma que não acontecia antes. Não posso.

Não posso ignorar todos os alertas vermelhos que a minha insegurança me dá por causa de encantos por um pugilista que só fala bobagens.

Ele estava fora de questão.

Naquela noite, quando estávamos tão próximos e ele disse que queria me beijar, eu passei toda a madrugada rolando pela cama, pensando nele, no seu toque e em como o seu cheiro mexia comigo. Meu coração palpitava só com a menção de seu nome e eu queria fugir para algum lugar onde eu não pudesse vê-lo, já que somos obrigados a convivermos juntos por nossos pais serem amigos. O que, para constar o óbvio, piorava minha situação.

Era muito difícil ignorar totalmente a presença dele quando o homem exalava arrogância somente entrando em um local, ele sabia como intimidar, sua postura e forma de olhar para todos exalava um poder dominante sem que ele precisasse falar uma só palavra, e mesmo sendo o engraçado do seu bonde, ele ainda tinha mais pose do que os outros. Riven com certeza virou meu tipo de homem, mas, como eu já disse, não posso cair novamente na lábia de homens como ele.

Meu coração já foi quebrado antes por um homem assim, e não vou novamente acreditar como uma tola que Riven largaria tudo por causa de mim. Não sou uma mulher que gosta de fazer sexo casual como ele gosta, eu gosto de romances, e normalmente, sempre acabo na merda por causa disso, porque diferente dos outros eu não sei separar as coisas muito bem. Me apego nas pessoas e nos pequenos detalhes, uma romântica incurável.

Eu desligo a tela do celular e me levanto, me encarando no espelho. O que eu tinha de especial que o faria querer algo mais além de um beijo? O que o faria ficar depois disso?

Riven não é homem de uma mulher só, e se um dia fosse, não seria por causa de mim.

Sinto como se levasse um soco no estômago ao pensar nisso, porque, honestamente, eu sei da verdade. É o preço que eu paguei por gostar de balé, não ter o corpo que faria os homens babarem por ele. Às vezes, me culpo, em outras, culpo o balé.

Irritada comigo mesma, eu me deito na cama outra vez e me enrolo nos lençóis grossos, me escondendo da realidade cruel que destrói o meu peito e me faz questionar todo meu amor pelo balé durante todos esses anos.

Eu tinha que tirá-lo da minha mente com urgência, era perigoso demais deixar que ele continuasse caminhando livremente por ela e pelo meu coração.

Foi melhor assim, Estella. Esqueça isso como ele também já esqueceu, já se passaram meses.

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Boa leitura! ❤

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